CAPÍTULO I

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Queria dizer que nasci numa família feliz, com uma mãe amorosa que sempre me levava para parques e para feiras para me encontrar com meus amigos e brincasse até que me cansar de correr. Assim, voltaria pra casa; e encontraria meu pai sentado numa poltrona lendo um livro, enquanto esperava por nós, para que, em seguida jantarssemos e tivessemos um momento em família e com meu cansaço eu acabasse adormecendo nos braços do meu pai, que me levaria pra cama e me daria um beijo de boa noite. Mas isso não aconteceu...
Desde pequena nunca tive um lugar para chamar de lar, sempre estávamos viajando, de um lugar após outro. Com o tempo tive que aprender a não me apegar a ninguém, porque hoje eu estava aqui, amanhã, talvez nao. Se apegar era um erro que eu tinha que evitar. E sempre que perguntava a Felicia o porquê de mudarmos tanto, ela sempre me dava respostas vagas: " Esse lugar não é seguro pra nós.'", " Precisamos de algo melhor." Nunca tive uma resposta satisfatória.

Minha família era composta por Felicia, minha mãe. MÃE. Ela não gostava de ser chamada assim. Quando completei 5 anos, Felicia começou a me obrigar a chama-la pelo nome, desde lá, só se dirigia a mim para me dar ordens, nunca a ouvi dizer que me amava ou que se importava comigo. Talvez a palavra mãe era forte demais pra ela. Apesar de ser uma mulher fria e rude, sempre achei que ela escondia algo, e que seu olhar carregava uma tristeza muito grande. E com todos esses fatos, lembro-me de uma vez, durante a noite, que ela se aproximou da minha cama e começou a me pedir desculpas. Não abri meus olhos para ver se era verdade, então acho que era apenas um sonho mas nunca me esqueci disso.

O segundo membro da minha família, você deve estar pensando, o pai. Mas não, meu pai eu nunca conheci, e de acordo com Felicia " é melhor nem conhecer." Ela nunca me falava dele, e me proibiu de pergunta sobre ele, depois de um tempo deixou de fazer diferença na minha vida. Assim, a figura paterna que eu tive se chamava Ricardo, meu padrasto, que também era meu mestre. Aos meus 6 anos, Ricardo começou a me treinar combate corporal e luta com espadas. Um grande esforço para um fragil corpo de uma garotinha de 6 anos, mas eu aguentei firme. Ricardo nunca deixou que eu desistisse, para ele " desistir é um sinal de fraqueza." Por isso, sempre exigia mais do que eu podia dar. Ainda lembro de seus gritos de "incentivo": " É assim que você quer fica forte? Até uma lesma é mais forte do que você. Levante-se do chão agora, Olivia. Eu não estou criando uma fraca". Sempre que eu caia de exaustão, Ricardo repetia isso, vendo que eu não levantava, ele pegava as costas da minha blusa e me erguia do chão. Eu tremia, meus musculos já não respondia ao meu cérebro. Eu fica tão cansada, mas eu não ia desistir, eu tinha um objetivo. Eu ia fica forte para pode derrota-lo e fazer tudo isso acabar...

O terceiro membro apareceu só quando eu completei 10 anos. O fruto do amor entre Felicia e Ricardo. Um irmãozinho, algo que toda criança que é filho único pedia para mãe. Mas eu não. Não queria que essa criança tivesse que viver como eu. Crescer com uma mãe fria e rude e um pai que a tornaria numa lutadora desde bebê. Isso não, mas estava feito, eu não podia fazer mais nada. Só torcer para que ela tivesse um destino melhor do que o meu...

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