CAPÍTULO V

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No caminho, fiquei olhando para dona Ellionor. Como uma pessoa que mal me conhecia, ia me acolher em sua casa, por Deus sabe qianto tempo? Eu não podia acredita que isso estava acontecendo. Estava desconfiada de que ela quisesse algo em troca.

O que será que ela pediria em troca? Eu não tinha nada. Será que ia me transforma em sua escrava ? Se fosse isso, na primeira oportunidade qie tivesse, eu fugiria. Mesmo se fosse pra cuidar de Melissa sozinha, pedindo esmola.

Diminui o passo até parar e, fiquei olhando meus sapatos pretos que estavam desgastados pelo tempo de uso. Percebendo que eu não a estava seguindo, dona Ellionor se aproximou e colocou a mão no meu ombro, eu esquivei, não queria que ela me tocasse.
- Vamos, esta faltando pouco agora.
- Por que esta fazendo isso ?
- Não entendi, querida.
- Por que esta nos levando pra sua casa ?- digo quase gritando.- Nós não somos nada sua. Então por que ?

Senti meus olhos se encherem de lágrimas mas não deixei que elas rolassem. Dependendo de sua resposta, teria que esta preparada pra tudo, até para pegar Melissa e sai correndo, deixando dona Ellionor e GrandFather pra trás. Assim, aquele não era o momento pra cair em prantos.
_ Olha, Olívia- ela colocou Melissa no chão e se abaixou para poder me olha nos olhos. - Sabe por que eu estou te levando pra casa? Porque eu não acho justo duas garotas inocentes ficassem sozinhas no mundo, por causa, de um covarde. Vocês, duas, merecem ter um lar, e não viver num orfanato ou nas ruas á Deus dará. E eu estou aqui para ajuda-las.
_ O que você vai querer em troca ?

Dona Ellionor se surpreendeu com a pergunta mas depois do choque, sorriu e passou a mão no meu cabelo.
- Sim, eu vou querer algo em troca.
- Eu sabia... Era bom demais pra ser verdade - dei um passo pra trás que quase derrubou dona Ellionor no chão mas não me importei.
- Ei, espera, deixa eu termina de fala, primeiro.

Ela continuava sorrindo o que deixava seu rosto mais jovem. Dona Ellionor não era velha, tinha 42 anos nessa época, os cabelos eram castanhos com alguns fios brancos, os olhos tbm castanhos eram expressivos e possuia algumas rugas mas nada que a deixasse feia. Ela era bonita pra sua idade, e sorriso deixava seu rosto bonito, jovem.
- Olívia eu só quero que seja feliz. Sei que não nos conhecemos há muito tempo, mas o pouco que conheço, já dá pra perceber que você é uma garota boa. Só que é um pouco infeliz...

INFELIZ. Como ela tinha percebido isso ? Pensava que escondia bem meus sentimentos mas estava errada.
_ ... e eu queria poder te dá um pouco de felicidade. Por isso, que quando Ricardo se matou, eu quis fica com vocês. É a oportunidade de vocês terem uma vida feliz, sem tanto sofrimento - ela pegou minha mão e segurou entre as dela.- Você só precisa vim comigo.

Olhei nos olhos dela, não via nenhum vestígio de maldade ou de mentira. Ela estava sendo sincera, eu podia confiar nela. Eu queria confia. Diz o ditado: " Todos merecem uma chance."

Eu dei essa oportunidade a dona Ellionor, a abracei e vi Melissa brincando na areia fazendo "bolinho". Provavelmente nem tinha reparado que tínhamos discutindo.
- Então, vamos andando.

A casa de dona Ellionor era enorme. No andar de baixo tinha uma sala bem decorada e confortável com um par de sofás bege, um tapete de veludo cinza escuro, e alguns quadros decorando as paredes. A cozinha era bem equipada ate mesmo tinha armários presos na parede e uma mesa com seis cadeiras. A lavanda era grande, com a vista para cidade.
-Sua casa é linda.

Nunca tinha entrado na casa, sempre tive aulas de Sinais no quintal, porque dona Ellionor gostava de fica ao ar livre, não entendia o porquê, ela tinha uma casa linda.
- Obrigada - disse com um sorriso triste. - Mas é péssimo fica aqui sozinha.
- Agora estamos com você- digo com um sorriso no rosto.
- Deixa eu mostra o quarto de vocês.
Subimos as escadas que levaram para o andar de cima. Um corredor com seis portas de madeira pintadas de branco e as paredes, bege. Entramos na segunda porta á esquerda, era um quarto com uma cama de casal e um armário, um pouco velho, as paredes azuis que parecia que tinha sido pintadas recentemente.
- Vocês teram que dormir juntas, por enquanto. Mas é só por pouco tempo.
- Tudo bem. Obrigada !
- Pode se acomoda. Guardem suas coisas, descansem. Depois desçam para podermos jantar.

A primeira noite que eu passei na casa de dona Ellionor, não consegui dormir. Até Melissa tinha sentido a diferença, demorando mais do que o normal para cai no sono, demorou mas acabou dormindo. Só que eu continuei me revirando na cama e com receio de acorda Melissa, me levantei e comecei a anda pelo corredor.
Dona Ellionor dormia, então como não tinha nada pra fazer comecei a olhar o que tinha atrás daquelas portas. O quarto de dona Ellionor era do lado do meu, então faltava apenas quatro portas para olhar.

Os dois quartos do fim do corredor era tinha moveis velhos e alguns quadros que não eram usados há muito tempo, estavam cheio de pó.
A segunda porta á direita era um escritório que provavelmente era do falecido marido de dona Ellionor.
A primeira porta á direita era um quarto bem decorado, era o quarto de um menino. Tinha carrinhos espalhados pelas prateleiras na parede, uma cama no formato de carro e um puff com formato de bola. Na parede perto da cabeceira da cama tinha letras feitas de madeira formado um nome: MAX SUEL.

Será que esse era o nome do filho de dona Ellionor ? Me perguntei.
O quarto estava intacto parecia que realmente tinha um garoto que dormia ali, até mesmo o abajur estava ligado. Tinha a impressão que ele aparecia para manda-la sai de seu quarto. Porém eu sabia que isso não aconteceria. Max Suel estava morto há três anos, ele tinha nove anos quando morreu. Isso deixou dona Ellionor muito abalada, que nem consegui mexer no quarto.

No criado mudo tinha um álbum com capa dura azul, cheio de estrelas douradas, e tinha escrito com letras prateadas: " Meu Pequeno Max"

Abrindo o álbum a primeira foto que vi, era dona Ellionor segurando um bebê que estava com os olhos fechados, envolvido numa manta azul e com um macacãozinho da mesma cor. Ele segurava o dedo dela com a mão, e bochechava. Dona Ellionor o olhava com tanto amor que eu acho que nem percebeu que a foto tinha sido tirada. Era uma foto linda.
Passando as fotos percebi que estavam em ordem cronológica. Mostrava o crescimento de Max. Ele com seu cabelo castanho e olhos verdes marcantes. Andando de bicicleta, brincando de carrinho e até na hora de dormir com sua mãe do seu lado se despedindo em Sinais.

Chegando nas últimas fotos, Max já não estava brincando ao ar livre, estava no quarto deitado brincando com o carrinho em seu peito, parecia cansado. Na foto seguinte, dona Ellionor estava sentada numa cadeira do lado da cama e ela estava chorando enquanto Max estava com a testa encostada na dela, acariciando seu cabelo. Parecia a consolado.

Essa era a última foto do álbum, depois disso, tinha páginas em branco, e uma flor amarela entre as páginas, que já estava começando a envelhecer. Peguei aquela flor com cuidado como medo de que danificasse de alguma maneira. Coloquei perto do abajur para ver melhor e percebi que era uma Margarida.
- Bonita, não é?
Levantei num pulo, dona Ellionor estava na porta encostada no batente da porta. Vestia uma camisola simples até o joelho e um roupão por cima. Ela parecia triste e cansada, ao mesmo tempo.
_ Max me deu quanto tinha cinco anos e pediu pra guardar, então coloquei no álbum.
- Me desculpe, eu não devia ter entrado aqui sem sua permissão - coloquei a Margarida de volta no álbum e voltei a deixa-lo no criado mudo.
- Não se preocupe - ela passou a mão e o abriu na foto que Max estava andando de bicicleta- Ele era lindo. Sabia que ele estaria com sua idade se tivesse vivo?
- Não sabia.
- É verdade- ela passou a mão na foto.- Ele amava carrinhos- ela forçou um sorriso e fechou o álbum.
- Me desculpe, não devia está aqui.
- Esta tudo bem, Olívia - ela ae sentou na cama e suspirou.- Não passo muito tempo aqui, desde... - ela abaixou o olhar e depois colocou um sorriso no rosto.- Não estava conseguindo dormir?
- Não- digo constrangida- Estou sem sono.
- Entendo- disse se levantando.- Talvez um leite morno a ajude a dormir.
Fiz que sim com a cabeça e segui dona Ellionor para porta e sai do quarto do pequena Max.

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⏰ Última atualização: Nov 02, 2015 ⏰

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