CAPITULO II

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Oito meses tinham se passado, a gestação de Felicia estava quase no final e tudo estava correndo bem, até que....

Numa noite de Outubro, uma noite chuvosa e fria, que Ricardo chegou gravemente ferido, não sei o que tinha acontecido, na verdade, até hoje não sei. Não sei nem como ele conseguiu chega em casa, naquela noite.

Felicia o encontrou no sofá com a camisa ensanguentada. Nessa hora, ela entrou em desespero e, começou a gritar perguntando "o que tinha acontecido ?" Mas Ricardo não falou nada, estava gemendo de dor, não conseguia pronúncia uma palavra.

Eu me escondi atrás da porta para que nenhum dos dois me visse. Porém, acho que não adiantou, Ricardo virou na minha direção, entendendo que eu estava ali, Felicia, imediatamente, fechou a porta na minha cara. Depois disso, não escutei mais nada.

Um mês depois, enquanto eu e Felicia estávamos estendendo as roupas, Felicia começou a sentir muitas dores. Eu me desesperei, ela estava sentada, com a mão na barriga enquanto sofria com as dores intensas. Não sabia o que fazer, então comecei a gritar por ajuda.

Um vizinho apareceu, não me recordo do nome dele. Porém ele se aproximou, colocou a mão no meu ombro e pediu para que eu parasse de chorar. Chorar? Nem tinha percebido que tinha começado a chorar.
Meu vizinho pediu para sua esposa fica com Felicia até que ele voltasse com o médico pra fazer o parto. O bebê estava para nascer.

  Levaram Felicia pra casa e a deitaram na cama, ela gritava tanto, que os gritos me assustava. Percebendo isso, minha vizinha me tirou do quarto e fechou a porta.

Depois de alguns gritos e pedidos de "força", eu escutei o choro de bebê. Tinha nascido. Mas antes de ve-lo, tive que pedi ajuda pro doutor Emanuel, ele precisava ver como Ricardo estava. Deixei que ele o examinasse, e fui ver meu irmão mas chegando lá, descobri que não era um irmão, mas sim, uma irmãzinha, era uma menina que estava enrolada numa manta rosa.

Me aproximei e fiquei olhando pra ela, encantada. Todos meus medos desapareceram, sabia que não deixaria que nada acontecesse com ela. Nada.
- Pegue essa menina- disse Felicia estendendo o bebê.
Não sabia nem como pega-la, ela era tão molinha e frágil, fiquei com medo de quebra-la. Meu Deus, como eu fiquei com medo.
- Você esta segurando errado- ela arrumou meu braço que estava na cabeça do bebê e me sentou na cadeira.- Fique sentada ai.
Fiquei tão envolvida com minha irmã nos meus braços- olhando aquele rostinho redondo pequeno, aqueles olhinhos fechados me perguntando que cor seriam, se azuis com os meus e Felicia ou castanhos com o de Ricardo, as bochechas rosadas... que nem percebi que Felicia tinha saído do quarto, não sei como nao percebi sempre fui tão alerta, talvez tivesse muito emocionada, que senti, pode ser impressão minha, mas senti uma energia tão envolvente emanando da minha irmã e, isso me distraia.

Alguns minutos depois, Felicia apareceu, estava com uma cara cansada mas parecia triste, preocupada. Talvez fosse, por causa de Ricardo. Me vendo, mudou de expressão e tirou a menina do meu colo.
- Leve dr. Emanuel até a porta, Olívia.
- Como a senhora quiser.
Chegando na porta, dr. Emanuel se abaixou pra fica da minha altura para me olhar nos olhos e disse:
- Olívia, eu preciso te pedi um favor.
- Qual ?
- Quero pedi que você cuide de sua mãe. Porque se ela se preocupa demais pode fica muito doente. Você pode fazer isso ?
- Posso, sim.
- Promete que vai fazer seu melhor ?- disse estendendo a mão pra mim.
- Prometo- estendi minha pequena mão, que foi totalmente coberta pela dele.
- Ótimo. Tenho que ir agora- disse se levantando.- Pode volta para ver sua irmãzinha.
Sorri. Realmente estava feliz por ter uma irmã, agora eu nao estava mais sozinha.

Voltando pro quarto, encontrei Felicia andando de um lado para outro, à qualquer momento abriria um buraco no chão. Vendo que eu estava parada ali, me entregou a menina, era como se ela fosse um fardo que queria se livrar.
Peguei a bebê e sentei na cadeira e fiquei vendo Felicia na sua caminhada sem fim, de um lado pro outro.
- Dr. Emanuel falou pra senhora não se preocupar demais porque isso pode te fazer mal.
- Me deixe em paz, garota.
- Como a senhora quiser. Só não diga que eu não avisei- olhei para o bebê, deixei que ela apegasse meu dedo com sua mãozinha, e lembrei que ela ainda não tinha nome.- Felicia, qual vai ser o nome dela?
- Não estou com cabeça, pra isso agora. Pode escolher se você quiser- disse seca.
Apesar de ter sido rude comigo, fiquei feliz por Felicia ter me deixado escolher um nome pra ela. Comecei a pensar em vários nomes mas nenhum combinava com ela. Até que um nome apareceu e, era perfeito pra ela.
- Melissa! Seu nome vai ser Melissa Vect.
Ouvindo seu nome, minha irmãzinha sorriu.

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