Triumph ; Harry Styles

Dois

Após terminar os cartazes, que na minha humilde opinião estão persuativos e originais, peço opinião ao meu avô e ao meu pai que se encontram na sala a ver televisão.
Ponho-me á frente da mesma e estendo o cartaz na direção deles.

"Então? Estão ótimos ou ótimos?" Brinco.

"Estão definitivamente ótimos, querida!" O meu avô elogia, o que me alegra.

"O Slogan é lindo!" O meu progenitor fala agarrando o cartaz observando todos os pormenores.

" 150 corações a baterem em sintonia. " O meu avô lê em alto e sorri abertamente.

"Encaixa perfeitamente no cartaz, se reparar avô! São imensos animais a formar um círculo enquanto então ligados por fios a um coração. O coração do zoo. E mais abaixo tem o meu número de telemóvel para contactarem caso estejam interessados." Explico e ambos batem palmas após a minha fala. Junto-me á brincadeira e faço uma vénia.

"Obrigada! Muito obrigada! Podem deixar a massa naquela mesa mais além." Aponto e eles riem, e dizem-me o quão surpreendidos estão por eu estar realmente empenhada e decidida a salvar o zoo, visto que até eles já perderam a esperança.

O que eu acho extremamente desnecessário. O meu avô e o meu pai trabalham aqui desde sempre. E o avô do meu avô, e o pai do pai do meu pai. Todos eles. Isto vem de gerações, porquê que insistem que "não vai dar certo" e tudo mais? É realmente frustrante.

Despeço-me com um beijo de boa noite a cada um e subo até ao quarto, organizando os cartazes em 3 pilhas com a mesma quantidade de cartazes para distribuir pela cidade amanhã de manhã.

[...]

"Tens a certeza que não precisas de ajuda com isso?"

"Absoluta pai. Eu safo-me. Aliás, eu vou safar-nos." Seguro 2 pilhas de cartazes em cada braço e meto-as no banco traseiro do carro. Corro escadas acima até ao meu quarto e trago a última pilha bem como muitos rolos de fita-cola.

"Cuidado na estrada, Frank!"

"Sim, avô! Até logo!" Falo e fecho a grande porta de alumínio cinzenta.

São 150 cartazes ao todo, um cartaz para cada animal. Fantástico. Tenho pelo menos 2 horas para os conseguir colar a todos, pois daqui a precisamente 2 horas e 3 minutos, as pessoas acordam e começam a circular pelas ruas. É o momento ideal para repararem nos cartazes.

Acelero um pouco mais pela estrada fora, mas lembro-me que tenho 3 minutos de avanço sobre o horário matinal dos cidadãos de Chicago, o que me faz ficar descansada mas continuo com o pé no acelarador.

[...]

Colo a primeira pilha de cartazes em paredes e portas de garagens velhas. Colo a segunda em paredes de pontes e deito apenas alguns pelo chão, não querendo fazer muita poluição.

Com a terceira pilha, e já com as pessoas a circular, aproveito para entregar alguns á mão recebendo alguns sorrisos.

Colo alguns pelos postes de eletrecidade, e experimento colar um cartaz num sinal de trânsito.

O som de um apito agudo e alto faz-me virar para trás assustada e um polícia vem a correr até mim, nunca parando de apitar.

Eu não vou fugir, acho que ele já pode parar de apitar.

"Menina!" Pisco rapidamente os olhos.

"Infrigi alguma lei?" Questiono a medo.

"Como é óbvio! Que papeis são esses? Espero que não seja publicidade caso contrário vamos ter sérios prob-"

Desvio-me do poste de modo a que ele consiga ver o cartaz e ele trava-se a si mesmo.

"Wildlife Park vai fechar? Isto é a sério?" Fecho os olhos momentaneamente e suspiro.
Infelizmente é.

"Sim, são raros os visitantes que temos. A maioria vem ao Zooland, aqui no centro da cidade."

"Meu deus." O policia senta-se num banco metálico e eu não sei se deva mas sentei-me ao seu lado.

"Então, tu trabalhas lá?" Questiona encarando-me.

"Sim. Quer dizer, não é bem trabalhar porque não recebo dinheiro. É negócio de família há imenso tempo, e se o zoo chegou á minha geração também tem que chegar ás outras gerações." Explico.

"Sabes, eu costumava ir ao teu zoo quando era criança. Eu ia lá quase todos os meses, e todos os meses tinha algo diferente. Algo nunca visto anteriormente. Quando nos deram a oportunidade de andar de barco sobre o lago dos pelicanos foi inesquecível. Eu repeti a volta imensas vezes."

Eu sorri imaginando a fama do zoo, a alegria que o zoo tivera outrora, um diferente zoo.

"Era para isto que estavas a colar os cartazes? Para dar a conhecer o estado atual do zoo?"

"Sim. Mas também para encontrar uma pessoa que aceite o trabalho. Embora seja um salário miserávelmente baixo visto que não temos muito dinheiro."

"Eu poderia trabalhar lá até de graça, mas sou polícia como podes ver, e ser um polícia implica uma carga horária semanal 24/7."

Ri-o com a expressão 24 horas por 7 dias da semana.

Tento ganhar coragem para lhe perguntar se sempre posso colar alguns cartazes nos postes. É decisivamente, o melhor local para as pessoas repararem nele pois têm obrigatóriamente que ter em atenção a mudança de cor no semáforo.

"Acha que posso então colar alguns? Eu prometo não exagerar. Apenas alguns." Falo e o homem levanta-se ajeitando a sua farda.

"Todos os que quiseres! Desde que mantenhas o zoo intacto." Sorrio abertamente e agradeço.

Pego no rolo de fita-cola que tinha pousado á alguns minutos atrás no chão e recomeço a colagem.

Mas logo me apercebo de uma sombra a aproximar-se e vejo o mesmo polícia esticando-me algo retangular.

"Toma. Ambos sabemos que o meu horário semanal de 24/7, é um exagero. Senão, nem tempo para a minha família eu ia ter." Riu e reparo que é um cartão. "Está aí o meu nome e número. Para o caso de precisares de uma ajuda extra. Mas tenho que trazer os meus filhos. Não tenho quem fique com eles."

"Oh. Eles serão bem-vindos, é claro!"

"Ótimo. Se precisares de ajuda não hesites em ligar. E faz-me um favor e arrasa com o Zooland por favor. O dono daquilo é um chulo. Verdade seja dita!"
Abano a minha cabeça freneticamente concordando e ele afasta-se enquanto acena e corre até ao outro lado da rua apitando para ajudar uma idosa a atravessar a passadeira.

[...]

A esta hora as pessoas já estavam todas acordadas e prontas , ou então não, para um novo dia de trabalho. Á medida que eu ia colando os cartazes nos postes era chamada por alguns condutores até á janela dos seus carros para se informarem.

Alguns ficaram realmente surpreendidos por um zoo que fora considerado um dos melhores e mais antigos de toda a América estar prestes a fechar. Já outros, nunca tinham ouvido falar e foi-lhes indiferente.

Quando acabo a minha missão que foi realmente cansativa e mortificante, vou a um café próximo e peço um sumo fresco para renovar as energias.

Tenciono voltar para o carro e fazer a minha viagem tranquila até casa mas recordo-me que infelizmente o deixei estacionado a quase 6 km de distância de onde estou.

Mas nem foi o facto de o ter estacionado longe que me deixou surpreendida mas sim o facto de eu ter andado tanto.

Mas quem corre por gosto não cansa, certo?

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Segundo capítulo , espero que gostem :)

Today is my birthday :D sweet sixteen

Bye :)