eight

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Eu estava caminhando pela calçada da escola acompanhada da Camila e do João. Nós estávamos indo em direção ao ponto de ônibus, onde eles iriam pegar o transporte para ir pra casa. Eu não precisava pois minha casa era a alguns quarteirões da escola, logo eu poderia ir andando.

Estávamos conversando sobre os boatos que existem sobre mim no colégio e em como eu não achava que aquilo era verdade, enquanto Camila me apontava fatos mostrando que eram.

- Eu concordo com a Camila nisso. - João começou - Você estava pegando a garota, sabia que ela estava gostando de você, ai foi lá e pegou aquele DJ na frente de todo mundo na festa dela. Isso foi meio que muita sacanagem.

- Mas nós não tínhamos nada sério! - Me defendi.

- De qualquer forma isso não foi certo.

- E tem mais, você não faz só as garotas de trouxa, como os garotos também! - Ela falou me fazendo revirar os olhos.

Eu não era tão monstro quanto eles estavam fazendo parecer, eu só tinha o meu próprio jeito de lidar com relacionamentos, e o meu jeito era: não entrando em um relacionamento. Eles ficam falando como se eu tivesse namorado com alguma dessas pessoas, mas eu não namorei com ninguém, eu nunca namorei, porque eu sabia que isso queria dizer exclusividade, e eu não gosto disso. Eu quero pegar quem eu quiser quando eu quiser, e eu podia fazer isso, eu conseguia fazer isso, porém as pessoas me julgavam. Falavam que eu as usava, que me aproveitava, mas eu sempre deixei muito claro que eu não queria nada sério, porém no fim a história sempre terminava igual.

- Acontece que o ponto disso tudo é: Eu nunca entrei em um relacionamento para ter exclusividade. Eu nunca namorei com nenhuma dessas pessoas e nem pretendia, era só ficar, era só isso, e eles queriam mais, queriam me forçar a mais, e eu não queria.

- Eu sei Manu, mas os boatos são fundados por causa dessas coisas que você fez. Não pode simplesmente dizer que não é verdade, porque é.

- Camila, você é minha amiga, não fale como se eu fosse um monstro sem coração, eu não queria que as coisas acabassem assim, as pessoas que fazem ela terminar desse jeito. - Desabafei, suspirando pesadamente. Depois de tudo o que eles falaram eu me sinto um pouco culpada pelo que eu fiz, mas não foi proposital, não tinha a intenção de magoar ninguém.

- Eu sei. - Ela falou e se aproximou, cruzando nossos braços - Eu te adoro do jeito que você é, mesmo sendo confusa assim.

- Eu também te adoro sua delícia! - João deu um tapa na minha bunda e eu virei para ele boquiaberta, o que o fez rir.

- Seu...

- Lindo? Gostoso? Motivo de você existir? - Ele falou começando a correr com um sorriso no rosto - Tchau meninas, até amanhã.

Observei João correr até um ônibus que estava parado no ponto e embarcar nele. Eu continuei o olhando até o ônibus partir e ele me mandar um beijo. Por que eu tenho amigos assim? Ri com esse pensamento e então voltei minha atenção para Camila.

- Olha, o que eu queria te perguntar mais cedo é se você não quer ir ao shopping comigo no sábado?

- Shopping? Claro! Que horas?

- Umas duas e meia.

- Ok, a gente se encontra aqui no ponto para ir?

- Pode ser.

- Vamos fazer o que lá?

- Encontrar uma amiga. - Camila me lançou um olhar sugestivo e levantou uma sobrancelha.

- Amiga?

- É, ué... As vezes eu faço amigas. Olha você aqui pra provar. - Ela sorriu.

- Quem é ela?

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