-Vó, tô saindo
-Rafaela são 23h30, não é hora de sair mais!
-Agora que a noite começa- dei um beijo nela, peguei a chave do meu carro e sai.
Dirigia devagar pensando na vida, pensando no que eu queria pra mim. Tinha 19 anos e cursava faculdade de farmácia.
Quem me sustentava era meu pai, e era só isso que eu queria dele, só o dinheiro, porque eu precisava. Mas carinho, afeto e atenção, isso eu já não cobrava mais.
Parei num barzinho, desci do carro e comecei a cumprimentar meus amigos.
-Pensei que não ia vir Rafa.
-Até parece- ri e dei um beijo no rosto do Luciano
Sentei do lado do Junior e peguei o cardápio
-Quero uma batida de morango.
-Ta fraca- meu amigo brinco
-Só pra começar- sorri pra ele
Naquele dia eu estava desanimada, não tava com vontade de dançar nem nada.
-Oi- um menino puxou papo, o resto dos amigos saíram pra dançar como sempre faziam quando um menino chegava em mim-Posso sentar com você?
-Senta aí- fiquei olhando pra baixo e rodando o dedo sobre a borda do copo
-O que uma gata faz desanimada aqui sentada?
-Ai quis sair pra distrair e não ta ajudando- disse olhando pra ele- Desculpa, eu acho que eu já vou.
-Mas eu tô te olhando desde a hora que tu entrou, e não faz nem 5 minutos.
-Eu sei, mas tô sem cabeça- disse levantando e saindo
-Posso pelo menos saber seu nome?-ouvi ele falar mas ignorei e fui em direção ao meu carro;
Parei em uma praça, desci do carro e encostei na porta, acendi um cigarro e comecei a pensar o porque daquela dor enorme no peito, uma vontade de chorar sem ter motivo, um desespero estranho, foi então que lembrei da minha mãe, que ela tinha me ligado na semana passada e eu não quis atender em dia nenhum. Quando lembrei dela comecei a chorar, joguei o cigarro fora e fui em direção a cidade vizinha, atrás da minha mãe, já tava tarde mas eu precisava vê-la. Dirigia devagar e tentava me manter calma.
Avistei mas a frente um movimento, ambulância, um carro de polícia, e um carro capotada, diminui a velocidade, o carro era familiar, encostei na beira da estrada e me dirigi até um polícial:
-Boa noite. O que houve?
-A senhora é parente da vítima?
-Eu nem sei quem é a vítima.
-Ela se chama Giulia Fernandes Marcelles
Num ato involuntário comecei a chorar
-Não pode ser, minha mãe não, minha mãe nãaaaaaaaaaaaao!
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O vento me trouxe até você
FanfictionO vento me trouxe até você... Não foi nada fácil, Mas é preciso lutar pra vencer. A cada passo, a cada desafio novo, Eu me sentia mais forte, Porque o seu amor me conduzia E o seu sorriso mostrava o caminho. Fã, traga o seu brilho, que eu faço chove...