Capítulo 17

297 26 5
                                    

Leiam com a música em cima durante o capítulo todo! Boa leitura! ;)

---------------------------------------

O sofrimento vence desta vez, sempre venceu. Não sei o que tinha na cabeça para pensar que isso iria mudar. Não sei o que tinha na cabeça para pensar que eu iria ser feliz algum dia sem ele. Como pude eu pensar que esta dor iria desaparecer com o tempo? Ela só ficava maior e mais forte e agora que ele voltou para a minha vida, eu percebo que andava a evitar o inevitável.

Eu andava a evitar a dor que ainda sentia mas que parecia estar adormecida e que apenas dava sinais de vida algumas vezes. Estava tão enganada quando pensava que estava a melhorar e que o que sentia por Zayn tinha acabado, eu estava tão enganada quando pensava que já não o amava, eu estava tão enganada quando lhe disse que já não o amava.

Eu pensava que conseguia viver sem ele, eu pensava que depois de conhecer Liam, tudo iria melhorar. Eu pensava isso, eu acreditava realmente nisso. Mas quando Zayn voltou, quando nos reencontrámos, eu percebi que isso fora tudo uma mentira.

Percebi que não consigo viver sem ele, que a dor nunca desapareceu ou diminuiu, que ainda o amo como nunca amei ninguém. Ele foi o meu primeiro amor, o meu grande amor. Sempre disseram que a grande paixão é aos dezassete anos. Mas paixão e amor são termos diferentes.

Paixão é aquele sentimento mais de atracão física, como se tu te sentisses apaixonada pelo corpo daquele rapaz. Mas o amor? O amor é aquele sentimento que tu não consegues explicar a ninguém, é aquele sentimento que te faz fazer qualquer coisa por aquele rapaz, até mesmo dar a própria vida.

Amor é diferente...

E eu tive medo de me apaixonar, eu tive medo de encontrar a grande paixão dos dezassete. Mas eu não encontrei paixão, eu encontrei amor. Eu encontrei o grande amor da minha vida. Um amor que apenas durou três meses, que mais pareceram três anos.

Esse amor não durou, esse amor dura. Ele não morreu, isso viu-se quando os meus olhos chocaram com os dele seis anos depois de tudo, naquele estádio, viu-se quando ele disse que eu não amava Liam mas sim ele, Zayn disse aquilo com tanta certeza.

Ele sabia perfeitamente que o que dizia era a verdade. Mas não era bem verdade, eu amo Liam, mas também amo Zayn. E se me dessem a escolher entre Zayn ou Liam, eu escolheria o Zayn, sem dúvida. O que sinto por Zayn faz-me querer fazer qualquer coisa por ele.

É aquele tipo de amor pelo qual nós lutamos, aquele que faz o nosso estômago revirar quando apenas pensamos nele, aquele que faz o nosso coração bater tão rápido que nos faz doer o peito, aquele que nos faz desistir de qualquer coisa por ele.

Eu amo estes dois homens mas são um 'amar' completamente distintos.

Eu amo o Liam, sim, mas é um amor que nos faz sentir bem, apenas bem. Faz-nos desistir de algumas coisas, sim, mas não de qualquer coisa. Mas com Zayn é diferente, vai sempre ser diferente. Porque trata-se do Zayn.

O amor que tenho por Zayn faz-me sentir viva, faz-me sentir energética, faz-me desistir de qualquer coisa por ele, faz-me ir contra tudo e contra todos por ele. E nisso eu errei, eu preferi desistir de nós do que lutar. Eu preferi largar aquele amor incondicional do que enfrentar o facto de sermos da mesma família.

Mas acho que foi isso mesmo que me assustou, o facto de sermos do mesmo sangue. O sangue dele corre-me nas veias, e isso foi o suficiente para eu pensar que não estávamos destinados a estar juntos. Foi por isso que acabei tudo, não conseguia viver com o facto de namorar o meu irmão, de amar o meu irmão como um homem ama uma mulher.

Foi demasiado para mim, eu tinha apenas dezassete anos, era frágil. Foi uma bomba saber que o homem a quem eu chamava de pai era nada mais, nada menos do que o homem que estava casado com a minha mãe. Mas foi pior saber que o rapaz por quem estava, e estou, apaixonada era o meu irmão.

O meu irmão mais velho, aquele que me vê ao colo da minha mãe, aquele que vê os meus primeiros passos, aquele que me protege de tudo e de todos, aquele que me defende de todos os rapazes, aquele que me vê crescer, principalmente, aquele que me entende.

Aquele que está lá para mim quando mais ninguém está.

O meu melhor amigo, mas também inimigo quando eu quero ver uma coisa na televisão e ele quer ver outra, inimigo quando eu faço asneira e ele vai contar à mãe, inimigo quando goza sobre algo que comprei ou que já tenho há muito tempo, inimigo quando conta algum momento embaraçoso de quando era pequena só para me irritar.

Mas Zayn não era esse irmão.

Zayn era o irmão que me fazia arrepiar da cabeça aos pés com apenas um olhar, um toque, um sorriso, uma palavra, que me fazia sorrir com pequenas coisas, que me fazia sentir viva só por existir, que me beijava, que me abraçava, que passava as noites comigo, que dizia que me amava, que entrelaçava os nossos dedos a qualquer momento do dia.

Zayn era o irmão a quem nós chamamos namorado.

E eu não conseguia aceitar isso porque doía demasiado. Doía saber que amava o meu irmão de uma forma tão incondicional, tão inexplicável, tão forte que precisava dele para sobreviver. E eu odeio-o por isso, nós nunca iremos funcionar, nunca.

Eu estou com o Liam, e é assim que vai continuar, eu vou continuar com o Liam até ao fim. O Liam faz-me feliz, eu gosto de estar com ele, eu amo-o. Mesmo que não seja tão forte, é o suficiente. Ou pelo menos tem de ser o suficiente.

Oiço um barulho atrás de mim e chego à conclusão de que é a porta do gabinete. Limpo as minhas lágrimas e rezo para que não se note que tenha estado a chorar, apesar de eu saber que a maquilhagem já deve ter borrado devido à grande quantidade de lágrimas que deixaram os meus olhos.

"Evelyn, eu..." A sua voz começa e eu sinto-me ficar sem respiração. O que é que ele está aqui a fazer? "Eu..." Ele suspira. "Eu peço desculpa." As suas palavras apanham-me desprevenida e eu sou obrigada a virar a cadeira para ele, revelando o meu corpo indefeso e a precisar de um abraço. Não vamos falar no meu rosto que deve estar lindo de morrer. Literalmente. Os seus olhos analisam-me e demonstram preocupação.

"Pelo quê?" Pergunto, fungando e rolando os olhos por o ter feito.

"Por ser um caralho." Responde e eu levanto-me da cadeira, caminhando até ele e colocando os meus braços à volta do seu pescoço num ato rápido.

Olá! Parei na melhor parte, não parei? Para variar *cof cof*

Espero que gostem!

Beijinhos!

Love you!

Xx

Without You |Z.M| - Sequel Of "I Don't Believe That... I Love You"Onde histórias criam vida. Descubra agora