O Encontro.

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Por Anahí.

Merda. — Foi à primeira palavra que escapou de meus lábios quando o avistei na proa do barco.

— O que disse? —Jess, minha velha e futura "ex" amiga, retrucou enquanto me passava meu Martíni. — Você está bem? Parece que viu um fantasma...

— Sim. Um maldito fantasma do passado. — A Puxei rapidamente um pequeno vão entre o corredor e a cabine principal. — Eu não sei como você me convencer a vim nesse cruzeiro de pessoas desesperadas por sexo... Eu deveria ter ficado em casa!

— Ei, não fale assim do cruzeiro de São Valentim... — Ela fez uma pausa de bebeu um pouco do seu Martíni e continuou: — Estou fazendo um favor para seu estacionamento de pênis. Aposto cem dólares que fazem alguns anos que nem mesmo uma bicicleta estaciona nele...

— Podemos não falar do meu estacionamento? — Eu disse com um tom de brincadeira. Jess insistia em dizer que eu precisava sair de casa e conhecer gente nova, que na língua dela significava que eu precisava fazer sexo e aquele cruzeiro para solteiros para comemoração de São Valentim era perfeito para isso. — O meu estacionamento é privado é um problema, não é igual ao seu que está com a catraca quebrada e entra todo tipo de veículo, de bicicletas a caminhões.

— Touché. — Disse ela sorrindo enquanto olhava em volta, procurando assim o "fantasma" que eu havia visto e de repente sua expressão mudou e ela olhou desesperada. — Não olhe agora, mas eu vi seu fantasma e ele parece feito de carne e osso para mim. Ele está vindo em nossa direção!

Droga.

— Se eu pular agora na água terei uma morte rápida? — Falei enquanto calculava alguma forma de desaparecer. — Prefiro morrer a fingir que ele não me afeta!

— Tarde demais! — Jess sussurrou para mim.

Meu coração deu uma batida lenta... Eu conseguia pressenti-lo cada vez mais perto. Aquele encontro já estava predestinado a dá errado. O que ele está fazendo vindo em nossa direção? Eu realmente teria que esperar para saber as resposta... Um encontro após cinco anos? Nada sairia de bom em um desses tipos de encontro, alguém vai terminar chorando e esse alguém provavelmente seria eu. Ainda o amava... E me sentia uma idiota por isso.

"Anahí ".

Sua melodiosa voz soou perto do meu ouvido fez com que meu raciocino parasse e minhas pernas ficassem bambas e talvez meu estacionamento particular implorasse para que ele estacionasse. Controle-se! Como meu corpo podia me trair dessa maneira? Juntando o resto da minha dignidade, virei meu corpo em direção de sua voz e o encarei.

— Alfonso. — O seu nome tinha um gosto amargo em meus lábios. E foi à vez do meu subconsciente me trair, fazendo-me lembrar de como os lábios dele eram doces...

— Quanto tempo... Será que podemos conversar?

Senti o olhar de Jess pousar sobre mim... O que eu faria? E como se tivesse lido a minha mente ela rapidamente retrucou.

— Olá para você também, Alfonso  ... — Ele sorriu em responda. — Posso conversar um minutinho a sós com ela? — Antes que ele pudesse responder algo, ela me puxou e olhando bem fundo nos meus olhos e com um tom dramático disse: — Puta merda!

— O que vou fazer? — Perguntei tentando manter a compostura, eu sabia que ele estava me analisando e qualquer passo em falso poderia significar meu coração partido novamente.

—Como assim? O destino te deu uma oportunidade de foder com ele... — Eu lancei um olhar assustado para ela e rapidamente ela se corrigiu. — Não literalmente falando, mas de passar na cara dele o que ele perdeu. Hoje você é uma mulher independente e bem sucedida que não precisa mais dele, diferente daquela garota de vinte e dois anos.

— Sou uma mulher independente e bem sucedida que não precisa mais dele, diferente daquela garota de vinte e dois anos. — Repeti em voz alta e fiz disso meu mantra.

"Divirta-se!" Ela falou enquanto me abraçava e antes que eu percebesse estava sozinha com ele.

Ressaca de Amor.Onde histórias criam vida. Descubra agora