Ressaca de Amor.

A Tempestade

Por Alfonso Herrera.

Eu não sabia como reagir ou que falar, quando menos percebi tinha ido em direção a ela como se seu corpo atraísse o meu... Sempre havia sido assim, desde a primeira vez que a tinha visto. Fazia um bom tempo que não nos encontrávamos, mas confesso que algumas vezes a vi correndo no Central Park e apenas fiquei observando. É um pouco duro ver seu passado correndo numa direção contraria a sua, mas hoje seria diferente... Não consegui me manter apenas observando e cá estou esperando que ela aceite conversar comigo. Às vezes engolir o orgulho é o primeiro passo pra ser uma pessoa melhor.

— Ok. Vamos conversar... — Ela murmurou para mim enquanto seu rosto se tornava rubro de vergonha. — O que exatamente quer conversar? Essa situação é muito desconfortável de um jeito que eu não sei explicar.

— O que há de errado?

— Pergunte o que há de certo se quiser uma resposta curta. — Ela disse enquanto colocava seu Martíni na bandeja de um garçom. — Que tal começarmos com: Oi, Alfonso! Como vai sua vida depois que você destruiu a minha?

Ok. Isso realmente doeu! Não estava em meus planos destruir sua vida, mas acho que mereço todo tipo de rancor da parte dela. Foi totalmente imaturo da minha parte, mas isso ficou no passado e eu estava recebendo uma nova oportunidade para corrigir esse erro.

Antes que eu pudesse responder uma fina chuva começou a cair e o movimento do corredor começou a intensificar, involuntariamente eu a puxei para mais perto. Foi um gesto completamente involuntário de minha parte, mas Anahí parecia uma pedra sob minhas mãos e meu corpo.

Eu precisava mudar isso...

— Anahí, escute! — Eu disse enquanto a apertava ainda mais junto a mim. — Eu cometi um erro, ok? E eu vou me lamentar sobre isso pelo resto da minha vida. Só espero que algum dia você seja capaz de me perdoar. O destino nos juntou novamente eu não pretendo deixar essa oportunidade passar.

Por Anahí.

"Isto está realmente acontecendo? Ele estava pedindo meu perdão?" Era apenas nisso que eu pensava... E agora eu me arrependo por ter lamentado perto de Jesse que passaria novamente o dia de São Valentim sozinha. E quando eu achava que nada mais podia piorar aquela situação, as gotas da chuva bateram forte em minha pele descoberta e quando percebi o céu estava carregado de nuvens escuras. Sem pensar duas vezes eu o empurrei tentando manter um espaço seguro entre nós, mas era quase impossível! As pessoas corriam em direção à cabine para se proteger da chuva que nos golpeava.

— Sabe, houve um tempo que eu só queria te sacudir e dizer como você era idiota por estar me perdendo... Mas nesse exato momento eu só quero que você me solte! Está chovendo... — Disse enquanto tentava mais uma vez me soltar dele.

E como se finalmente tivesse caído à ficha ele me soltou, mas ainda continuou perto suficiente para que eu sentisse sua respiração bater contra meu rosto. Sem pensar duas vezes girei o meu corpo na direção contraria e tentando me equilibrar em minha sandália de salto alto corri o mais rápido que consegui... Mas foi em vão, eu o sentia se aproximar e quando me virei para calcular nossa distância, o barco fez uma curva acentuada e com ajuda do piso molhado, meu corpo foi de encontro ao chão e quando percebi estava sendo arrastada na direção da mureta que separava a segurança do barco do oceano.