P.O.V Katherine
Estava sentada num canto daquele quarto do sótão , em cima do colchão do qual eu dormia, ou tentava...
Quando ouço um estrondo vindo da porta de entrada, olho para obter o instintivamente assustada, meu tio havia voltado e sabe-se lá o que ele havia usado para se drogar.
- Cade ela? - ouvi a voz de meu irmão e pensei ser apenas uma alucinação - Cade ela seu verme? - levantei e sai correndo até à porta ouvindo gritos do homem que normalmente cuida para que eu não fuja quando meu tio sai.
- NASH - gritei e ouvi um disparo, me afastei com lágrimas nos olhos temendo o pior e tapei minha boca me afastando da porta e descendo alguns degraus.
Ouvi passos e a porta trancada que alguém forçava do lado de fora.
- Kath, se afasta da porta - suspirei aliviada e desci mais alguns, logo a porta foi arrombada com um chute de meu irmão que me olhou assustado - Kath - sussurrou e corri para abraça-lo - porque você não me contou quando eu vinha te ver? - perguntou e eu apenas o abraçava e chorava.
- Vocês receberam a carta, que bom.
- Cade o tio? - perguntou me olhando com ódio.
- Saiu para comprar drogas.
- Tá - Nash saiu do sótão e me puxou até à sala onde estava o corpo do homem magro e branco com braços quebrados e um tiro na cabeça - vem maninha, não entra em pânico - falou empurrando o corpo sem vida do sofá até o mesmo atingir o chão. Nash sentou-se no sofá e eu o olhei de olhos arregalados ao ve-lo se recostar nas almofadas abrindo os braços e deixando a arma a mostra em sua mão.
- O que está fazendo? - perguntei incrédula.
- Esperando o tio voltar - falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Não Nash, vamos embora, por favor - supliquei dando a volta pelo corpo.
-Relaxa maninha, eu tenho que atirar na cara dele - falou e dei um pulo ao ouvir o barulho grave de um tiro que acertou um quadro de foto de meu tio sobre a parede que caiu e se quebrou.
- Nash, por favor, eu não quero mais ficar aqui - suspirei chorando e meu irmão me olhou preocupado.
- Hey, vai ficar tudo bem, eu vou cuidar de você e o papai também. Sabia que todos têm medo de nós? - falou após se levantar e segurar meu rosto. Ele me olhava sorridente com sobrancelhas arqueadas que deixava seus olhos idênticos aos meus mais visíveis.
- Tá, mas vamos embora, por favor - falei segurando o choro
- Tá bom - deu-se por vencido - vamos pegar suas coisas - falou calmo ainda segurando meu rosto.
- Não, vamos agora, antes que ele volte Nash - supliquei e Nash foi até o sótão.
- Se ele voltar ele não vai tocar em você kath, já falei, vem me ajudar a pegar suas coisas! - ordenou e não consegui passar da porta do porão, estava com medo de ficar presa ali de novo - Nash apareceu com uma colcha e tinha algumas trouxas de roupa dentro, eu realmente não tinha muitas roupas, meu tio não gastava nada comigo, nem mesmo em comida...
- Pronto? Vamos? - falei meio desesperada - Nash suspirou e apertou o gatilho mais uma vez acertando um porta retrato que estava sobre uma mesa na frente do sofá com a foto de meu tio e saiu fechando a porta.
Entramos no carro e tudo o que eu fiz foi chorar, por todas as vezes que meu tio me tocou, me bateu, me deixou sem comida, sem agua, me obrigava a beber para que eu me soltasse mais, já me drogou inúmeras vezes. Ele nunca me penetrou, sempre teve chance, mas acho que ele achava mais prazeroso me torturar.
Chegamos a frente de uma mansão gigantesca e arregalei meus orbes azuis voltando-os para meu irmão que sorria abertamente.
- Agora eu vou cuidar de você - falou firme e sorridente - ninguém mais vai tocar em você Kath - falou e me abraçou meio acanhado.
Nesse momento eu percebi que minha vida seria melhor, meu pai não me tocaria e meu irmão não me excluiria num quarto me odiando como todos os irmãos fazem... Ou talvez seja só uma primeira impressão...
Desci do carro com Nash e ele abriu o pequeno portão lateral adentrando e me dando passagem. Entrei receosa olhando para todos os lados, Nash atravessou o quintal e abriu a porta branca encontrando a casa silenciosa. Ele passou pelo Hall e eu apenas o segui como um cachorrinho, e foi então que eu vi um cachorrinho correr na minha direção.
Entrei na sala de estar e lá estavam dois homens sentados no sofá de costas para mim, um recostado com cabelos loiros e manchas verdes, parecia estar comendo alguma coisa e outro com pernas cruzadas mexendo no celular com umas das mãos sustentando o peso da cabeça, ele estava com um boné verde. Olhei para baixo assustada e ali havia um homem abaixado aos meus pés tentando pegar o cãozinho que pulava na minha canela.
- Vem aqui seu monstrinho - falou meio estressado e o pegou no colo se levantando e dando de cara comigo, ele é bem alto e bonito, e pelos olhos... Acho que ele é me pai, ele está MUITO diferente da foto que tenho - Oi - falou envergonhado se afastando.
- Oi - falei extasiada.
- Você comprou um cachorro? - perguntou Nash rindo.
- A é... Um presente de boas vindas - falou me entregando o pequeno filhote de hasky siberiano.
- Pra mim? - perguntei e ele assentiu sorrindo um pouco vermelho. Peguei o cão e o olhei maravilhada - é fêmea... - comentou e o olhei.
- Obrigada - falei rindo, acho que ele não foi treinado para ser pai, é até engraçado - eu sempre quis ir para Malibu - falei olhando o pequeno cão - então você vai ser a minha Malibu - falei e Nash riu como se aquilo fosse ridículo. E realmente era.
- Malibu, é um nome lindo. - falou, acho que ele estava tentando me agradar o máximo possível.
- Então... você é meu pai? - perguntei e os dois que estavam no sofá se viraram. O de boné verde me olhou meio espantado e o outro que comia e tinha cabelos descoloridos com manchas verdes sorriu ao perceber o desespero do homem a minha frente.
- Creio que sim - coçou o cabelo e eu ri estendendo a minha mão, segurando Malibu com o outro braço, ele me olhou meio confuso mas acabou apertando minha mão.
- É um prazer conhecer você - falei e ele sorriu me puxando para um abraço, Nash pegou Malibu e todos saíram da sala.
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Together? Forever!
RomansaMatthew Espinosa se apaixona pela irmã de seu melhor amigo, que no caso é filha do chefe da máfia mais perigosa de Los Angeles. Um amor possessivo de um tio distante causa alvoroço e confusão por toda a mafia, causando uma guerra silenciosa e perigo...