Julyan

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Vocês não sabem quanta saudade eu tava de postar algo de Enigma, sério! A ideia desse conto apareceu de última hora, sei que prometi que o próximo seria o da Georgia (vó da Julie), mas ele está meio complicado para sair, então resolvi escrever esse, mais leve e rápido. Este conto é uma cena avulsa de Enigma que não está no livro, e se passa mais ou menos alguns dias depois da chegada do Jason na casa da Julie. Sim, é um conto Julyan (Julie + Lyan), e espero de coração que vocês gostem! Narração pela Julie Darim, protagonista da história. Boa leitura. :)

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Eu tenho medo do amor.

Não o amor bonitinho e romantizado.

O amor real.

Aquele que dói na alma, no qual você se doa mais do que recebe e assina a sentença do sofrimento eterno.

Alguns diriam que sou muito nova para o amor. Não acho. O amor lá tem idade para aparecer? E será mesmo que todos estão destinados a senti-lo, nem que seja uma vez na vida?

Não penso assim.

Como também acho que não dá para fugir do amor.

Aliás, amor é uma palavra muito forte para ser usada em vão. Requer responsabilidade, talvez até maturidade... Não. O amor não dá para se medir dessa forma, é um sentimento! Como podemos controlar um sentimento?

Não controlamos.

E então, é por causa disso que tenho medo do amor.

O amor não dá para ser controlado.

É de controle que tenho amor.

Peguei a folha e reli o que escrevi. Nada mau para uma poesia sobre o amor, Sra. France iria gostar com certeza, melhor que isso apenas se eu fosse o próprio Shakespeare em pessoa. Larguei a caneta de lado e levantei da cadeira me espreguiçando. Estava nessa atividade há um bom par de horas, quem diria que escrever sobre o amor fosse algo tão difícil. Tenho certeza que Ashlee faria isso em poucos minutos, minha melhor amiga tinha doutorado em amor, principalmente na área dos platônicos. Se pensasse no Matt então, o garoto da vez, a coisa ficaria pronta em segundos.

Sorri internamente.

Se Ashlee me escutasse falando isso, provavelmente ficaria furiosa.

Caminhei pelo quarto silencioso e deitei na cama fofinha. Mizzy estava em seu cochilo sem fim na almofada roxa, só esperava sinceramente que ela não inventasse de acordar em poucas horas e pulasse em minha cama de madrugada. Peguei o livro que estava lendo de Sidney Sheldon ao lado do colchão e abri na página que tinha marcado na noite passada.

Devo ter cochilado enquanto lia, pois acordei assustada e com o livro sobre o rosto. Levei outro susto ao perceber que não estava sozinha.

— Desculpe, não queria te acordar do seu sono de beleza.

Ainda meio aérea e grogue de sono, cocei os olhos e guardei o livro onde estava, mas voltei a funcionar rapidinho quando vi o que Lyan tinha nas mãos. Dei um pulo da cama no intuito de tirar aquela folha de papel dele, mas o cretino foi mais esperto e o levantou de modo que eu não pudesse alcançá-lo.

Como eu odiava esse maldito fantasma!

Sra. France nos prometeu que a tal poesia do amor seria lido apenas por ela, e então teríamos a liberdade de escrevermos o que quiséssemos sem sermos julgados em frente à classe inteira. Isso obviamente me fez relaxar e ter menos relutância em expor meus sentimentos, uma vez que apenas a professora teria acesso ao meu texto.

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⏰ Última atualização: Aug 16, 2015 ⏰

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