●O começo de algo grande●

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Encrontrava-se na sua terra natal, Tritios, um platena rochoso com prédios colossais que tocavam no céu, aerocomboios intermináveis que percorriam diariamente a cidade e um rio de poeira, único na galáxia. Luana estava em casa com o seu pai e a sua mãe e estavam a ver televisão em familia, Runas começara a discutir com ela sobre qualquer que parecia não ter importância nenhuma e durante a discussão ouviu-se repentinamente uma explosão, de seguida um silêncio abateu-se e começou-se a ouvir um pânico gerado no exterior.
A janela do pequeno compartimento ainda deixava entrar os últimos raios de luz e conseguia-se observar várias naves espaciais vermelhas e pretas, umas grandes, outras pequenas mas todas cobriam o céu e perceberam imediatamente o que acontecera, uma invasão e pelas cores deveria ser do planeta vizinho liderado por enormes espécies com forma humanoide mas mais parecidos fisicamente com símios do que com humanos.
Luana e os pais correram para o esconderijo na cave e levaram todas as coisas mais importantes consigo, entretanto ouvia-se vários gritos, gemidos e bombas a serem disparadas, mas o que mais importava no momento era a sua segurança e por isso esforçou-se por fazer silêncio.
Dentro do abrigo os sons exteriores ficavam mais abafados e agora o som que mais se ouvia eram passos, lentos e confiantes e muito provavelmente do inimigo .
Luana fechou os olhos com medo e depressa se apercebeu que a mão da mãe, que a abraçara fortemente estava mais mole e fraca, olhou então para os seus olhos e reparara que ela estava pálida, morrera ,provavelmente de ataque cardíaco, Luana quase não se conseguiu controlar, o que lhe valeu foi a mão de Runas que selara rapidamente a sua boca. Os passos cada vez se aproximavam mais e cheia de medo quase não se apressebeu de que lançara, por impulso, uma dentada ao pai, desejando engoli-lo para que ninguém lhe fizesse mal, tal como o macaco da loja.
- NÃO !!!!!!!!!!
Finalmente acordara e apercebera-se de que o seu pai estava na cozinha.
- O que se passa ?
- Só mais um pesadelo, não te preocupes.
- Desculpa não ter passado o resto da tarde contigo mas o trabalho atrasou-se e nem vais acreditar, encontrámos na selva uma espécie de hieróglifos antigos do povo lotiano, mas por enquanto ainda não os decifrámos.
- Ok, acho que é melhor eu ir para a cama dormir.
Despediu-se com um abraço caloroso e esperou não sonhar o resto da noite, queria apenas um sono restaurador e um outro dia melhor que o anterior.

Na manhã seguinte Luana acordara tarde, era Sábado e não tinha nada de importante para fazer, resolveu ir às compras para abastecer o frigorífico e podia ser que encontrasse alguma roupa de que gostava, não era muito vaidosa mas de vez em quando gostava de se mimar. Chegado ao mini centro comercial reparou num lotiano à entrada, achou esquisito, normalmente os lotianos não vinham à colónia humana e então notou que este transportava uma cria, Luana nunca tinha visto uma, era uma criatura muito pequena com muito mais pêlo que os adultos e mais simples, parecendo até um animal pouco evoluído como muitos que Runas registava da selva.
Ao entrar no centro viu que este estava cheio de pessoas, o que era normal ao fim de semana, mas neste dia exitia uma concentração enorme junto a uma montra, Luana foi ver por impulso da curiosidade e então deparou-se com um vendedor
- VENDEM-SE ROUPA QUIMICAMENTE TRANFORMADA, MUDA DIARIAMENTE DE COR, ÚLTIMA MODA, VENHA ENQUANTO PODE!!!!
Nunca vira nada assim mas definitivamente não era algo que a cativava, já a t-shirt da sua banda favorita, os VERMES ESPACIAIS, que se via no interior da loja era mais promissora. Entrou, foi diretamente à t-shirt e reparara que era a única mas quando estava quase a tocar-lhe um rapaz de cabelo escuro e olhos profundos, que aparentava ter a mesma idade que Luana, roubara-a de si descaradamente
- Ei! Devolve-ma , tu viste que eu a ia buscar
- Quem vai ao ar perde o lugar ou pelo menos esta t-shirt, não devias antes escolher uma dos póneis ou algo assim - dizia trocista.
- Eles são a minha banda favorita, mas fica com ela eu vou ver se encontro mais alguma com eles.
- Então afinal temos algo em comum, ambos adoramos a mesma banda e ambos fomos à procura duma t-shirt deles, eu tive sorte mas duvido que tu tenhas, já procurei em todas as lojas e não há mais nada.
Luana estava irritada com o rapaz, nunca tinha conhecido alguém tão rude, e decidiu ir-se embora.
Á saída do centro comercial viu outra vez o Lotiano mas ele agora não tinha o seu bebé e estava raivoso e pronto a atacar qualquer um, mas depressa foi neutralizado pelos seguranças do centro que ainda que com medo dele conseguiram pô-lo a dormir com um tranquilizante. Desde que se lembrava Luana nunca tinha ouvido Runas a falar sobre ataques dos Lotianos e apercebeu-se de que provavelmente ninguém também tinha visto algo assim, pois aparentemente não sabiam o que fazer. Ela ficou a ver o que se iria decorrer e passado pouco tempo chegou ao local um carro da esquadra da colónia que o levou, deixando para trás várias pessoas espantadas e estragos de garras afiadas por todo o centro comercial.

Quando chegou a casa foi imediatamente falar com o pai sobre o que acontecera
- Pai, eu hoje quando fui ao centro comercial vi um Lotiano a ser agressivo para as pessoas e a fazer estragos com as garras
O seu pai deitou-lhe um olhar um pouco nervoso e apreensivo:
- Já não sei bem o que se passa, ultimamente é normal verem-se alguns Lotianos dentro da colónia mas eu pensei que fosse por curiosidade pois nunca tinham atacado ninguém.
- Não devias então estar na esquadra?
- Não pudemos prender um Lotiano por muito tempo, o presidente da colónia não quer que a paz entre os Lotianos e os Humanos acabe e disse que apenas tinhamos que estar mais atentos e informar as autoridades de ataques.
- Não fazem mais nada ?!
- Têm medo. Neste tempo todo a estudá-los eles sempre se revelaram pacíficos e depois do sucedido ninguém sabe já o que pensar...

Quando acordou foi dar uma corrida matinal e passou pela ZARES E FINN que agora estava um pouco mais arrumada e limpa e deparou-se outra vez com o rapaz do centro comercial mas agora ele estava vestido com a t-shirt , Luana até chegou a pensar por um momento que ele sabia que se ia encontrar com ela.
- O que fazes aqui? Já agora linda t-shirt !
- Obrigado, eu moro aqui, chamo-me Zares.
- És o dono da ZARES E FINN ?!?!
- A Finn é a minha mãe, e tu onde vives?
- Desculpa mas acho que não te posso dizer ainda, podes ser um psicopata.- disse trocista
- Então e se fossemos num encontro para me conheceres melhor e perceberes que não sou nada disso .
- Vai sonhando!
- Pelo menos diz-me o teu nome
- Luana
- Pode ser que um dia os sonhos se tornem realidade!
Depois Luana afastou-se e continuou a corrida com o pensamento no rapaz misterioso que conhecera....

Rios de PoeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora