O "médico"

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Acordei num quarto todo branco e vi uma pessoa à minha frente . Depois de adaptar-me à claridade vi que era o médico então comecei a chorar.
-Mamã.....papá......-disse com uma voz fraca.
-Cala-te já me estás a irritar! Vou chamar os teus pais fica aqui sua inúti
Ele saiu e eu enfiei-me debaixo do cobertor a soluçar e chorar baixinho.
Passados alguns minutos ouvi a porta ser aberta e como achava que eea o médico encolhi-me e após sentir uma mão no meu ombro desesperei mas quando ouvi aquela voz doce:
-Filha!-a mamã disse.
Rapidamente sai de baixo dos cobertores e abracei-a.
-Mamã!
-Pronto meu amor! Já está tudo bem! -a mamã disse.
-Quero o Papi!
-Estou aqui Lorinha (esquecime de dizer Lorinha ou Noquinhas era o apelido que me davam mas normalmente só para os meus amigos e primos porque para os meus pais eram Meu amorzinho, pequenina e bla blá blá para os meus Tios e principalmente para o papá era princesa, para o Lucas era tampinha porque eu era baixinha e para o Tio Diego era pudimzinho.Um pouco estranho)
-Papá! -estendi os braços para ele e ele abraçou-me.
-Como está a minha princesa(não disse?)?
-Dói papá dói! -protestei já com os olhos cheios de lágrimas.
-Onde dói?
Toquei com a minha mão no mei braço no sitio onde o médico me bateu. Após fazer isso o papá olhou para a mamã com uma cara de interrogação. Levantou a manga da camisola e teve um ataque de nervosismo e eu que não entendia olhei para o meu braço e estava lá marcado a vermelho a mão do médico.
-Filha...o que e que aconteceu-o papá disse nervoso tentando se controlar.
Baixei a cabeça e quando a levantei já chorava. Vi a mamã olhar para o braço dela que também tinha a mão do médico. Ela tanto quanto eu sabia o porquê daquilo nos nossos braços.
Mas quando reparou que o papá a olha-va baixou a manga rapidamente.
-Minha vida o que é isso?-o papá perguntou e levantou-se.
-Nada.
-Amor...
-Não é nada León!
-Nada? Tinhas uma marca vermelha igual à da Leonor e não é nada? Mostra-me já isso!
O papá levantou a manga da mamã e fez uma cara de arrepiar.
-Quem te bateu? Aliás quem vos bateu? -perguntou serio olhando para mim e para a mamã.
-Alguém lhe bateu? -perguntou o Lucas também entrando no quarto e apontando para mim
Agora sim estamos mortas.....quer dizer não eu e a mamã mas sim o médico! Olhei para a mamã à procura de uma resposta. -Amor....-a mamã começou a falar-Foi tudo um mal entendido ok? Preciso que compreendas!
-Depende do ponto de vista! - disse o papá.
-Alguém e capaz de me dizer quem bateu na minha maninha?
-Mamã por favor! Diz tu!
Ela respirou fundo.
-Foi o médico! -soltou a bomba.
-O QUÊ? -disseram o papá e o Lucas ao mesmo tempo.
Vi o papá chegar a mudar de cores:branco, amarelo, laranja, vermelho, rosa, roxo , azul, verde.....até qur voltou ao normal.
-León...
-Aquele desgraçado vai ouvi-las! -gritou o papá já saindo do quarto mas a mamã segurou-o pelo braço.
-Amor não por favor! Não arranjes confusão no hospital! -pediu a mamã.
-Tudo bem mas vou ficar aqui à espera dele. Após passado alguns minutos o médico entrou no quarto.
-Pronto ela já tem alta!
-Mas quem é que o senhor pensa que é?
-Eu? O que é que eu fiz?
-Ainda pergunta veja com os seus próprios olhos!
O papá levantou a manga da mamã e o Lucas a minha.
-Mas quem é que o senhor pensa que é para bater na minha mulher e na minha filha! ?-disse o papá com cara feia.
-Eu posso explicar!
-Pode então explique!!!-ordenou o papá.
-A sua filha e uma vadia e só sabe fazer queixinhas!
-O que? -desta vez foi a mamã que falou.
-Papá não acredites por favor! -disse a chorar. -Calma princesa é claro que eu acredito em ti!
Sem sequer dar tempo do papá agir ele agarrou a mamã pelos pulsos e atirou-a para o chão que bateu com as costas no chão e soltou um gemido de dor.
-Amor!-o papá disse e ajudou -a a levantar-se.
-O que é que se passa aqui? -perguntou outro médico ao entrar no quarto.
-O seu amiginho anda a bater na minha filha e na minha esposa!
-O quê? Doutor Tomás Hernandes isso é verdade? -perguntou o médico serio.
-To...mas...Her...nan....des....-gaguejei com muito medo da resposta.
-Eu mesmo pessoalmente! -aproximou-se de mim - Lembras-te de mim certo? -assenti com a cabeça.
-SAI DE PERTO DA MINHA FILHA! -ordenou o papá.
-ELA NÃO E TUA FILHA E MINHA! -É A MINHA FILHA! DO MEU SANGUE! -gritou outra vez o papá.
-Ela não é tua filha Tomás! -disse a mamã.
-Doutor Tomás vamos conversar! -disse o médico.
-Eu ainda vou voltar! Isto não fica assim! Ela é minha! -disse o Tomás.
Comecei a chorar.
Já se tinha passado uma hora e eu continuava a chorar ninguém me conseguia acalmar.
-Calma meu amor....-pediu o papá.
-Olha o teu pai filha....
-Eu quero ir para casa!
-Vamos!
Voltamos para casa mas assim que entramos corri para o quarto e deitei-me na cama a chorar.
Porque? Porque é que a vida era assim? E eu a pensar que fazia tudo certo? Não entendo! Não entendo o porque do Tomás dizer aquilo! E se os meus pais me mentiram? Não não é possível! Eles nunca me mentem!

O Diario de Leonor Castillo VargasOnde histórias criam vida. Descubra agora