Ele vem atrás de mim...

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Dirigimos-nos a cozinha e o papá sentou-me no balcão.
Nada disse apenas o observei a movimentar-se para ir buscar 3 canecas para o leite. Pousou-as em cima do balcão e o seu olhar dirigiu-se ao meu.
Ele suspirou e acariciou o meu rosto.
-Sabes que és muito importante para a mim e a tua mãe não sabes?-questionou e eu apenas assenti-Nos só queremos o teu bem e o do teu irmão meu amor e se te perguntamos com o que sonhas-te foi porque nos preocupamos-afirmou e eu apenas baixei a cabeça.
-Eu apenas não me queria voltar a lembrar do sonho ou melhor pesadelo-susurrei.
-Eu entendo princesa e entendo que seja difícil falar sobre este assunto depois do que sofres-te mas nós ficamos preocupados. Confias em nos? -perguntou e eu afirmei-Entao conta-nos o que se passa, conta-nos o teu pesadelo porque por mais que custe nos vamos sempre te apoiar, tudo bem?-fintou-me com um olhar terno e eu apenas continuei a assentir enquanto uma medonha lágrima escorria pelo meu rosto, mas rapidamente limpei-a.
-Vá-disse e deu-me um beijo na testa a seguir de me acariciar o cabelo-Vamos tomar o nosso chocolate quente? -perguntou.
-Sim-disse.
-Até tenho medo que a tua mãe se tenha perdido no meu do escuro-disse e riu enquanto eu o acompanhava.
-Deve ter ido buscar a minha manta-conclui.
-Estou aqui-ouviu-se a voz abafada da mamã-Leonor Castillo Vargas a quanto tempo nao arrumas o teu quarto? -perguntou num tom divertido.
-Ah...-tentei construir uma resposta lógica na minha cabeça- 2,3,4...5 sem nas? - perguntei a mim mesma com um sorriso torto mas para meu alívio os dois riram-se.
-Demorei 10 minutos só para a encontrar-disse referindo-se à manta pondo-a volta dos meus ombros, abraçando-me fazendo com que eu me enrosca-se no seu peito-Amanhã vais arruma-lo ouvis-te bem?-disse num tom autoritário e eu apenas assenti (como aqueles homens da tropa sabem?Sim senhor capitão!)-Não sei a quem saíste assim tão desorganizada-exclamou rindo-se-A mim não foi de certeza...E então os chocolates demoram muito D.Leon?-questionou enquanto ainda ria.
-Ah pois claro! - "acordou o papá que até a chegada da mamã não tinha dito que nada.
Dirigiu-se a outra bancada com as canecas na mão pousou-as e foi buscar o leite ao frigorífico.
-E então? Como vão as coisas com o Mike?-disse a mamã mais baixinho para o papa não ouvir embora isso não visesse nada pois assim que ouviu o nome "Mike" o seus passos tornaram-se mais lentos e cuidadosos e o seus ombros enrrijeceram.
-Mamã-susurrei se volta rindo-me-Aqui não!
-Tudo bem-cedeu com um sorriso maroto-Mas depois quero saber tudo!
-Ok...
-Aqui estão! -disse o papa vindo com duas canecas na mão aparente nervoso.
-Obrigado-disse.
-Não querem ir para a sala? -perguntou a mamã.
-Por mim- o papá encolheu os ombros.
-Então vamos!Lorinha fazes um favor a mãe?-perguntou a mamã.
-Sim
-Vai andando e acende as luzes por favor, eu e o teu pai vamos levar a comida.
-Ok
Caminhei lentamente até a sala, no entanto estava um breu e um flashe de lembranças invadiu a minha cabeça....era como se tudo estivesse a acontecer outra vez.
Após por o primeiro pe no primeiro degrau das escadas senti-as e ao meu corpo estremecer e ranger.
Respirei fundo e não sei como consegui descer até ao fim das escadas e quando dei por mim já estava na sala no entanto dois segundos depois de tocar no sofá ouvi um ruído. Tentei manter a calma.
Andei mais um pouco e ouvi o ruído outra vez parceria que vinha do escritório do papá. Não liguei. Continuei a andar mas o ruído ficava cada vez maior.
-Quem está a aí? -perguntei tentando mostrar-me segura e sem medo embora não o estivesse.
Ninguém respondeu.A casa permaneceu num silêncio que chegava a ser assombroso. A cada segundo o meu coração batia cada vez mais rápido e um medo era visível na minha cara....comecei a ouvir passos do escritório em direcção a sala.Automaticamente fechei os olhos com força e esperei que o pior acontecesse.
-Bu!-alguém me pregou um susto por trás.
-Ah!-dei o maior berro que consegui caindo encostada nas costas do sofá.
Era como se tudo estivesse a acontecer outro vez, era tudo tão real...apenas permiti encostar-me ao sofá e abraçar os meus joelhos enquanto as lágrimas escorriam livremente pelo meu rosto.
-Não! -gritei- Não! Não! Não! -solucei.
-Leonor? O que a aconteceu? -ouvi a vos do papa porém tao pouco sabia onde estava.
-Leon?O que aconteceu? Porque estas ao gritos? -ouvi a mamã.
-A Leonor...-tentou raciocinar.
-O que foi? Onde é que ela está?
-Não sei!
-Liga a luz da sala Leon! -ordenou aflita.
As minhas mãos pareciam congeladas, nao sentia a ponta dos meus dedos e a minha respiração tornou-se ruidosa.
Uma claridade tomou conta daquele lugar e eu apenas senti duas mãos segurarem os meus ombros.
-Oh meu deus! Meu amor! O que se passa contigo? -senti a mamã passar as mãos no meu cabelo.
-Eu...eu...eu...-soluçava.
-Tu o que meu amor?-perguntou o papa com mais calma e apercebi-mw que ambos estavam sentados no chão comigo.
-Ele vem atrás de mim-repeti as palavras referidas a minutos atrás-Ele não me vai deixar em paz.
Ouvi os dois a suspirarem.Abri as minhas pálpebras e encontrei o olhar preocupado da mamã. Novamente nada disse apenas a abracei que correspondeu imediatamente com força apertando-me contra ela.
Senti outros braços a nossa volta e apercebi-me de que era o papá.
-Nos não vamos deixar que nada te aconteça-susurrou a mamã no meu ouvido transmitindo-me confiança.
-Nada voltou a repetir o papá.
Bom era nítido que aquela não era das melhores noites mas pelo menos estava a receber o carinho e amor das duas pessoas mais importantes para mim.

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⏰ Última atualização: Jan 29, 2016 ⏰

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