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Entro no saguão do imponente edifício onde trabalho, que por sinal, é um dos poucos arranhas-céus da cidade. O edifício parece até deslocado entre os triângulos formados pelas ruas urbanas de Paris.

Atravesso as catracas para passar o meu cartão e assim 'bato' o meu ponto do dia. Aproximo-me dos elevadores e então, repentinamente, meu corpo congela com a visão que tenho. Parado ali, bem diante dos meus olhos e em frente aos elevadores, está a pessoa que acabou de fazer o meu coração quase saltar pela boca: Alex Brome.

Ele está em um terno bem cortado azul-marinho feito sob medida para um corpo grande e ombros largos. Até mesmo com esse terno, eu consigo imaginar o seu corpo. Ele deve malhar muito ou lutar, mas não parece ser nada exagerado. Ele parece ter o corpo na medida.

- Perdeu alguma coisa no meu terno? - ele questiona com um meio sorriso e, só então, percebo que estou olhando descaradamente para o seu corpo. Que mancada!

- Ah, desculpe-me! - Desvio o meu olhar e eu sei: sou uma completa idiota patética! Como fui dar um mole desses? Esse cara é lindo, mas provavelmente já está acostumado com os olhares atrevidos de todas as mulheres. Eu, sem dúvida, serei mais uma.

- Senhorita Collins! - ele me chama pelo sobrenome cautelosamente e, quando meus olhos encontram os dele, fico quase sem ar.

- Gostaria que viesse ao meu escritório. - As portas do elevador se abrem e eu ainda não consigo imaginar o motivo do seu pedido. Droga! Será algo relacionado com aquela bruxa? Será que ela o convenceu de me expulsar daqui?

Ai, meu Deus, que não seja isso!

Engulo em seco e concordo com a cabeça. Entramos no cubículo e em seguida ele pressiona a tecla para último andar. Quando o elevador começa a fazer o seu caminho, sem perceber, inalo profundamente seu cheiro. Acho que vou pirar! Estou dentro de um elevador com um homem que somente a sua presença tem o poder de me enlouquecer.

Como só agora estou em um mesmo elevador que ele?

- Será bem rápido, eu prometo! - Lanço-o um sorriso forçado, mas o que eu estou sentindo agora é um misto de medo com excitação. Medo de ser expulsa em tão pouco tempo na empresa e, ao mesmo tempo, de não consegui me controlar ao seu lado. Jesus! Respiro profundamente tentando acalmar meu nervosismo.

A tensão de estar em um lugar tão pequeno e fechado com este homem me deixa nervosa. Ele me olha de um jeito que faz me sentir completamente vulnerável. Seus olhos são ainda mais lindos do que havia lembrado.

Depois da torturante subida até o último andar, finalmente, a porta se abre no andar onde eu não havia colocado os pés, até hoje. Passamos por um longo corredor e em seguida chegamos em um saguão com paredes de vidro e o cenário de Paris daqui é ainda mais lindo. Vejo dois vasos em cada lado de uma grande porta de madeira escura. Ao lado direito, uma secretaria jovem, raquítica e muito bem-vestida está sentada atrás de uma belíssima mesa de vidro.

- Não estou para ninguém! - ele a informa de forma inquisidora sem fazer contato visual a jovem que apenas sorri de volta.

- Sim, senhor! - ela responde de um jeito atrapalhado e parece completamente hipnotizada por ele. Afinal, quem não estaria? Eu a entendo. Completamente.

A porta do seu escritório se abre, e meu queixo quase cai ao ver a grandiosidade da sua sala. A vista daqui é incrível! Da janela gigante de vidro, posso ver, mesmo de longe, os belíssimos Jardins do Trocadero com a maravilhosa Torre Eiffel ao fundo. Um espetáculo de tirar o fôlego. O sol está brilhando através da janela nessa bela manhã, algo incomum em Paris que é sempre chuvosa.

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