BEATRIZ (BIA)

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ESSE CAPITULO É TOTALMENTE DEDICADO A CRIANÇAS QUE LUTAM CONTRA O CÂNCER! QUE DEUS ABENÇOE A ELAS E SUAS FAMÍLIAS <3

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- Não Marcelo, você está ficando louco ? - Eu disse assustada

- Savanah, eu conheço o rosto da minha mãe, ela já morou aqui na praia, mas antes de eu nascer meus pais se separaram. Merda! eu não acredito que...

- O que ? Você não acredita no que ?

- Se ela teve uma filho com seu pai, nós somos irmãos - Ele disse muito mais assustados depois que essas palavras saíram de sua boca

- Não, não, não Marcelo, isso não é possível. Ai meu Deus, eu transei com meu irmão, meu Deus, que absurdo.

Quando eu abri os olhos Marcelo já estava correndo em direção ao restaurante dos meus pais, então fui atrás dele pois tive medo que ele fizesse alguma besteira, quando ele entrou no restaurante... Ele fez um escândalo, começou a xingar meu pai, e meu pai não sabia o que fazer, pois não sabia o que estava acontecendo. Alguns funcionários do meu pai conseguiram acalmar o Marcelo e o levaram para fora do restaurante, todos os clientes já estavam muito assustados, então meu pai decidiu ir até do lado de fora para ver qual era o motivo daquele alvoroço todo, eu chamei meu pai no canto e mostrei a foto para ele, e apenas falei:

- Essa é a mãe do Marcelo, ela é a mulher que você teve um filho. O Marcelo é filho único, então você já sabe o que isso quer dizer! - Eu já fui jogando a bomba para cima dele, nunca fui de ficar enrolando, sempre fui curta e direta

- Não é possível que a Ana seja sua mãe. Eu não sei o que dizer, ela nunca me falou sobre você, meu rapaz! - Meu pai disse totalmente sem reação - Como ela está ? Precisamos conversar com ela sobre isso. - Ele estava atordoado

- Pai, a mãe do Marcelo faleceu no ano retrasado

- Ai minha nossa. Olha eu preciso trabalhar, depois conversamos sobre esse assunto...

- Depois ? Depois ? Você não é meu pai, você pode ser pelo menos biologicamente, mas nunca será meu pai - Marcelo disse dando as costas e por sinal estava muito nervoso. Eu estava indo atrás dele quando meu pai me segurou pelo braço e falou que era melhor deixar ele pensar, eu entrei no restaurante com meu pai e fomos direto para o escritório dele, quando eu sentei na cadeira Christopher tinha acabado de chegar no restaurante e um dos funcionários comentou com ele sobre a confusão. Meu pai contou a história toda para o Chris, eu não conseguia chorar e nem sentir raiva do meu pai, não conseguia sentir nada, apenas queria gritar, senti algo preso dentro de mim, não acreditava que aquele tipo de coisa estava acontecendo comigo, com a minha família, sabia que não seria como antes, meus pais já estavam morando em casas diferentes, não se falavam a dias, eu não sei como iria contar para minha mãe que o Marcelo era meu meio-irmão, e tinha medo de qual reação que ela teria. Eu estava em pânico, então deixei meu pai e meu irmão conversando e fui direto pra casa, quando cheguei minha mãe estava sentada na varanda, ela estava chorando, eu não pretendia contar nada, quando ela falou:

- Você já sabe ? do Marcelo ?

- Sim - Respondi de cabeça baixa, pois estava envergonhada, afinal ela sabia que ele tinha passado a noite passada lá - Como você descobriu, mamãe ?

- O Marcelo chegou aqui gritando, nervoso e jogou tudo em cima de mim, no começo eu não entendi, então ele me explicou.

- Ele não tinha o direito de fazer isso com você! - Eu disse aborrecida

- Agora não tem jeito, eu já sei. Você pretendia me contar, Savanah ? - Ela disse com um ar de quem estava decepcionada

- Eu não sei, tinha medo da sua reação, mas sabia que uma hora você iria descobrir

- Entra, eu quero ficar sozinha! - Ela disse sendo totalmente fria comigo

Os dias foram se passando, meus pais já tinham entrado com o pedido de divórcio, minha mãe parecia bem melhor e meu irmão começou com uma conversar de ir morar com a Katrina na Holanda, afinal ela decidiu ficar com o bebê. Eu estava com medo, não via Marcelo já tinha mais de oito dias, não fizemos contato nem por telefone. Eu ainda era voluntária no hospital e estava usando aquelas crianças como meu refúgio, pois só elas me faziam esquecer dos problemas de casa, Bia estava ficando cada vez mais debilitada, ela já não conseguia mais andar, só ficava no seu quarto, deitada, nos finais dos meus turnos eu ficava com ela, ela não dizia uma palavra, só ficava olhando para o teto, eu sabia que ela não aguentaria muitos dias, pois a quimioterapia não estava funcionando. A ultima vez que eu a vi foi uma despedida, eu não estaria mais fazendo o trabalho voluntário pois o contrato com o hospital tinha acabado, então disse várias coisas para ela, disse que continuaria indo visita-la e que a amava muito, ela não disse uma palavra, apenas derramou uma lágrima, mas sabia que aquela lágrima significava muita coisa que ela diria, nove horas depois recebi uma ligação da coordenadora do projeto falando que Bia tinha falecido, eu não tive condições de ir ao funeral e nem ao enterro, pois já estava passando por uma fase ruim e para completar a Bia morre, não tinha forças para ir. No dia seguinte eu estava caminhando pela praia e vi Vitor, não sabia se realmente era ele, então percebi que quando ele me viu veio correndo em minha direção, então quando ele me abraçou eu desabei, chorei por ter aquele garotinho nos meus braços novamente, quando abri os olhos vi Estevão na minha frente, meu corpo inteiro tremeu, meu coração disparou e senti um forte frio na barriga, nunca tinha sentido aquela sensação na minha vida, quando ele me abraçou eu não acreditava que eles estavam ali comigo, então o abracei mais forte ainda, ficamos conversando sentados na areia, eu não tinha noção do horário, então decidi ir para casa. Quando cheguei em casa recebi uma mensagem do Marcelo que dizia:

*Estou na sua porta podemos conversar ?*

Então desci e quando abri a porta ele estava sentado na escada, eu sentei do lado dele e conversamos sobre aquela situação da mãe dele e "nosso pai", e depois ficamos durante alguns minutos sem falar nada, só ficamos olhando para praia, quando ele interrompeu o silêncio falando:

- O mais esquisito é que mesmo sabendo que temos o mesmo sangue... Eu ainda estou apaixonado por você, eu sei que isso chega ser nojento, mais eu não consigo evitar! - Ele disse focado no horizonte do mar

- Eu te entendo, confesso que fiquei muito assustada quando descobrimos que somos meio-irmãos, mas eu não me arrependo de ter feito sexo com você. Nossa, eu estou me sentindo uma vadia nesse exato momento - Falei rindo

Rimos daquilo que eu falei, e no mesmo instante ele me beijou, eu não o impedi e correspondi o beijo, eu sabia que aquilo não era nenhum pouco certo, mas eu não conseguia parar de beija-lo, ficamos aos beijos naquela escada durante alguns minutos, quando me dei conta que meu irmão ou minha mãe podia nos flagrar, então decidi parar e disse:

- Não, isso não é certo. Meu Deus do céu, o que nós estamos fazendo é um absurdo! - Eu falei me assustando com o que estávamos fazendo - Acho melhor você ir para casa, já passa das 23:00, não quero que seu pai fique preocupado. - Eu disse fechando a porta sem deixar ele se despedir


CONTINUA...



A menina do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora