- Anna! Anna!? Onde você esta?!
- To aqui em cima, porque ta desesperado? Aconteceu alguma coisa?
- Vamos, pegue uma bolsa, coloque apenas o necessário, vou pegar umas coisas no armário, deve ter uns enlatados.
- Oque? Pra que? Ta maluco?
- Anna, me escute, temos que sair agora, papai e mamãe já devem estar preocupados, não estão no pais mais devem ter ficado sabendo do que passou no noticiário, vamos ter que sair de São Paulo agora, as vias aéreas estão interditadas, rodovias em pleno caos, e tudo oque nos restou são as chaves dos carros, mas um apenas é necessário.
- Evacuar porque?
- Depois eu explico.
- Mais e a festa? E a Jane? Tenho que ligar pra ela, não vou furar com o Matt.
- Matt a essa hora deve estar preocupado em tentar sair do estado, não com a tal festa que tanto falava, e acho que você deveria fazer o mesmo, vamos não temos muito tempo.
- Eu não vou Dillan, ate me explicar oque esta acontecendo, não tiro meus pés desta casa!
- ESTA ACONTECENDO QUE UM VIRUS SE ESPALHOU PELO ESTADO TODO INFECTANDO EM POUCAS HORAS OS ESTADOS VIZINHOS, QUEM SABE ATE O PAIS, E É MUITO MAIS POTENTE QUE O EBOLA, ALEM DE NINGUEM SABER A DROGA DOS EFEITOS CAUSADOS POR ELE!
- Se não morremos ainda, não é perigoso.
- Você não entende não é?
- Não.
- Mais você vai vir comigo sim!
- Eu posso ate ir, mas eu quero estar de volta quando toda esta porcaria acabar, e Jane vai conosco, vou chamar uns amigos, nao vou deixa-los pra trás.
- Então ligue rápido pra Jane, estamos sem energia, e meu celular esta com pouca bateria.
Anna sobe as escadas pega o telefone e liga pra Jane, o telefone toca e logo ela atende.
- Oi Anna!
- Jane, você viu que doideira ta passando na TV?
- Vi sim, meus pais estão em um cruzeiro, só voltam daqui um mês, não sei para onde ir, to juntando umas coisas na bolsa, você esta aonde?
- Em casa, pega seu carro e só o necessário, vem pra cá, a gente vai sair de São Paulo também.
- Você e quem?
- Dillan, acho que ele vai levar mais pessoas.
- Quantos carros, e quantas pessoas?
- Vamos usar a mini van e eu vou no meu carro, se quiser vir.
- Ah, tudo bem, a festa já era, odeio viajar de ultima hora.
- Vai dar tudo certo, vem pra cá, daqui 20 minutos a gente sai, tenta chegar logo.
- Okay.
Anna desliga o celular e desce com uma mochila nas costas.
- Pegou oque?
- Umas lanternas, roupas, sapatos, maquiagem...
- Eu disse o necessário.
- Maquiagem é necessário pra mim!
"Garotas" Dillan pensou, então se virou novamente e disse:
- Ela vai vir?
- Sim, esta chegando, oque você pegou?
- Alguns enlatados, remedios, uma maleta de pequenos socorros, e umas facas, não sabemos quando vamos precisar. - Tudo bem, então, quem mais vai?
- Charlie, a mae dele, você eu e Jane.
- Jane talvez possa querer levar mais alguem.
- Então vá com ela no seu carro, assim teremos mais espaço pra guardar as coisas.
- Sim, concordo, entao, vou levar um radio pro meu carro e instalar em cima do GPS, e outro no seu, assim poderemos nos comunicar na estrada, deve ter um quite explicando na caixa como usar, papai comprou para os seguranças.
- Isso, então, vamos levar as coisas pro carro.
Anna e Dillan levam as mochilas e coisas pro carro, Dillan instala os radios, e testa na van, diretamente a sua voz é transmitida para o outro carro, fazendo com que escute o próprio eco.
- Estão funcionando perfeitamente.
- Vamos levar pilhas.
Assim que Dillan abre o portão automático, um Honda Civic modelo 2014 estaciona na frente da casa.
- Oi Dillan, a tempos não te vejo.
- Oi Jane, você vai no carro da Anna.
Dillan não gostava muito de conversas longas com Jane, pelo simples fato delas sempre acabarem em amassos e beijos, em outras oportunidades ate na cama, não que ele não se sentia satisfeito, mais se sentia usado por ela, e em relação a sua opção sexual, se lembrava de Charlie.**
- Eles estão demorando...
- Já vão chegar mãe, fique calma, vou pegar seus remedios e colocar no bolso da mochila.
- Ta, os alimentos estão naquela bolsa.
- Dill vai trazer mais.
- Tudo bem.
Charlie estava nervoso, suava frio, então olhou pela janela, uma mini van e um Audi TT haviam estacionado na frente da casa, Charlie abre a porta e leva as mochilas pra van.
- Belo carro Anna.
- Eu amo esse carro.
- Mamae esta vindo.
- Ah, tudo bem.
Anna volta para o carro e Dillan ajuda colocar as bolsas no porta malas, todos entram, então pegam a estrada.
- Para onde vamos?
- Vamos subir o país.
O radio começa a chiar, então uma voz feminina substitui o chiado.
- Dill, Jane quer pegar duas pessoas, há problema?
- Nao, tudo bem.
- Vamos passar na Rua General Fonseca.
- Okay.
- Vá pra rodovia, nos encontramos lá.
Anna muda de percurso, dirige por 3 quadras então vira a esquerda, para em frente a uma bela casa, bozina três vezes, e um garoto aparentando uns 19 anos sai junto a uma garota com uns 17 anos, carregando uma pesada mochila, ambos muito atraentes, Anna ajuda colocar as coisas no pequeno porta malas, então os comprimenta.
- Sou Anna.
- Jim, e essa é Taissa, prazer.
- Vamos para o Norte, meu irmão já esta indo para rodovia, lá nos encontraremos.
- Bom, prefiro a rodovia do que o silencio inquietante desse lugar, as ruas estão desertas, não ha um vivo ser aqui a não ser nós quatro - Anna se surpreende ao ouvir pela primeira vez a voz da garota, ao reparar uma mexa de cabelo branca como qualquer outra coisa branca o suficiente para ser comparada, seu cabelo inteiramente negro e aquela mexa parecia deslocada em meio a tanto cabelo, seus olhos castanhos davam certa intensidade na forma de olhar, seu corpo pequeno e delicado perfeito em qualquer coisa que ela jogasse por cima, alem é claro de suas roupas e que a julgavam uma garota diferente das outras, seu semblante não tao amigavel logo se transformou em um sorriso, ou foi oque Anna pensou.
- Seus olhos percorrem meu corpo, demonstram interesse, sobre minha mexa, é natural.
- Ah, sim, é , me desculpe, hm vamos.
- Vamos.
O silencio foi cortado pelo radio, Anna já estava se sentindo desconfortável, graças a Deus seu irmão dera um sinal de vida.
- Anna?
- Sim?
- Volta para casa, aconteceu uma coisa na rodovia, não tem como passar por lá agora, depois te explico.
- Ah, mais oque foi que...?
O radio começa chiar e desliga novamente.
- Vamos ter que voltar.
Anna começa se preocupar, ouviu o tom de urgência na voz do irmão, o conhecia tao bem quanto a si própria, sabia muito bem que alguma coisa ruim havia acontecido e não receberia boas noticias.
- Anna, oque deve ter acontecido?
- Eu não sei, mais coisa boa não foi, Dillan não estava falando em um tom normal.
Chegando em frente a sua casa logo encontra Charlie na calçada e sua mae chorando sentada em um banco dentro da van.
- Oque aconteceu?
Dillan da a volta na van, parecia mais branco que o normal, seus olhos claros tomaram um tom mais escuro, então ele retomou a voz.
- Um caminhão, bateu em um carro na rodovia, uma criança foi arremessada pra fora, uma garotinha...
Anna leva as mãos na boca sem acreditar no que acabara de ouvir, o irmão parecia sem emoção, continuava pálido, e com o rosto endurecido, franziu o cenho, então voltou a falar.
- A garota morreu, seu rosto estava horrível.
- Por favor, não quero ouvir...
- Continua - disse Taissa encarando o chão, Anna olhou para ela, todos estavam quietos apenas ouvindo as palavras que eram expelidas da boca de Dillan, com expressões assustadas.
- Ela estava morta, então...
- Então?- perguntou Taissa.
- Taissa por favor - disse Jim.
- A mae dela saiu do carro, ferida, desesperada, a garota se mexeu assim que sua mae chegou perto, o rosto desfigurado no asfalto, sua mae deu um grito quando...
- Por favor, não faça suspense.
- Taissa, pelo amor de Deus CALA ESSA BOCA!
- Quando a garota mordeu seu braço, e consigo arrancou um bom pedaço de carne em meio a grunhidos e gemidos.
Todos olharam boquiabertos para Dillan. Charlie tentava acalmar sua mae dentro da van, Dillan só fitava o chão, relembrando de toda a cena de horror que presenciou na rodovia, Anna não conseguiu dizer uma única palavra, Jane estava com os olhos marejados de lagrimas, Jim com os olhos mirava o fim da rua, Taissa tomou a palavra.
- Então, enfim, isso é uma especie de apocalipse zumbi?
A vontade de Anna acertar um soco na cara de Taissa foi enorme, mais em vez de tal atitude disse:
- E a mae da garota?
- Ela não resistiu, se afastou da filha, enquanto ela se arrastava no chão, então pessoas abandonaram seus carros, gritando, chorando de desespero, crianças, idosos, ate animais de estimação carregavam consigo, a mulher então caiu no chão, ela tinha um corte profundo no abdômen, o marido havia morrido devido a batida, então mesmo preso ao cinto de segurança ele lutava para se soltar, ele gemia e grunia como a filha, seus olhos pareciam estar focados na mulher, ela ainda estava viva quando caiu no chão, logo a garota que se arrastava a alcançou...O homem no carro também conseguiu se soltar...A mulher gritou, não podiamos fazer nada, em poucos minutos ela morreu, então se levantou como um deles, e atacaram outras pessoas - terminou Charlie.
Todos ficaram chocados com a noticia, Jane teve náuseas, menos Taissa, ela continuava olhando para baixo, sem um pingo de admiração, os únicos sons audíveis do local eram dos soluços da mae de Charlie.
- Oque vamos fazer?
- Vamos sobreviver, vamos achar um lugar longe de toda essa loucura, vamos para bem longe, não importa como, mais não vamos mais ficar aqui - respondeu Dillan.
- Já esta escurecendo.
- Partiremos de manhã, melhor entrarmos, vamos colocar os carros na garagem e fechar os portões, tem quartos para todos.
- Dillan, eu poderia conversar com você depois? - pergunta Charlie.
- Sim, claro.
Todos entram na casa, Anna fecha o grande e pesado portão, os muros altos da casa os favorecem, nunca tinha olhado para própria casa desta maneira, parecia ser muito maior e muito mais segura que o normal, o medo do que os aguardavam lá fora fez com que pensassem assim.
Já lá dentro, todos já haviam se dividido nos quartos, sem energia acenderam velas, então Dillan se lembrou do gerador da casa, desceu as escadas e foi ate o porão checar se ainda estava funcionando, cheio de pó e mofado, o comodo estava fechado a um bom tempo.
- Essa porcaria, tomara que funcione.
- Dillan? - uma voz familiar chamava seu nome descendo as escadas.
- To aqui em baixo.
- Eu precisava falar com você.
- Ah, sim pode falar Charlie.
- Sua casa me parece segura, porque temos que sair daqui ?
- Bom, se todos concordarem, reforçaremos as entradas, os muros tem arame farpado, o portão é alto e resistente, temos muitos quartos, de quebra uma piscina nos fundos, carros, e um pomar bem grande, não seria má ideia.
- Dill, sobre hoje, na estrada...
- Também senti medo.
- Eu não quero perder você...
- Sabe que eu...
- Acho bom vocês subirem, o jantar esta quase pronto - Diz Jane interrompendo a conversa.
- Já vamos subir - diz Charlie secamente.
Dillan levantou a chave do antigo gerador, e todas as luzes acenderam, então fechou a tampa e voltou pra cozinha com Charlie. Todos jantaram e foram pra cama, menos Dillan, ele estava na varanda do quarto, observando a rua.
- Não vai durmir?
- Estou sem sono.
- Saudade da Abgail?
- Eu amava quando ela me colocava pra durmir.
- Você não é mais criança Dillan.
- Nem você Anna.
- E Charlie?
- Ah, hmm, oque tem ele?
- Eu sei Dillan.
- Sabe oque?
- Você o ama.
- Eu oque? Mais como? An?
- Eu te conheço Dill, somos irmãos, somos ligados um no outro, você nunca soube esconder nada de mim, assim como eu nunca consegui esconder de você, e pode confiar em mim, eu não vou contar pra ninguém se não quiser, e eu não estou interessada nele, eu já desconfiava.
- Eu não sei oque dizer...
- Não precisa.
- Obrigado...- Anna abraçou Dillan pelas costas enquanto ele olhava fixamente para baixo apoiado nas barras de metal, então saiu e voltou para o quarto.
- Dill? Não vai durmir?
- Estou sem sono.
- Eu também estou.
- Charlie?
- Sim?
- Se importaria de durmir aqui?
- Não, tudo bem.
- Charlie?
- Sim Dillan?
- Eu...- Dillan não consegue terminar a frase e se ouve um grito, um grito de uma garota, vindo do começo da rua, ela passa correndo desesperada e logo atrás vem 3 pessoas se arrastando, com uma aparência não muito agradável, eles gemiam e grunhiam, a garota chorava, encurralada no portão, eles estavam se aproximando, então Dillan e Charlie desceram correndo, abriram o portão e ela caiu para dentro depois fecharam novamente, ela muito assustada não parava de chorar, estava com a roupa rasgada, e com pequenos ferimentos, era aparentemente muito bonita, cabelos castanhos, corpo definido, pele clarinha, e olhos azuis, estava péssima, cansada, então se levantou e começou agradecer.
- Muito, obrigada...eu agradeço muito a vocês, salvaram minha vida!
- Não precisa agradecer, qual seu nome?
- Lara, e o de vocês?
- Este é Dillan, e eu sou Charlie.
- Oque esta acontecendo ai em baixo Dill? - disse Anna da sacada.
- Salvamos essa garota, o nome dela é Lara, vamos entrar!
- Subam!
Já lá em cima, Charlie apresenta Lara aos outros, então desce para conversar com Dillan sobre os monstros que estão lá fora.
- Oque vamos fazer?
- Não estão aqui dentro estão?
- Não mais...como vamos nos livrar deles?
- Como se matam zumbis?
Lara desceu as escadas, e entrou na conversa.
- Acertem a cabeça.
Os dois olharam com os olhos arregalados para garota, ela apareceu de surpresa sem perceberem.
- Como sabe?
- Minhas roupas estão cheias de sangue coagulado, eu estava sobrevivendo lá fora, há pessoas me esperando, eu sai apenas para procurar comida, e acabei encurralada.
- Quantas pessoas?
- Umas 7, Mike, John, Malik, Matt um garoto novo, Sara, Carol, e Lilian.
- Estão onde?
- Seis quadras daqui, temos armas, agua, mais não comida, estamos em uma garagem.
- Passe a noite conosco, ao amanhecer nos leve ao seu pessoal.
- Tudo bem.
A noite se passou, Taissa, Jane e Jim já haviam levantado, a mae de Charlie, Marta, já estava preparando o café.
- Todos durmiram bem? - pergunta Marta.
- Não consegui pregar os olhos, estava contando os minutos para amanhecer. - Responde Jane.
- Nem eu - diz Jim.
- Eu durmi perfeitamente bem. - disse Taissa.
- Não sei como consegue ser tao fria.
Lara desce as escadas acompanhada de Charlie e Dillan, tomam café, e saem sem dizer nada.
- Vamos, meu carro esta a três ruas daqui.
- Porque não pegou ele quando estava fugindo?
- Porque estava tomado, atropelei um deles e a porcaria bugou o alarme, então estava fazendo muito barulho, tentei desligar os fios, quando consegui já era tarde, haviam vários deles vindo em minha direção e o carro não queria ligar, tive que sair correndo subindo a rua, então me dispercei, vi vocês na varanda, vocês me ajudaram.
- E pra que o carro se não funciona?
- Tem armas no porta malas meu bem.
- Não gosto de armas.
- Charlie, de hoje em diante vai aprender a conviver com esta realidade, não sei como, mais a zona de conforto que estão, tem data de validade, porem não definida ainda, olhe, estamos andando na rua sem proteção alguma, poderemos virar a esquina e se deparar com um grupo, há carros pra todos os lados abandonados, pessoas já não são mais pessoas, o desejo e afome que te em por carne é muito mais indistrutivel que qualquer outra coisa, vocês terão que aprender a sobreviver, ou vão virar lanchinho.
- Bom, já que diz...
Dillan permanece calado todo o percurso, então encontram o carro, Lara abre o porta malas pega uma pesada e grande maleta preta.
- Vamos fazer contato nos fios daquele carro, eu tenho que levar isso, andem, me ajudem.
- Não precisa, as chaves estão na ignição.
- Melhor ainda.
Logo na esquina, aparecem quatro pessoas, se é que poderiam ser chamadas de pessoas, com os rostos retorcidos, grandes cortes mordidas e perfurações no corpo, alguns sem os membros, era uma cena terrível de se acreditar, então entraram rapidamente, e aceleraram em sentido contrario, o percurso durou dez minutos, ate chegarem em frente a uma garagem, Lara buzinou, não teria problema, sairiam logo dali, as portas da garagem se abriram, todos saíram.
- Sem tempo pra apresentações Lara. - Disse Mike serio.
- Desculpe...
- Onde estava?
- Eu tive uns problemas.
- Depois conversamos.
- Ola! - diz Charlie.
- Ola! Bom, se não se importarem, podemos conversar depois? Não temos tempo, e olhe, temos companhia - aponta Mike pro fim da rua.
Ligaram os carros e seguiram em direção a casa de Dillan.