-Filha, vamos! Acorde mocinha preguiçosa! - Escutei minha mãe chamar (creio também que devia ser a vigésima tentativa de me acordar). Ah, qual é? É só o primeiro dia de aula, ela poderia me deixar faltar, aposto que nenhum dos professores estarão tão animados, com a volta das aulas, para chegarem passando matéria à nossa turma. Fala sério! -Park Mi-young! Onde já se viu, primeiro dia e já está desse jeito? Pode levantar agora mesmo, vista-se logo e desça. Vá tomar seu café junto com seu irmão que já está lá em baixo na sala. Que vergonha em, o garoto é menor que você e tem bem mais responsabilidade. Ande logo, é bom que não se atrase! - Levantei bufando e reclamando da vida, fiz minha higiene matinal, vesti o uniforme com nem um pingo de ânimo e finalmente desci. Min-ki estava muito animado, não parava de falar em reencontrar os amigos e blá blá blá, só quero ver quando chegar no ensino médio. -Min-ah, não fique com cara de bunda assim na escola, vai assustar seus colegas logo no primeiro dia de aula.- Depois do comentário desnecessário, passou a rir descontroladamente. Me diz, o que fiz pra merecer ter um pirralho desses como irmão? -Min, se quiser ir de carro para não se atrasar é melhor vir logo. - Meu pai disse tirando-me de meus devaneios. Suspirei e entrei no automóvel.
-Estava com saudades do colégio filha? - Riu sarcástico o meu pai. -Hahaha, que engraçado. Por que não estaria, não é mesmo? - Rebati. -Min, não se estresse, estava só brincando. A propósito, ao invés de ser a mesma mau-humorada de sempre, tente mudar as coisas. - Já sabia onde queria chegar mas lhe fiz a pergunta. -O que quer dizer? - Em resposta -Todos nós temos problemas mas pensa que só ignorando e fingindo que eles não existem vai resolver? Encare, resolva e enfrente o que tiver de enfrentar, mas nunca se esqueça de uma coisa que direi agora. NUNCA mude por ninguém, conquiste seus objetivos sendo você mesma, entendido? - Assenti com a cabeça. Ele estava sério mesmo, quase nunca o vejo desse jeito, porém, confesso que admiro esse lado filósofo e protetor que tem. -Tudo bem pai, prometo que serei eu mesma em qualquer situação que eu estiver. Obrigada pelo conselho, preciso ir agora. Te vejo à tarde. - Já saindo do carro o senhor Park me chamou novamente -Esqueci de dizer que nós, sua família, te apoiará no que for. Até mais! -Dito isso, deu partida no carro me deixando pensativa. Nunca falei nada a respeito do colégio, dos colegas daqui, do empecilho Sehun, para meus pais porque acho que sei resolver meus próprios problemas mas até hoje a única coisa que consegui foi me tornar uma pessoa extremamente estressada. Talvez ele tenha razão, tenho que mudar minhas atitudes em relação a tudo.
Finalmente, depois de muito hesitar e contar até dez várias vezes, adentrei a escola. Pode ser estranho eu ficar com frio na barriga só de ver aquele tanto de pessoas circulando e cochichando, provavelmente, à respeito dos garotos com quem ficaram nas férias ou das roupas novas que compraram com o dinheiro do papai, já que estudo nela há um bom tempo, só que não consigo me acostumar com tanta futilidade, dai-me paciência... Por que minha sala tinha que ficar tão longe da porta de entrada? Ah, ai está: Sala 88. Antes de entrar dei uma verificada para saber em qual lugar sentaria pois assim não precisaria receber todos aqueles olhares ao procurar um assento e já iria direto ao meu futuro canto. Até que estava tudo indo bem, não haviam tantas pessoas, estava agradável e até pensei que esse ano realmente seria diferente, mas meu entusiasmo se foi quando vi Sehun adentrando à sala. MAS QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO!? Não, não, não! Não pode ser! Ah vida, porque faz isso comigo? Ficar longe desse demônio foi pedir demais? Ei, é impressão minha ou ele está vindo em minha direção? O que faço? Mas que merda, esse babaca vai querer mesmo brigar comigo justo hoje? Por favor céus, isso não pode acontecer, e-... Ué, passou reto... Oh Pegador passou reto? É pra glorificar de pé! Obrigada Deus! É, uma hora ele teria que esquecer o que houve e seguir com sua vida mesquinha. Mas ficar na sala dele novamente realmente não pode dar certo, não sabemos o que vai acontecer, é claro que podemos passar o ano todo sem trocar uma palavra, como também podemos tentar nos matar daqui há uns dias. Não quero ser a mesma de antes, quero ter uma vida tranquila sem complicações, então é por isso que no intervalo falarei com a diretora para me transferir a sala do andar de baixo, afinal, quanto menos contato com pessoas desagradáveis melhor, bem melhor. Não será ele quem estragará minha vida.
As aulas não foram nada como previ, os professores chegaram nos entupindo de matérias novas, tarefas, e tudo isso, segundo eles, apenas porque já estamos no ensino médio e já passou da hora de não haver mais colheres de chá. É, pelo visto, o ano começou bem, tanto que não quero nem pensar no quem pode vir futuramente. Só por Deus. Porém, a única coisa em que eu pensava era em qual desculpa criaria para convencer a diretora para me mudar de sala... Seria muita estupidez ser sincera? Meu Deus, o final da ultima aula antes do intervalo está próximo e ainda não pensei em nada. Por que me meto sempre em enrascadas? Escute seu pai Mi-young, enfrente o que tiver de ser. Espere, isso foi o sinal? Tudo bem, você consegue. É só contar até dez e respirar fundo, na hora surge algo.
Durante o caminho até a diretoria ouvi passos atrás de mim como se alguém estivesse me seguindo mas após eu conferir várias vezes, cheguei a conclusão de que era só o nervosismo tomando conta de minha mente. Pronto, agora não tem mais volta, tomei minha decisão e agora só preciso jogar limpo, falarei a verdade e ela há de entender. Quando estava prestes a bater a porta, Sehun apareceu do nada e fez sinal para que eu não a batesse, no primeiro momento estava assustada por isso, não o fiz. Até que depois de alguns segundos ele se pronunciou -Acha mesmo que vou deixar fugir de mim? Ainda não acabamos o que havíamos começado ano passado. - Como assim? Por acaso ele sabia o que eu faria agora? Seria tão obvio? Fala sério, achei que tinha desencanado mas pelo visto, não consegue viver sem mim. -Ah, qual é? Vai querer continuar com essa criancice mesmo? E vai cuidar da sua vida, porque além de eu não te dever satisfações, nem sabe porque estou aqui, então faça o favor de dar o fora daqui? Obrigada. - Sehun não disse nada no momento, nem tentou rebater. Apenas sorriu com aquele ar de safado canalha e ficou me observando até que finalmente respondeu -Acha que pode me bater e viver livre nessa escola? Não sabe com quem se meteu, não mesmo. E é claro que sei o que veio fazer aqui, se não, não teria te seguido. - O olhei incrédula com a tamanha idiotice, fala sério, foi só um tapa e aliás, foi bem merecido e uma das coisas que eu nunca me arrependerei. -Olha Sehun, você não passa de um pirralho que só sabe fazer birra quando não consegue o que quer, mas garanto que a vida vai se encarregar de te fazer amadurecer, por mais que já tenha passado da idade de isso acontecer. E se sabe o que vim fazer aqui, sabe também que não há nada que me faça mudar de idéia. Agora pare de me perturbar e vai procurar sua babá pra te dar lanchinho na boquinha. - Juro que vi fumaça sair das orelhas dele após tudo o que eu disse e pela minha surpresa, ao invés de retrucar, me prensou na parede apertando meus braços contra a parede acima de minha cabeça. Ele ficou maluco de vez? Como é que sairei dessa situação? Garoto ridículo! -Sehun, seu idiota, o que pensa que está fazendo? Sabe que não pode fazer nada contra mim agora, até porque não sei se percebeu mas estamos bem perto da diretoria e ga-... - Me interrompeu -Não dá pra você calar a boca por um minuto? Agora vê se escuta bem o que irei dizer, se mudar de sala não adiantará nada, pois ainda sim estará de baixo do mesmo teto que eu e com certeza, não estará livre. Não pensou nisso não é sua tola? - Iria revidar mas Sehun colocou o indicado sobre meus lábios em sinal de permanecer calada, continuou -É bom que não mude, será pior para você. Qualquer tentativa de me atingir também pode ser levado contra a senhorita no tribunal, saiba disso. Ande na linha, garanto que esse ano será inesquecível para nós dois. - Após ter me jogado todas essas ameaças me deixou só novamente sem saber o que pensar e fazer, mas no momento, o que estava chamando mais atenção eram meus pulsos doendo depois de tanto tempo sendo apertados, Sehun me paga! Mas já que ele não me deixará em paz, também vou jogar, vamos ver quem ri por último.
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What to do when you love?
Fiksi PenggemarUm sentimento novo entre nós chamado... Amor? Oh Sehun, o menino sem caráter que mal sabe lidar com suas próprias emoções, pode mesmo fazer surgir esse mais sincero e bonito sentimento entre nós? Com tanto ódio, isso será possível? É o que eu estava...