Isso aconteceu no dia do aniversário de um amigo deles em comum. Ele resolveu ir de ultima hora e tinha esperanças de que ela não fosse. Eles haviam terminado há pouco tempo, então a única pessoa que ele não queria encontrar era ela.
Passou a festa toda sentado em um sofá escutando as musicas que tocavam. Algumas pessoas paravam ali para conversar, mas logo desistiam quando percebiam que ele não queria papo com ninguém. Outras vezes ele lutava para conseguir levantar para pegar algo para beber, mas logo voltava e ficava na mesma posição. Sentia-se patético, mas não se importava.
A noite passou rápido para sua felicidade e ele ali parado, esperou a música parar para poder abrir seus olhos novamente.
Quando ele finalmente abriu os olhos, a viu parada conversando com uma amiga. Seu coração disparou, e pelo impulso que talvez tenha causado por causa do alcool que ele ingeriu, levantou do sofá e resolveu pegar as flores que estavam em um jarro do lado do sofá para dar a ela. Ele nunca foi uma pessoa romântica, mas aquela situação, ele achou que deveria ser. Talvez era isso que ela queria todo esse tempo e o que ele queria? Era apenas ela.
Ao chegar perto, um homem segurou na cintura dela e a beijou. Depois do pequeno beijo, ela sorriu. Parecia realmente que ela estava feliz. Apresentou-o para amiga que antes estava conversando enquanto ele ficou ali segurando aquelas flores e paralisado, sentia-se mais patético que antes.
Ele fez questão de passar entre eles para sair daquela casa. Assustada, ela seguiu ele gritando seu nome, enquanto ele seguia em passos largos para a saída. Atirou as flores na calçada, e sentiu seus olhos ardendo, mas não se permitiu em chorar. Por qual diabos eu tive que te encontrar? Ele pensava enquanto escutava ela gritar seu nome.
Vencido pela aquela voz, ele resolveu parar para escutá-la.
- O que é? – Ele gritou enquanto parava de andar e olhava para ela.
Ela ao menos soube o que falar. Apenas ficou olhando para cara dele, paralisada.
- Fala Aline, o que você quer? – Continuava gritando.
- Não grita comigo, Rodrigo. – Ela falou um pouco manhosa.
Ele virou e começou a andar mais uma vez.
- Espera! – Ela gritou fazendo-o parar.
Ela deu uns passos a frente e parou mais uma vez na sua frente.
- Já que você não está disposta a falar nada, deixa que eu mesmo falo. – Rodrigo falou quebrando o gelo. – Quem é aquele cara?
Aline permanecia em silencio e Rodrigo já estava perdendo a paciência para aquilo tudo.
- Responde ou me deixa ir embora!
- É apenas alguém que eu conheci.
- Virou a pagina tão rápido, não? – Falou um pouco irônico.
Sua cabeça fervilhava, sua vontade era de sumir daquele lugar. Sempre soube que não era o cara mais certo do mundo, mas no fundo sabia que não merecia algo como aquilo.
- Não fale assim, Rodrigo. Apenas foi algo que aconteceu. Nos conhecemos um pouco depois que rompemos e surgiu algo legal entre a gente…
Ela começou a falar, mas ele acabou não prestando mais atenção depois que ela falou a palavra “rompemos”. Não sabe nem ao menos quanto tempo ela continuou falando.
- Se eu não fui bom nisso. – Ele falou – se eu não soube te fazer feliz, me perdoe. Você foi o meu vício. Adeus Aline, preciso ir agora.
Ele deu uma última olhada em seus olhos verdes, e eles não mentiam mais. E o que lhe restava agora era apenas ir embora. “Levou a minha paz” ele pensou enquanto virava e seguia seu caminho.
Foi uma história muito mal contada, um adeus frio e mais nada. Ultima vez que eles se viram.
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Ah, eu sinto muito.
Short StoryPedaços de um coração partido em frente a uma carta de amor.