O Tempo

21 1 0
                                    

Nunca imaginei que encontrar meu verdadeiro eu pudesse ser tão complicado, diariamente esfolheio o caderninho de minha mãe, diversas vezes me deparo com ele voando nas paredes.

Eu pensava que não existia nada mais triste do que não ter família, mas uma coisa é certa, é muito mais complicado ter 20 possíveis pais.

Me sinto em meio a um rodamoinho, pois tudo está girando e nada faz sentido. Lembro- me dê quando eu tinha entre 6 e 7 anos quando fui para o primeiro dia de colégio, uma menininha raquítica de longos cabelos negros com uma blusinha branca dentro da saia azul, quando cheguei na sala não sabia nem escrever meu nome enquanto toda sala já sabia até ler. Foi nesse momento que mais desejei ter uma família, pois dali por diante sofri no orfanato e na escola, eu apanhava por ser a garota burra em casa e todos riam de mim na escola por esse mesmo motivo.

A confusão e a carência que sentia é a mesma que sinto agora.

Des do meu retorno não tenho falado com o Luís, ele já me ligou diversas vezes, mas não me sinto preparada para lidar com ele agora.

È tudo tão estranho e confuso, memorias de meu passado de juntão com o presente, tudo que eu queria era um copo de vodka.

Saio sem rumo e minutos depois me deparo no rock bar, meu ex chefe me pedindo pra voltar e lambendo meu pescoço enquanto eu encho a cara, quando sinto que já é o suficiente saio pelas ruas cambaleando, e faço o que realmente não deveria ter feito. Ligo para o Luis.

- Luis, por que você fez isso comigo, por que me deixou tão mexida.

- Jenna, Jenna é você?

- É claro que sou eu né, seu idiota.

- Você esta bêbada? Onde você esta? O que aconteceu e porque ta falando assim comigo?

-Eu tava com o gordo e posso ter bebido um pouquinho sim, porque não consigo te esquecer.

- eu estou indo te buscar, me espera na frente do bar.

Conforme o efeito do álcool ia pansado, percebi a burrada que fiz, e antes de pensar sai correndo pelas ruas em busca de minha casa. Vinte minutos depois la esta ele, lindo como sempre de pé na minha porta.

Ajeito os cabelos e passo enxaguante bocal e abro a porta, como um cachorrinho com os rabos entre as pernas.

- Oi, me desculpa por ter te ligado.

- olá, não precisa se desculpar, na verdade é até bom saber que você não consegue me esquecer.

Essa noite seria perfeita para fazer um sexo, mas na verdade eu so queria ficar deitada em seu peito sentindo o aconchego de seu abraço em vez disso ele me fez contar tudo o que estava acontecendo, e principalmente o porque não atendo suas ligações.

Expliquei que queria saber que é meu pai mas não tenho a menor ideia de como fazer isso, que meu dinheiro esta acabando e não tenho emprego, que queria sair dali e morar em uma casa nova arrumar um trabalho e fazer faculdade.

Ele escutou tudo atentamente e me veio com a solução de imediato.

- sei que é meio loco, mas por que você não vem morar comigo, posso conseguir um emprego pra você com alguém da minha família e daqui um tempo podemos começar as buscas por seu pai.

- que saber de uma coisa eu aceito, estou cansada de ter do de mim mesma, eu mereço isso não mereço.

Os olhos deles reluziram de felicidade!

- você merece muito mais do que isso, você merece tudo, pois já passou por muito coisa ruim na vida.


Entre fogo e cinzasWhere stories live. Discover now