Nada de Aparências

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Minha vida toda fui obrigada a acreditar que toda história tem que ter um ponto final, mesmo que seja difícil ou até mesmo que que não seja sua escolha o fim vai chegar. Costumamos viver uma ilusão, vimemos brincando de faz de conta só para agradar as pessoas, estou cansada de viver por status agora vou viver por mim.

Sabe aquela fase da vida em que nada faz sentido, acho que estou nela; ninguém é capaz de me entender ou de tentar se pôr no meu lugar. O mundo é um lugar bonito porem muito sombrio e eu não sei se quero estar aqui, reprimida por todos meus medos e inseguranças infantis, quero algo a mais.

Eu me chamo Jenna, sou mas uma na vida, tenho 19 anos mas aparento ter mais, estou tão magra que meus ossos se expõem, não sei se meus olhos são verdes ou vermelhos de tanto chorar. Sou uma jovem como qualquer outra, quer dizer sou um pouco diferente, gosto de ter meu mundo de ser livre.

Sempre quis ser uma pessoa normal, viver em uma família, mas comigo nada é tão simples. Não sou bonita, sou atrapalhada, vivo invadindo o espaço dos outros, não sei ouvir, sou briguenta egoísta e tenho mais um milhão de defeitos.

Minha mãe era uma garota de programa que se matou quando eu tinha 3 anos, nem sei quem é meu pai, fui criada até os 10 anos em um orfanato cercada por freiras, aos 11 me abriguei na casa de um tio, que nem se quer me olhava, ele era uma pessoa boa, sempre  me deixava comida na mesa e não me proibia de fazer nada, foi com ele que aprendi beber e com sua morte devia ter aprendido a parar, mas o álcool é a unica coisa que me faz se sentir viva. A morte me persegue e todas as vezes que chego perto de ter uma família ou de amar alguém ela os levam, me deixando sozinha nesse mundo horripilante.

Minha vida atual se resume em, sexo e drogas, que junto com o álcool me proporciona momentos incríveis onde posso fengir que sou uma garota normal com um namorado quando na verdade sou uma vagabunda, infelizmente tenho que trabalhar, sou garçonete em um bar de Rock e é la onde sempre começa minhas aventuras, mas também ocorre algo que me deixa incomodada.

Meu chefe é um troglodita que me obriga a transar e usar drogas com ele todas as noites, com ele não tem graça ele é aquele tipo gordo barbudo que se acha o descolado. Deixo ele deitar sobre mim, mas não faço nada nem um gemido sou capaz, pois não sinto prazer, mas preciso de um salário. Transo com ele sempre antes do expediente para ter tempo de me banhar e se aprontar para a noite.

Hoje é dia de uma banda chamada Vulcões eles são muito bons é o sexo com o vocalista realmente é uma erupção de prazer, como dizem em uma de suas músicas. Todas as sextas eles tocam aqui e esse é o dia que fico mas excitada e não tenho tempo para pensar em nada.

Na sexta passada dormi na casa do Resley o vocalista da Vulcões, ele é o meu preferido das bandas, sábado de manhã nem pude ir para casa já fui direto para o restaurante, nesta noite não desejava ter ninguém pois estava extremamente satisfeita com a noite de ontem, então após o sexo com o gordo (meu chefe) e servi a noite toda fui para minha casa.

Lar meu doce inferno, 1 cômodo de pura desordem, mal cheguei e ja abri minha última garrafa de uísque e virei na boca, "minha vida é terrível" pensei e ela realmente é, sou um ser menosprezante sinto nojo de mim e ao imaginar tudo que eu poderia ser e o que realmente sou começo a chorar, parece que minhas lagrimas nunca tem fim, eu realmente queria mudar, não quero ser uma pessoa de status mas também não quero ser a vadia do rock bar.

Acordei no dia seguinte com o telefone tocando, era do orfanato achei estranho mas atendi

- Olá pequena Jenna, tenho uma notícia para você. A irmã Joanna disse

- Oi freira. Falei meia bêbada ainda

- Estávamos arrumando o sótão e achamos uma coisa que pertence a senhorita.

Entre fogo e cinzasWhere stories live. Discover now