CAPÍTULO 3

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ELENA QUEIROZ

Olho para o doutor Cristian, mas não contesto o que ele diz, me soa estranho, ele mal me conhece por que comprar um vestido ou ceder um segurança dele para que me acompanhe?

– Entre senhorita.

O caminho foi silencioso e rápido, surpreendentemente 40 minutos de carro. O homem desce e abre a porta para mim cordialmente.

– Não se atrase. Em uma hora tenho que te levar de volta. – Ele confere as horas em seu relógio.

Pelo visto o controle está em suas mãos...

Subo e tomo um banho rápido, ajeito meus cabelos, me perfumo e coloco o vestido que ficou perfeito em meu corpo, a sandália é linda, porém, um pouco mais alta do que costumo usar.

Ao descer percebo a impaciência do segurança que andava de um lado para outro bastante irritado.

– Desculpa pela demora.

– Não se desculpe. Está linda! – Olha- me com um sorriso sacana o que me deixa extremamente envergonhada. Assim que dei as costas para ele ouvi seu suspiro pelo decote e decidi apenas ignorar.

Minhas marcas estão mais expostas do que eu gostaria deixando-me extremamente desconfortável.

Em algum momento da viagem meus pensamentos são interrompidos pelo respirar pesado do segurança.

– O que acha de sair comigo após o evento?

– Trabalhamos na mesma empresa...

– Eu gostei de você e diferente do Cristian, eu não quero só te usar.

– Diferente do que você pense ou deixe de pensar, eu não vou sair com você e muito menos com o Doutor Cristian. Espero que este assunto esteja esclarecido.

Eu nunca sai com nenhum homem além do desgraçado que ferrou a minha vida e sinceramente, correr o risco de virar fantoche novamente não é nenhuma opção.

– Qual o seu nome? – Pergunto com o tom mais interessado do que gostaria.

– Meu nome é Estevão.

Alguns minutos se passaram até pararmos em frente a um beco que me gelou a espinha. Estevão desce do carro e abre a minha porta em seguida, deixando-me sem entender o que ele pretendia com essa atitude.

– Desça. Agora! – O seu semblante está totalmente diferente.

– Não mesmo. – Grito usando o seu mesmo tom. Estevão se aproxima com agressividade, solta meu cinto e puxa meus cabelos com força me trazendo para fora do veículo.

– SOCORRO. - Grito, mas ele tapa minha boca.

– Escute. Eu irei te comer agora e não quero que grite, ninguém aqui poderá te socorrer, entendeu? – Puxa meu cabelo com ainda mais força para trás. – Responde porra!

– Ok. – As lágrimas desciam sem parar, tudo que eu consigo querer nesse momento é o Cristian. Consigo sentir a sua mão nojenta pelo meu corpo, meu vestido já estava acima do meu quadril e a minha face encostada na porta do carro. O desespero começou a me deixar tonta, as coisas estão turvas a minha frente. Posso sentir sua boca asquerosa em meu pescoço, mordendo e chupando como um animal filho da puta. Perdi as forças em minhas pernas quando senti o membro daquele doente encostando em mim.

– Solte- a agora! – Imediatamente sou largada e fraca apenas viro-me deixando meu corpo encostado no carro escorregar até o chão. Cristian me olha com ódio enquanto deixou o último soco na cara do Estevão já desacordado. O local estava com a iluminação baixa mesmo assim era impossível não notar a beleza e imponência desse homem.

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