ELENA QUEIROZ
Acordo toda descabelada jogada no sofá. Estava babando? Não acredito! Limpo minha boca e me espreguiço.
Olho para o salto ao lado e sorrio satisfeita sabendo que não sou mais obrigada a usá-lo. Prometo dar tudo de mim nesse trabalho, menos colocar essas merdas no meu pé.
Levando e vou direto para o banho, hidrato meu corpo e ponho uma lavanda bem fraca, tem cheiro de morango tão suave que só chegando bem próximo para sentir. Maquiagem não estava em meus planos hoje, mas a curiosidade atiçada pelo perfume daquele homem fez com que eu quisesse estar apresentável.
Opto por um terninho preto um pouco antigo e o coloco vendo quão está diferente em meu corpo devido à perda de peso. Preciso me cuidar. Deixo meu cabelo preso em uma trança solta e confiro se está tudo em ordem, pego a minha pasta na sala e saio em seguida.
Meu celular notifica e a mensagem lida me deixa desconfortável. Tudo que aprendi de ruim foi por causa desse filho da puta que hoje ainda se acha o meu dono.
"Chegarei no começo da noite. Não se preocupe, sei que está empregada e sei também que precisa abastecer seus armários, levarei comida e algumas roupas novas. Beijos. Seu Derick."
O que eu mais quero é aprender a por limites nesse homem e em tudo que ele me ensinou, não quero morrer nisso, sentir a fraqueza que essa desgraça causa em minha alma. Não me dou o trabalho de responder sua mensagem, apenas guardo o telefone em meu bolso e sigo meu caminho.
O trânsito não está me ajudando e o medo de atrasar-me no primeiro dia começa a me consumir. Desço do ônibus revisando o papel que a senhorita Morales me deu enquanto caminho em passos largos. Assim que avisto a entrada da empresa desvio meu olhar totalmente do chão terminando de memorizar as últimas ordens.
Até sentir um impacto forte que me fez cair sentada no chão e a vergonha cora minhas bochechas no mesmo momento.
Mais uma Elena.
– Ai! – Pego a minha pasta do chão e me levanto mais desajeitada que o normal. O perfume me fez olhar imediatamente para o alto unindo meus olhos aos daquele homem. Meu Deus, estou sem palavras. De longe é o homem mais lindo que já vi em toda minha vida, seu semblante sério, extremamente concentrado em mim, lábios avermelhados, maxilar cerrado... O corpo, melhor nem comentar.
– Olhe por onde anda garota, eu não sou invisível!
Ele pronuncia deixando minhas pernas moles, seria cômico se não fosse verdade.
– Desculpe. Com licença. – Passei por ele as pressas sem nem olhar para trás para não correr o risco de tropeçar novamente. Com certeza meus olhos estão maiores que o normal.
– Calma. O que aconteceu? – A senhorita Morales pergunta com seu tom divertido.
– Olha, deixa-la para lá. Qual andar eu devo ir?
[...]
– Querida, está é a sua sala, fique à vontade. Ali, é a mesa do Doutor Martin. Ele ainda não decidiu sua função, mas com o seu currículo acredito que trabalhe diretamente com ele.
Observo a sala, o local tem uma decoração rústica e escura, as cortinas estão fechadas, luzes baixas e amareladas e o perfume ludibriante mais uma vez está presente. Pensei no homem que trombei lá em baixo e o frio atingiu meu estômago ao lembrar do cheiro incomparável.
Não pode ser!
Desvio minha atenção para a senhorita Morales que havia dito algo que não havia ouvido.
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Sob Seu Controle
RomantizmA descoberta do sentimento é elevado ao desejo e a atração sentidos.