Olá Gustavo.

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Gustavo:
Ontem foi um dia bem surpreendente. O que me deixou bobo foi acordar e lembrar daquele serzinho minúsculo que apelidei de esquentadinha. Cara, ela consegue ser tão lindinha quando está irritada, que dá vontade de tirar uma foto e mandar revelar, só pra achar graça das vezes que fica assim, nervosa.
Hoje eu vou chegar mais cedo no trabalho como de costume, pra adiantar as tarefas do dia.

Acordo, tomo um banho e sigo pra rotina, boto comida pro perry (não é um ornitorrinco) e ele já vem latindo em minha direção.
Chego na cozinha e dona Maria está fazendo comida, e fala sério, não troco a comida da minha mãe por nada.

Eu: -Bom dia coroa do mal, precisa de ajuda aí? | eu sempre chamei minha mãe assim, desde que ouvi meu primo dizer que a jóia mais bonita do baú pertence a coroa que foi amaldiçoada por sua antiga dona, A Princesa Isabel, que por sinal foi a mais linda princesa do mundo, por esse motivo a jóia que tem nessa coroa só vai brilhar quando uma pessoa de uma feição tão grandiosa e linda como a princesa Isabel, colocá- la na cabeça.
Diz a lenda que essa pedra preciosa é o brilho que tem dentro de nossas mães. Achei tudo isso, muito poético, Daí a origem do apelido diferente.

Coroa do Mal: -Bom dia meu filho, estou fazendo sua comida preferida, só veja se a massa no forno está cozida, enquanto eu preparo o suco. | Ela disse e assim eu o fiz, desliguei o forno e coloquei sobre a mesa a travessa de lasanha de frango ao molho branco.

Eu: -Você é a melhor dona Maria. | Falei dando um beijo em sua bochecha e nos servindo a lasanha.

Mãe: -Você merece meu filho, agora come direito por que estou te achando muito magrinho. |Ela diz dando beliscões de leve em minha barriga.

Eu: - A senhora só vai ficar satisfeita quando eu ficar obeso, né coroa do mal? | eu disse rindo e ela repondeu:

-Também não é assim Gustavo, você tem que manter uma boa aparência. |ela falou ajeitando minha camisa polo.

Eu: -IIh mãe, fica de boa que seu filho aqui, oh | eu disse apontando pra mim mesmo | é o mais gato de todos.

Mãe: -Sei bem, você não tem jeito mesmo! | ela disse rindo, e continuou| Anda logo se não você vai se atrasar.

Eu: - É verdade, vou indo mãe. | Dei um beijo em sua testa, coloquei minha mochila e fui pro ponto pegar a van.

Cheguei no trabalho, arrumei a minha sala e do Diogo, sai para comprar seu café sabendo que chegaria da qui à 3 minutos, pontualmente.

Fui na padaria logo em frente, estava um pouco frio. Pedi um expresso amargo pro chefe e um cappuccino ao leite pra mim.

Subi depois de 5 minutos e lá estava ele com aquela simpatia toda..

Diogo: - Boa tarde meu caro, como você está? |

Eu: - Tô bem diogo e você? |

Diogo: - Estou ótimo! Pronto para mais um dia de trabalho? | Ele disse sorrindo.

Eu: - Nasci pronto chefe! |

Diogo: - Isso mesmo que gosto de ouvir, adianta suas coisas que a novata deve estar chegando, e como vocês já se apresentaram, achei que ela ficaria confortável em conhecer as coisas e tomar posição de suas tarefas com sua ajuda. Tudo bem pra você? | ele perguntou.

Eu: - Claro senhor, vou fazer o melhor para deixá-la confortável.

Diogo: - Ótimo, pode começar a executar sua função, que dentro de uma hora ela deve estar chegando | ele disse e fui pra minha mesa, chequei os documentos, analisei o gráfico semanal de lucro e estava tudo sobre os conformes.

Eu não parava de olhar para o relógio, o que deve acontecer hoje?
Talvez seja uma boa idéia ajudar a esquentadinha, vamos pensar por um lado positivo, aqui no trabalho ela não pode me agredir e sabe disso, eu espero.

Chequei as notificações do Facebook e vi que a aninha tinha curtido uma foto minha, hmmm, interessante.
Acessei o perfil dela e não achei nada comprometedor, sem deixar de perceber seu gênio forte diante das postagens.

"É, acho que devo tomar cuidado com ela, vai saber o que essa esquentadinha pode fazer fora daqui".- pensei sorrindo.

Retribuí a curtida em seu perfil e guardei o celular.
Já está quase na hora de ela chegar..

Decidi ir lá em baixo conferir o rendimento dos aprendizes, eles são muito rápidos.

Comecei a conversar com um deles, e de repente vejo um pontinho loiro descendo da van. De calça jeans, blusa social e uma sapatilha cor de pele.
Seus cabelos estavam lindamente baguçandos em fios soltos em volta de seu rosto, ela foi se aproximando e minha vontade foi de correr e me esconder.

Porém, perdi o controle das pernas e só consegui ficar ali, paralisado, olhando em seus olhos, observando a maneira como andava e ficava cada vez mais perto até perceber que ela também não teve reação de imediato.

Então, quando menos esperei, ela olhou em meus olhos com um sorriso maravilhoso e me cumprimentou educadamente, sem deixar de sorrir, com apenas uma frase:

- Olá gustavo, boa tarde.

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Cartas pra vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora