Parte 1 - O visitante.

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Éden –Semeada, MA – Brasil.

A cidade Semeada recebeu esse nome por ter sido um espaço povoado por pessoas de diversas cidades e lugares, sendo semeada aos poucos, habitante por habitante, tijolo por tijolo, planta por planta. Conseguiu sua independência e reconhecimento como cidade em agosto de 1997.


Inspirando o ar úmido da manhã, Nicole leu as últimas linhas do livro que tinha em mãos.

E então o garoto abraçou o extraterrestre para se despedir e cada um seguiu seu caminho para casa.

As crianças falaram alto e em uníssono, formando um coro de desapontamento pela história ter acabado. Nicole olhou para aqueles olhos brilhantes a sua frente e suspirou antes de começar a rir dos murmúrios incessantes.

— Agora vão lanchar – disse ao fechar a obra.

Enquanto as crianças se dirigiam para o refeitório, ela arrumava sua bolsa, colocando o livro infantil que lera cuidadosamente em um canto separado dos outros objetos. Agora que havia acabado a história teria que conseguir outro bom livro para eles, nada que os desapontasse, afinal Nicole amava ver os sorrisos daquelas crianças, tão doces e ingênuas, e ela sabia que também se encaixava nessas categorias. Sentia que sua ingenuidade para algumas coisas era seu maior defeito, e isso às vezes a preocupava.

— Tia – um menino falou alto abrindo um enorme sorriso para a professora e correu em sua direção – A senhora acredita em extraterrestres?

— Iago – Nicole pressionou os lábios para conter o riso que lhe tomava pela pergunta repentina, parando para pensar um pouco antes de responder. – Não sei, muitas pessoas dizem ter visto naves e tudo mais, mas eu nunca vi, então não posso afirmar nem negar nada.

— A Clara disse que eles querem invadir a terra e controlar a gente – Iago disse com a expressão duvidosa, como que esperando um comentário. Sua seriedade ao tocar no assunto parecia muito engraçada e encantadora aos olhos da jovem professora.

— É, todos dizem isso – Nicole riu – Queria saber de onde tiraram essa ideia.

— Eu também – ele sorriu e continuou – Ah, tia, eu tenho uma coisa para a senhora – a criança colocou a mão no bolso de sua bermuda e em seguida a posicionou em frente ao corpo para que Nicole pegasse – Eu que fiz, achei os guizos e consegui a fita com uma menina. É para prender o cabelo, eu sei que a senhora gosta.

— Obrigada – ela disse sorrindo e pegando o presente, uma fita azul celeste com um guizo prateado amarrado em cada ponta.

— A Julia me ajudou a fazer – ele assumiu uma expressão de desapontamento enquanto passava a mão nos cabelos – Não levo muito jeito com essas coisas.

— Eu amei, bobo. Obrigada. – Nicole sorriu com um olhar carinhoso.

— De nada – ele respondeu alegre e saiu correndo enquanto a mulher o observava.

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