Sonho ruim

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Sua mão acertou firmemente minha bochecha direita, fazendo-me cambalear um pouco para o lado com o impacto. Senti lágrimas descerem por minhas bochechas, não era apenas a dor física, mas sim a emocional também. Ele me odiava. Eu queria que Abby voltasse, eu estava sendo egoísta, mas a cada segundo que se passava eu implorava mentalmente que ela voltasse e me levasse com ela. Eu não aguentava mais o Mike.

- Você, sua vadiazinha de merda. Nem sua mãe te quis, no primeiro momento ela foi embora. ELA ME DEIXOU POR SUA CULPA. - Ele gritou com seu rosto próximo ao meu. Sentia sua fúria. Eu neguei com a cabeça e encolhi-me afastando o máximo que pude dele.

- Você a fez partir, papai. - Sussurrei. Eu não devia, mas minha boca parecia que nunca tinha controle.

- CALE SUA MALDITA BOCA. - Gritou.

Eu sabia o que viria em seguida, mas uma boa surra. Eu não queria, doía muito. Ele não tinha um pingo de compaixão. Consegui passar por ele, mas antes de eu alcançar a porta sua mão agarrou meu braço e empurrou-me com força. Fazendo-me chocar meu corpo com a parede. Gemi com a dor que se alastrou pelas regiões colididas. Meu lado esquerdo do rosto doía, e muito. Sentia minhas pernas bambearem, e o gosto metálico de sangue pode ser sentido em minha boca. De repente, ele virou-me para ele. Sua mão fechada em punho acertou o canto de minha boca. Fui ao chão com o impacto. Minha cabeça girava, minha visão estava turva. Mas ele não parou por aí. Seu pé acertou minhas costelas e estômagos diversas vezes. Eu gritava para que ele parasse, porém, isso só parecia diverti-lo ainda mais. Eu não aguentava mais. Eu via a escuridão se aproximando...

- Della, querida, abra seus olhos. Eu estou aqui. Está tudo bem.

- Vadia nojenta. - Foi à última coisa que eu pude ouvir antes de meus olhos fecharem-se e a escuridão pegar-me.

- Della, olhe para mim. Está tudo bem.

Aquela voz masculina me fez tremer. Debati-me nos braços firmes que me seguravam. De novo não.

- Para! Me solta. - Eu implorei em meio às lágrimas.

- Sou eu, querida. O Thomas.

A menção do nome de Thomas fez-me parar por um momento. Abri meus olhos, e encontrei os esverdeados preocupados de Thomas.

- Thomas? - Minha voz não saiu mais que um mero sussurro.

- Sim, sou eu. Está tudo bem.

Eu sentia o suor escorrendo por minha testa, e minha camisa grudada em minhas costas. Meu Deus! Havia sido apenas um pesadelo. E ele me vira assim. Eu não conseguia olha-lo. Ele devia pensar que eu sou louca. Eu odiava quando isso acontecia apenas Samantha sabia disso e ela entendia os motivos. Outra pessoa não entenderia. Eu tinha certeza. Eu precisava ir embora. Agora. Eu tentei livrar-me de seus braços em minha volta, mas foi em vão.

- Vem, vamos tomar um banho. - Sua voz soava baixa.

Ele carregou-me até o banheiro e só largou-me para me despir. Eu observei-o a todo o momento. Suas mãos eram cuidadosas para tirar cada peça de roupa. Parecia que tinha medo que qualquer movimento brusco eu quebraria. Ele só não sabia que eu já estava quebrada. Sua calça do pijama logo se juntou as minhas roupas. Ele estava apenas com uma cueca boxer preta. Meu Deus, estava uma delícia. Ele pegou-me olhando para suas partes baixas e deu-me aquele seu sorriso divertido. Senti minhas bochechas queimarem. Sua mão alcançou o registro e o girou. Conferiu a temperatura da água e puxou-me delicadamente para baixo da mesma junto a si. Esticou-se um pouco para trás de mim e logo suas mãos foram para meu cabelo prendendo-o em um coque meio desajeitado.

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