Aniversário

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Duas longas semanas sem Thomas, e sem nenhuma carícia, nenhum beijinho, nenhuma transa selvagem. Nada, além de mensagens e ligações. Eu estava começando a achar que estava dependente de seus toques. Concentrei-me em não tacar meu caderno na cara feia da professora que me olhava com uma sobrancelha arqueada desde que me pegara respondendo uma mensagem de Thomas.


- Senhorita Abernathy parece bem interessante o que quer que seja que esteja chamando sua atenção a seu aparelho. Tenho certeza que acharíamos também. Gostaria de compartilhar conosco? - A voz da professora Haymon atraiu minha atenção para fora da tela do celular novamente.


Mordi meu lábio para não rir do semblante sério dela. Meu Deus, ela tinha uma cara engraçada, sério. 

- Não, senhora. Prefiro manter em particular mesmo, porque está interessante demais. - Respondi e pude ouvir a risada de Samantha ao meu lado.

- Senhorita Smith? - Minha amiga cessou a risada no momento em que seu sobrenome foi pronunciado pela professora. - Guarde isso agora, Abernathy.

Assenti e coloquei meu celular no bolso da minha jaqueta. Seus olhos enfurecidos pararam em mim novamente por um momento antes de virar-se e continuar a sua explicação. Samantha olhou para mim e sorriu divertida. Um de seus olhos piscou e eu fingi tossir para abafar a risada que teimava em querer escapar. Engoli a risada quando senhora Haymon direcionou seu olhar raivoso para mim. Murmurei um pequeno desculpe. Não podia dar problemas estávamos nas provas finais do semestre, porra. Anotei o que ela havia dito ao decorrer da aula e parei um momento para verificar meu celular. Havia uma mensagem dele. Senti minha pulsação acelerar. Santo inferno até a quilômetros de distância ele conseguia fazer isso comigo. Abri a mensagem e sorri.


Thomas: Ouvi falar que seu aniversário é no sábado. Não encha tanto a cara, não a quero de ressaca quando eu aparecer. Quero-a perfeitamente bem, por inúmeras razões. :)

Percebi as segundas intenções no final de sua frase e ri. Esse homem ainda ia acabar comigo, e eu ficaria maravilhosamente feliz, porra.


Eu: Pode deixar, juro que tentarei não beber mais que o necessário de shot até eu cair bêbada no bar com minhas amigas. :)


Thomas: Sem chance no inferno de eu deixar isso acontecer.

Eu: Mas você não estará aqui. Poderei beber o quanto quiser e até o dia que você vim aqui estaria perfeitamente bem.


Thomas: Gata, não me faça ir aí apenas para provar que você não vai beber mais que o necessário para se divertir e não dar uma de alcoólatra.


Eu: Você está parecendo que é meu pai e não um parceiro de transa gostoso.

Thomas: Eu sou apenas um parceiro de transa?

Eu: Hum... Um dos bons devo admitir, apesar de não ter com o que comparar tenho certeza que não mudaria minha opinião se houvesse transado com mais alguém.


Guardei meu celular no bolso e sai com Samantha para a próxima aula. Meu celular não voltou a vibrar nas horas seguintes. Senti-me incrivelmente confusa e irritada por sua demora. Ele havia ficado chateado? Ou talvez ele estivesse apenas ocupado demais no trabalho. Não seria a primeira vez que isso acontecia. Ele já passou um dia inteiro sem me mandar uma única mensagem e só ligou-me tarde da noite dizendo que foi a hora que chegou do trabalho. Eu achei estranho, porém não discuti, não havia porque, ele chegava a sua casa a hora que quisesse estando no trabalho ou não. Apesar de uma parte de mim exigir explicações melhores e mais detalhadas sobre o que estava fazendo no trabalho até aquela maldita hora da madrugada. Uma parte de mim estava enciumada ao pensar que ele estivesse ocupado com outra mulher ao invés do trabalho. Eu estava parecendo uma namorada ciumenta. E eu não tinha o mínimo direito de estar. Ou tinha? Afastei esses pensamentos e me concentrei em decorar os malditos estudos de astronomia. Mas meu cérebro já não queria gravar mais nada. Grunhi irritada e Samantha levantou seus olhos do livro de biologia para mim.

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