Say You Love Me.

30. as três palavrinhas

Lauren abriu os olhos com urgência, sua respiração estava agitada sob o meu rosto. Meu coração estava acelerado, parecia que ia sair pela boca. Eu nunca tinha feito isso antes, pedir alguém em namoro, ou namorar alguém.

Meus casos era só de uma noite, ou até uma semana, nunca durava mais do que isso. E era mais a minha culpa, eu nunca gostei de me prender em ninguém. Mas com Lauren... é diferente. Eu acho realmente que se eu namorar com ela, vai ser uma felicidade imensa para mim. Vai ser inexplicável. Só de olhá-la e saber que é minha, só minha, ir dormir sabendo que no dia seguinte iria encontrar a minha namorada... Essa sensação seria inexplicável. Lauren parecia chocada, e eu já estava nervosa demais. Sério mesmo que na primeira vez em que eu peço alguém em namoro, a pessoa não responde? E se ela negar? Cristo! Eu não sei o que faço.

— Sim. — ela disse baixinho, balançando a cabeça, um sorriso tímido se formando em seu semblante. — Sim, eu quero.

Meus olhos marejaram, e eu sorri. Ela fez a mesma coisa, uma lágrima desceu da sua bochecha e ela veio pra cima de mim. Sua boca procurou a minha com urgência, nosso beijo se tornou desesperado. Suas mãos desceram pelas minhas costas, e as minhas permaneceram em suas mechas de cabelos. Lauren quebrou o beijo e deixou nossas testas coladas. Nossos olhos conectados uns aos outros, ela mordeu o lábio, e brinquedo voltou a funcionar.

A roda gigante girou mais algumas vezes, e Lauren parecia estar mais corajosa mas ainda não largava a minha mão, e eu adorava isso. Ficamos mais alguns minutos em alguns brinquedos e paramos para comermos burritos de frango.

— Camz, vamos naquele.

Lauren apontou para uma barraca de tiro no alvo. Merda, eu sou horrível naquilo, mas mesmo assim balancei a cabeça. Eu paguei a comida e ela me puxou pela mão. Chegando lá, eu dei uma nota de dez dólares para um rapaz, ele pegou a espingarda que estava presa e me ensinou um pouco como eu tinha que atirar. Eu tinha entendido tudo, peguei e mirei no alvo.

— Cinco chances para você.

O cara me avisou, eu balancei a cabeça, concentrada. Eu sou horrível nisso, Jesus me ajude. Lauren chegou mais perto de mim, colando a boca na orelha.

— Eu quero aquele urso, ali. — ela disse apontando na direção de um grande urso marrom, eu sorri. Iria conseguir pra ela, nem que gastasse cem dólares nele. Lauren desceu a mão pela minhas costas, pousando ela na minha bunda. — Se você ganhar ele, terá uma surpresa.

Olhei pra ela com as bilhas arregaladas, sorri e balancei a cabeça, já sentindo meu corpo ficar quente. Ela piscou pra mim. Se eu já queria conseguir aquilo para ela, agora eu tinha que conseguir.

Mirei no alvo e atirei pela primeira vez. Errei. Tentei outra vez, errei. Respirei fundo, agora eu já sabia onde acertar. Isso é mole, apertei o gatilho outra vez e não chegou nem perto.

— Você é ruim pra caramba nisso. — ouvi Lauren dizer rindo, eu bufei e virei meu rosto pra ela.

— Eu vou conseguir.

— Acho bom mesmo. Se não, já sabe, não é? — sussurrou em meu ouvido.

Engoli em seco, e mirei outra vez no negócio. Eu só tinha duas chances agora, ou eu acertava ou eu acertava. Atirei de novo e errei. O garoto da barraca e Lauren começaram a rir. Era agora. Fechei um dos olhos e mirei, endireitei meu dedo no gatilho, e atirei, e na minha última chance de acertar, eu errei de novo. Joguei a espingarda no balcão e enfiei a mão no bolso da minha saia. Bati com a nota de dez dólares no balcão.

— Quero ir de novo.

— Como a senhorita desejar.

Lauren chegou mais perto de mim, e eu já tinha a espingarda nas minhas mãos outra vez.

— Não precisa, deixa, vamos...

— Shhh, branquinha, eu vou conseguir.

Ela negou com a cabeça rindo. Eu mandei um beijo no ar, e ela retribuiu. O menino que estava de costas para mim se virou e levantou o polegar. Respirei fundo. Atirei a primeira vez e errei. Porra. Mirei bem no meio do alvo e atirei. A bala pegou quase saindo do negócio de madeira, mas então o alvo caiu. Lauren gritou e veio me abraçar. Eu tinha acertado. Caralho, eu acertei.

— Viu? Eu não falei que eu ia conseguir. — eu disse jogando meu cabelo pra trás com uma mão. Lauren sorriu e balançou a cabeça.

— Quase que você errou, mas está valendo. — Lauren disse com segundas intenções e piscando. Eu sorri internamente.

— Então, qual vocês querem? — o garoto perguntou sorridente.

Lauren logo se debruçou no balcão apontando para o urso enorme marrom.

— Aquele... Ali.

Como Lauren estava debruçada no balcão dava pra ver seu decote muito bem. Fora a bunda de Lauren que ficou empinada e mil vezes maior por causa da calça de couro. Eu realmente amava ver ela de couro... Ficava deliciosa.

O rapaz que parecia nem ter chegado aos vinte ainda, também pareceu perceber os atributos da minha garota. Meu sangue esquentou. Eu pigarrei, e me aproximei de Lauren, beijando sua bochecha, enquanto minha mão agarrava possessivamente sua cintura, colando ela a mim. Lauren sem perceber nada, se virou e sorriu, me roubando um selinho. Toma essa, otário.

O garoto que ficou com cara de bunda, pegou o urso e estendeu pra Lauren, e eu logo puxei minha namorada para longe dali. Namorada... É divertido falar isso, eu não sabia o quanto significava ter uma namorada, e agora que eu sei, não quero nunca ter Lauren longe de mim. Eu quero só ela como minha namorada.

Já estávamos cansadas de andar por todo o parque, já tínhamos tirado bastante fotos, então eu decidi que já era hora de levar Lauren para casa.

— Seus pais já voltaram da viagem? — Lauren me perguntou, enquanto mordia uma maçã do amor.

Imagina quando a gente se casar? Vou ter que abastecer um batalhão, mas vai ser só ela sozinha comendo por todos. Aquela bichinha come demais, mas eu também comia uma maçã do amor. O urso enorme estava de um lado do meu braço. Eu mordi a maçã e balancei a cabeça.

— Não, falta alguns dias ainda para eles voltarem.

— Ótimo. Então eu vou dormir na sua casa.

Eu arregalei os olhos e quase me engasguei com um pedaço de maçã que eu estava engolindo. Lauren chegou perto e deu uns tapinhas na minhas costas.

— Que foi? Não quer que eu vá? Eu vou pra casa então.

— Não, não, não. — eu me desesperei, é lógico que eu queria que ela fosse pra minha casa, mas e a mãe dela? E Lauren conhecendo minha casa me dava um pouco de vergonha, levar ela pro meu quarto onde já levei tantas pessoas, sei lá. Era estranho, eu não queria que ela fosse apenas "outra" lá. — Eu quero, e muito, mas e seus pais?

— Eu já pensei nisso, tenho uma ideia. Vamos.

Desativei o alarme do carro, e abri a porta para Lauren entrar. Dei a volta, coloquei o urso no banco de trás e entrei na frente. Olhei pra Lauren e abri um sorriso enorme, ela não me deixou para trás. Senti sua mão ir de encontro ao meu rosto, alisando meu queixo, para logo subir e alisar meus lábios. Ela se inclinou e beijou meus lábios. Sua língua habilidosa adentrou minha boca em busca da minha, assim que encontrou ela, um arrepio cruzou meu corpo. Minhas mãos estavam em seus cabelos, os puxando levemente. Lauren arfou na minha boca e separou nossos lábios.

— Eu... Eu te amo.

Seus olhos estavam olhando bem dentro dos meus, e eu pude ver eles estavam brilhando. Eu já tinha ouvido a falar as três palavrinhas, mas eu não pude responder, e agora isso parece ser tão bobo. Eu a amo desde o primeiro dia em que pus meus olhos nela. Segurei seu queixo e dei um selinho rápido em seus lábios.

— Eu também te amo, muito branquinha.

Lauren sorriu e me beijou outra vez.