D. Salvatore

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Eu olhava o redondo relógio acima do quadro negro girar seus ponteiros tão devagar. Como  uma aula tão incrível como a de álgebra poderia estar incrivelmente chata? Ela costumava passar tão rápida, seus problemas e números eram as coisas que eu mais adorava resolver. Mas, ultimamente essas aulas se tornaram tão vazias... Eu sempre fui o primeiro do colégio, notas altas e postura exemplar, mas de um tempo para cá eu não me interessava em mais nada disso, não quando ela estava em minha mente. O que era o tempo todo.

Bonnie Bennett.

A garota mais linda, legal e popular de todo o colégio Mistyc Falls High School. Era a líder de torcida da escola. Mas eu não a via apenas com esses adjetivos. Ela era muito mais que sua reputação.

Era uma pessoa doce e incrível. Eu sei disso porque eu tenho todas as aulas com ela — exceto essa de álgebra — e isso me dá tempo mais que o suficiente para reparar nela. Era atenciosa e gentil, apesar de andar com o pessoal popular e consequentemente o pessoal que se acha acima de tudo e de todos.
Já vi várias vezes Bonnie defender alguém que era alvo de zombações do 'Trio Barra Pesada", era como nós do clube de xadrez os chamávamos.

O líder era Klaus Mikaelson, ele tinha as piores atitudes possíveis. Seu braço esquerdo era Elijah Mikaelson seu irmão, mas era o meu irmão o seu braço direito.

Eu jamais conseguiria entender o porque de Stefan querer ser como eles. Ele sempre foi um garoto gentil e até mesmo sensível, mas depois de Katherine ele piorou muito. Ninguém da família soube muito bem o porque do rompimento do namoro deles. Perguntar ou relembrar esse assunto era extremamente proibido. Ele se tornou um cara frio e cruel, assim como Klaus, ele não era mais quem eu queria que fosse. Meu irmão mais novo e frágil. Eu gostaria de defendê-lo como um bom irmão mais velho deve fazer. Mas era ao contrário. Apesar de Stefan me tratar com indiferença e as vezes mágoa, ele jamais deixou que algum dos seus amigos mexessem comigo quando estava por perto.

Apesar de eu ser totalmente desengonçado e não saber dar nenhum murro em alguém, eu tinha um porte físico forte porque nosso pai era um cara muito ligado em esportes. Eu odiava ter que malhar, correr, pular, essas coisas. Nunca fui jeitoso com aparelhos de musculação, e nem tinha um equilíbrio bom, mas eu embarquei nessa de onda saudável pelo meu pai. Ele sempre foi um homem ocupado por conta da rede de pizzarias Salvatore's que ele tinha na cidade e fora dela. Ele sempre precisou dar muita atenção as filiais que cresciam por todo o estado da Virgínia, consequentemente ele tinha pouco tempo para dar atenção à família. Então eu aproveitava esses momentos de exercício para me aproximar. Passávamos as horas nos exercitando e conversando sobre tudo. Eu e ele não tínhamos segredos. Ele me perguntava sobre que faculdade eu gostaria de fazer, como havia sido o colégio naquela semana, e uma pergunta que sempre fazia:

— E as namoradas filho?

E a mesma resposta:

— Estão nos livros pai.

— Você não é gay, é? Nada contra, é só que...

— Não pai! Você sabe gosto da Bonnie.

A essa altura eu já parecia um pimentão e ele começava a falar como eu devia conquistá-la. Eu nunca prestei atenção. Porque a partir do momento que falei de Bonnie eu automaticamente já me lembrei de seus olhos verdes e brilhantes, seu sorriso capaz de iluminar todo os universos que existem e os que serão descobertos, os cabelos em grandes cachos que o vento adorava balançar o que me hipnotizava, sua pele cor de chocolate derretido, sua voz de anjo... Ela era linda.

— Damon? — me assustei e olhei para cima, meu professor sr. Gus me chamava — Já pode sair. Vai se atrasar para a sua próxima aula.

Me levantei rapidamente e corri para a sala do segundo andar, porta 2-b.

Amor é um ClichêOnde histórias criam vida. Descubra agora