Parte IV: Ventos Gélidos

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E o vidro do espelho estava embaçado, não pude me ver a minha imagem desfigurada exibia o estado da minh'alma. Andava a vagar a noite, pela primeira vez com estrelas no céu, o canto do pássaro noturno fez-me lembrar de algo que jamais esqueci... O anjo da minha noite, a Dama dos meus sonhos. Aquela que me faz sorrir... Indago como ela está. Pergunto-me, onde se encontra? Meus pensamentos hipérboles posso ouvir a nênia, minha canção de exílio, a sua voz a me chamar, mas apenas são ecos dos ventos gélidos que transpassam meu coração... Será que ela continua pensando em mim? Questiono... Sua negridão me traz força... Sinto paz, sinto sua falta, sinto-me só a cada noite que passa leio e releio aquela carta trazida pelo pombo branco, grito seu nome ao vento, tola tentativa dela escutar minha voz... Enquanto caminhava um cão atravessava meus passos, olhou-me e acho que pôde ver a minha tristeza ansiosa, dessa vez não havia lua... Perdido no mundo, sozinho na estrada, preso a aquela imagem monumental.

Lembro de suas palavras insignes, era uma declaração, queria poder reviver os nossos momentos. Único. Às vezes sinto-me misantrópico, sozinho em meu adito, lembro-me de ti, do teu vestido branco, dos teus lábios, daqueles beijos doces, meu anjo!

Oh! Deus onde está meu anjo? Traga-me de volta! Hoje o jardim no qual passeávamos está esquecido, sem tua presença todas as flores murcharam... Ela disse-me que logo voltaria... Atravesso o lago enquanto espero sobre as escuras águas, incógnito... Quando irei te ver novamente? Eu penso indubitavelmente sinto-a dentro de mim Oh!Meu anjo, Dama dos meus sonhos inimagináveis, Senhora dos meus desejos... Aguardo-te!

Prometeste-me, volte... Para adormecer em teus braços e inebriar-me com teus doces beijos...

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Os Fragmentos do IlusionistaOnde histórias criam vida. Descubra agora