Ele

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Ele acordou, percebendo que poderia estar no começo de tudo. Pelo menos de onde fora encontrado da última vez. Achou ele sem ter completa certeza.
Só observou por alguns segundos, até perceber que ainda estava com o mesmo short, ou era calça, ele não se recordava muito bem do que era chamado o que o guardava as partes intimas. Tentou, tentou. Mas não consegira lembrar de nada, nem do próprio nome. A não ser pelo som que ouviu , ali naquela floresta, antes de adormecer e esquecer tudo.
No sonho, viu uma garota, de olhos castanhos claros, que não davam para deixar de olha-los por um longo tempo, cabelos ruivos flamejantes, algo como um amarelo com vermelho, tão vivo quanto uma chama, chamava tanta atenção quanto sua pele clara. Mas seu rosto, ele não conseguia tirá-lo da cabeça. Aqueles olhos, os cabelos, aqueles lábios vermelhos e carnudos, aquelas bochechas rosadas com sardas visíveis. Tudo isso a cima do seu rosto, só a alguns centímetros de distancia. Percebendo ele que os lábios passaram a se mover.
-Ola Nathan!- ela arqueou uma de suas sombracelhas - Como esta se sentindo?
-Hmm - murmurou ele como um gemido- ...não sei direito, o que aconteceu aqui?- perguntou ele, recordando-se apenas de garras douradas rasgando seu tórax e ele caindo ao chão, morto.
-O que houve? -ela fala mostrando leve espanto. -Ah, é mesmo você morreu.
-Morri? Como assim? -ele ainda sentia a cabeça doer, continuando imóvel no chão.- Onde estou então, já que estou morto?
-Na verdade você só morreu por poucos minutos. -disse ela o deixando confuso.
-Como assim? -ele imaginava o quanto era inacreditável o que a tal garota lhe dizia.
-Verdade o que Mia disse então, sua regeneração é realmente incompreensível. E esse seu corpo. -ela praticamente flutuava no ar acima dele, passando a mão pelo seu abdômen.
-Eu só me lembro de uma garra dourada -ele fala, usando sua mão para  parar a mão saliente da garota- E então acordei aqui, alias quem é você mesmo?
-Ups, verdade havia esquecido de me apresentar, sou Alexia Ultanne, digamos que sou uma amiga sua. -ela falava deixando claro que sua intensão seria mais que isso.- E não se preocupe suas perguntas serão respondidas logo, logo. -deu uma última olhada de perto no corpo do garoto. Mas rapidamente sua espressão maldosa, se tornava algo como arrependimento.- Aliás, você tem só dezesseis anos.

Nathan olhou para o chão e assim percebeu que estava deitado na grama, sem camisa e não lembrava de ser ter um corpo tão bem "estruturado" assim.
-Ãn, eu tenho sobre nome? -falava enquanto sentava-se, e logo arranjando forças para ficar de pé.

-Crouth!- Ela ficara de pé também.- Seu nome é Nathan Crouth.

Ainda consigo, Nathan se perguntou com a voz alta, para que assim pudesse esclarecer algo a sua mente -O que eu sou?

-Um adolescente de dezesseis anos, com cabelos castanhos escuros, olhos castanhos, que para mim são os mais perfeitos que já pude ver de perto. Moreno quase da cor de um tronco de arvore e dono de um corpo divino -falou ela mordendo os lábios ao fim da frase.
-Obrigado, mas me referia há... -ele não completou a frase pois não sabia o que dizer. Suas palavras se tornavam vagas em sua mente.
-Sua raça?- ele confirma com a cabeça.- Ah isso é facil, você é um licáonio.
-Um oque? -ele olhou em volta para ter uma ideia melhor de onde estava, lentamente sua memoria o dava sentido, mas realmente não servia de nada agora.
-Nossa...- ela suspirou com tamanha falta de "sabedoria" dele.- Sabe os deuses gregos?
-Sei , oque tem eles?- Nathan por menos que fosse sua memória agora, sabia de certas coisas que poderiam ser impossível de não serem lembradas após anos de escola. Mas então rapidamente ao lembrar de história associadas a Deuses Gregos pensou ser um semi-deus. Mas deixou esse pensamento para trás, mais rápido do que o havia criado.
-Sabe, a muitos milenios atrás um cara foi amaldiçoado por Zeus, o Licáon, rei dos lobos. Sabe algo sobre isso?- ela começou a agir de forma risonha, enquanto agora Nathan notava que a mesma brincava com um "graveto", como se fosse uma varinha.
-Me desculpe mais ainda não entendi nada. -falou ele passando as mãos sobre a nuca.
-Vou ser direta. Você é um descendente de Licáon, tipo um lobisomem, só que você não é amaldiçoado, não igual aos filhos comuns de Licáon, você é dos mais antigos, ou seja, você não é um filho carnal, mas sim, espiritual.
-Ate que isso poderia ser engraçado se... -ele siltava um sorriso sem graça.
-Não tem graça, e você esta sendo caçado pelos do tipo amaldiçoados, os filhos carnais de Licáon, conhecidos como lobisomens.
-Como assim conhecidos como lobisomens, você fala como se eu tivesse ciência sobre tudo isso.bolha eu estava morto até alguns minutos atrás? -agora ele parecia levemente irritado, porém já não tão perdido.
-Do tipo que come pessoas, tem cerca de uns dois metros e meio em média. -sorria ela ao perceber que ele já não estava mais tão confuso.
-Isso é algum tipo de piada?- falou ele sentindo um arrepio. Mas a expressão dela era seria e nem um pouco fingida. -Poderia me provar então? Se eu sou um licáonio, oque é você?
-Eu. -ela se aproximou dele.- Sou uma feiticeira... - ela ficou a um metro de distância dele.- e vou mostra-lo o que você é.
- O que você vai fazer? -subtamente ele andou para trás.
- Só uma besteirinha. -ela tirou uma adaga de dentro do manto que cobria seu corpo, cor cinza, enfiando a na barriga dele.
-Argg!! -Sem o menor reflexo, gemeu ele sentir a adaga o acertando.

Ele conseguiu dar mais um passo para trás, então pondo a mão no corte em sua barriga, sentia uma dor insuportável, mas vinha do local do ferimento e sim de dentro de sua cabeça. Olhou para a mão e sentiu um arrepio que seria capaz de girar sua coluna de tamanha força. O fazendo contorcer-se , sentia agora uma força gigantesca tomar posse sobre seu corpo, dando um salto para trás, sem saber como ou porque, mas sabia que seu corpo tentava reagir a isso. Assim caindo no chão, mas antes que alcançasse-o, estava equilibrado por quatro patas que substituíram seus braços e pernas, com quase um metro e oitenta, mantendo-se de quatro. Ele se tornara um lobo, de pelos branco-prateado, de olhos castanhos marrom, focinho, presas, garras enormes, ele agora sabia de seu grande tamanho, assim por instinto, luberou um uivo que estrondara o local, agora com outro uivo, erguiase sob as patas traseiras, alcançando quase três metros de altura.

Em um piscar de olhos, lá estava ele mais uma vez, sozinho ao respeito e de arbustos, acordado.

A Linhagem da Esperança( 1°edição)Onde histórias criam vida. Descubra agora