A Linhagem da Esperança( 1°edição)

O sonho dela.

Larissa foi ao encontro da irmã após se recompor do momento desconfortante onde descobriu que Johnny não era mais o garoto que poderia brincar de controlar. Levou consigo a caixa com a logo marca "Restaurante do Sr.Bô, coma o melhor e mais bom". Sim, Larissa sempre que lia a logo e ria por saber que o culpado havia sido o avô de Johnny, o mesmo proibiu o pai dele de trocar a logo.

As duas comeram enquanto assistiam algum seriado que passava naquela hora. Mas logo que acabaram, Larissa se encarregou de jogar os restos no lixo e fora para seu quarto ler mais de seu atual livro, "Um amor para recordar". Sem que percebesse havia adormecido.

No sonho ela não sabia onde estava e muito menos quem estava ao seu lado. Num efeito tufão, a paisagem girava e em um ato de desmaio, ela se via cair e logo despertar. A única coisa que a mantinha conectada ao sonho ainda, era a memória do mesmo.
Uma das cenas mais fortes em sua memória era de estar solitária em uma floresta, onde alguns traços a dizia ser algum lugar que havia visto, mas sua percepção era quebrada pela presença da criatura humanoide, peluda que mostrava-se faminta. Era algo como uma raposa-homem, então seu uivo a trouxe de volta a uma memória que fazia mais sentido do que esperava. Aquilo era um lobisomem. Que ao tentar se aproximar dela, foi detido por duas garotas que saíram de trás dela. Carregando gravetos em suas mãos, de onde desparavam faíscas e outras coisas. Tudo a lembrava do livro de  Harry Potter. Então ao seu lado, o pensamento era quebrado pela presença de uma nova criatura. Um gigante lobo de quatro patas, de pelo branco-cinza. Os olhos castanhos dilatados, olhavam diretamente nós olhos dela. O que a fez não enxerga-lo como um perigo. Ela o sentia em sua mente. Era como parte de sua alma.
  Mas novamente a memória se tornava impida. De outro lado da floresta algo similar a um exército de guerreiros armadurados se juntavam a uma batalha. Haviam lobisomens, feiticeiras, e esses guerreiros que empunhavam espadas douradas e prateadas. Mas o que chama atenção neles, era a cruz que carregavam no peitoral de suas armaduras. Então logo a trás de seu Lobo amigo, surgem  outros 7 como ele. Sendo todos de pelugem diversas. Num piscar de olhos, um garoto tomava o lugar do seu lobo amigo. Algo a dizia que poderia ter sido o Johnny, mas havia alguém mais naturalmente bonito. Um garoto de pele morena. Com um esforço, ela recordava seu nome. Nathan, o garoto que desapareceu a um tempo atrás. Então ela se aproximava dela, de forma serena, em outro piscar de olhos, estavam selando um beijo da qual a fez pensar em milhões de vezes que o mesmo havia ocorrido. Um beijo de adeus. Uma sensação de poder e magia percorreu por todo seu corpo.

Involuntáriamente ela se ouviu falar:
-Nathan, eu te amo... não vá, por favor. Por mim. -ela se via implorar para ele.
-Me perdoe princesa, mas é por você que eu luto. Por nós. Pelo meu povo. -ele falava mais coisas, mas ela não conseguia ouvir, estava tão real a dor em seu peito, o gosto de ferrugem nos lábios e sua visão lentamente se turvando.

Em um ato repentino ela o abraçou, mas isso não pode impedi-lo de encostar a testa em sua testa uma última vez. Assim, ia ele para a batalha com seu povo. Agora mais uma vez se tornando o lobo de quase 2 metros. Essa cena se repetia em sua cabeça, mas de várias formas diferentes, o que a remetia a várias décadas destinhas.

Então uma última vez ela o olhou de longe. Sua atitude era inspiradora de alguma forma. E agora, ela estava empunhando uma varinha nas mãos, e centenas de garotas e garotos a seguiam falando em uma só voz, algo em latim.

-Vamos lá! -ela se viu gritar para os inimigos ali, e então acompanhada de todos a sua volta iniciaram a participação na batalha. Mas a memória foi rompida com o som de uma espada, então o sangue. Ela se viu ilesa, mas sangrando. Seu olhar achou o corpo de Nathan caindo ao chão, a espada tentará ajudá-lo, mas garras douradas haviam rasgado seu peito. Assim Larissa não podia mais segurar a dor e deixou um grito escapar pela boca. Perceberá que já estava acordado quando saltou da cama ao chão. Lágrimas caiam de seu rosto, não entendia nada que sonhara, mas pedia aos deuses que não a permitisse sonhar aquilo de novo.