32: Vinho.(Último Pov's da Clara)

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Clara Pov's:
-Como Assim?!-perguntei me aproximando da janela.

-Está vendo aquela árvore mais alta, encima de um daqueles picos, um dos mais altos,o mais perto da floresta?-perguntou. Assenti vendo uma grande árvore de tronco e galhos brancos e as folhas negras.-Toda vez que cai um raio ali,É porque invadiram a floresta.E acredite, não é um raio partido de Zeus.-disse ela.-Aquela árvore controla a floresta inteira.

-Por que não poderíamos simplesmente derrubar a árvore?-perguntei.

-Não é tão simples assim. Acha que não tentaram? Quando Miranda Blackfield morreu,as trevas(e mais uma vez, exclua os deuses disso) levaram sua alma para aquela árvore. Ela não era assim antes.Era como qualquer outra árvore. Mas assim que a alma de Miranda tomou conta dela, suas folhas escureceram e seu tronco perdeu a vitalidade, ficando branco. Da cor de um defunto. Da cor de Miranda. Dizem que se olhar bem de perto, é possível ver os contornos de seu rosto, e seus olhos, como duas fendas, te encarando.

-Uou.-murmurei.-Será que são eles?-perguntei.

-Não sei. Mas se forem, sugiro que comecemos à formar um plano.- disse.

-Podemos simplesmente sair matando todo mundo quando eles chegarem. Estaremos em maior número.

-Clara... Acho que simplesmente não é uma palavra muito adequada para se usar nessa situação.-Suspirou.-Não é simples. Vamos descansar. Teve um dia cheio hoje. Sequestros, cartas, jantares...-sorriu fracamente.

-Com certeza, uma noite longa.-disse um pouco surpresa.-Que horas são, será?

-Se eu te disser que passou a noite sem dormir,o que você faria?-perguntou.

-Eu iria me dar o prêmio nobel por não ter feito uma das coisas que eu mais gosto de fazer.-respondi.

-Bem,você passou um dia sem dormir.Ou noite.Tanto faz.Mas lembre-se de que desmaiou.São 6:45 da manhã.-falou.Arregalei os olhos surpresa.Não percebi a presença do céu cinzento lá fora. Sim, cinzento. Pelo visto,aqui não tem calor, nem sol nem céu azul.-Tem algumas horas para dormir.A costureira chega às 9:30.Já trouxe seu "café da manhã"-disse, mostrando uma bandeja que estava em cima da cômoda, com o mesmo de sempre:pão, uvas, uma garrafa de vidro com água, uma taça e... três bolsas de sangue.-Você vai precisar de energia até o casamento.

Ela parou pensativa.

-Alguma idéia?-perguntei.

-Se tudo der certo e se são seus amigos que estão na floresta, estarão aqui à tempo da MMC.-falou mordendo o lábio.

-MMC?-perguntei confusa.

-Missão Massacre de Casamento.-revelou.

Demos uma risadinha nervosa.

-Vai ser tudo de improviso, então?-perguntei.

-Bem, sim. Não sabemos como vai ser.-respondeu pensativa.-Bom, acho melhor você descansar. Não esqueça de se alimentar. Esconda pelo menos uma bolsa no armário, para caso de emergências.

Assenti.

Ela saiu do quarto, fechando a porta. Ouvi a chave virar na fechadura.

Refiz o feitiço de ilusão na parede.

Suspirei e fui até a cômoda. Bebi o conteúdo do saquinho(o sangue) e comi as uvas, o pão e bebi a água.

O que? Ainda tenho uma parte humana!! E não sou obrigada à N-a-d-a.

Escondi duas bolsas de sangue em meio às toalhas no armário.

Me joguei na cama, mas imediatamente, ouvi um grunhido e uma bicada em minhas costas.

A Semideusa #2Onde histórias criam vida. Descubra agora