33: Chuva Ácida

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Pov's Nico:

-Você está bem?-ouvi Rachel perguntar à Victória.

-Sim. Só um pouco fraca. A luz do Sol não chega até aqui.-falou.

-Quanto tempo estamos andando aqui?-resmungou Annabeth.

-Não sei. Mas deve ser umas dez horas da manhã.-falou Agnis.

Senti minha barriga roncar.

A neblina fria fez cócegas no meu nariz.

-Argh... Vamos parar pra fazer um lanche?-reclamou Percy com a mão na barriga.

-Okay.Ali não tem muito mato.-falou Sofie apontando para uma clareira.

Seguimos para lá.

Annabeth estendeu um lençol sobre a grama cinzenta baixa.

Nos sentamos e abrimos as mochilas, ávidos para por algo no estômago.

Retirei um pote médio de salsichas em conserva, um dos meus petiscos favoritos.

Com a ponta da minha adaga, espetei uma.

Encarei o pedaço à minha frente, sentindo um bolo em minha garganta. Eu estava morrendo de fome. Mas ao mesmo tempo, senti repulsa de comer.

Suspirei e guardei o pedaço de volta ao pote.

Minha barriga voltou à roncar.Mas que droga!

Se essa floresta pensa que vai me impedir de comer, está muito enganada!

Peguei a salsicha novamente e senti minha garganta fechar de novo. Mas dessa vez, comi a salsicha, mesmo com a repulsa que sentia.

Guardei o pote dentro da bolsa e prendi minha adaga no cinto.

A salsicha agora, me dava uma sensação de acidez no estômago.

Passei a mão pelo rosto e me levantei.

Caminhei até o lago que havia na clareira.

Era como um espelho negro.

Brilhante, liso e profundo.

Coloquei a ponta dos dedos,para verificar se não queimava ou outra coisa.

Era fria e molhada. Como deve ser um lago.

Peguei um pouco de água com as mãos e molhei o rosto.

Encarei meu reflexo na água.

Mas o que eu via não era exatamente meu reflexo.

Era Clara!

Ela estava lá embaixo, me chamando. Seus sussuros de socorro ecoaram por meus ouvidos.

-PERCY! RACHEL!-Gritei em pânico. Era ela!Eu tinha certeza!

Os outros me olharam, confusos.

Se ninguém ia fazer nada, eu ia.

Tirei a camiseta e pulei na água, ouvindo Agnis gritar algo.

Mas não importava.

Debaixo da água, estava escuro. E apenas ela iluminava.

Sua pele brilhava num tom azulado.

-Nico... Me ajuda!-suplicou.

Tentei falar mas a água me impedia.

Estiquei os braços e ela segurou os mesmos firmemente.

Tentei puxá-la,mas ela não saia do lugar.

-Venha comigo!!Venha!!Me ajude!-continuava dizendo.

A Semideusa #2Onde histórias criam vida. Descubra agora