felicidade mórbida

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O que seria da vida 

Sem a luz da tua alma a me lumiar
Como seriam os meus dias
Sem o ardor do teu altar

Pra que caminhar pelas trevas
A procura do lenitivo
Se hoje podemos encontrá-lo
No declínio do teu abismo

É mórbida flor, porém
Delicada e deslumbrante
Que sacia tão voraz vazio
Do meu semblante

É fruto negro e proibido
É lança no peito ferido
São ondas que tocam as nuvens
E inundam o pequeno infinito

Um castelo de espelhos
Na areia do meu tempo
O sangue quente derramado
Das veias do desespero

É nobre escuridão
Que devora as estrelas
É o frio do coração que
Congela minha tristeza

Vivo pela morte
Numa sede vampirística
Do livro sou as páginas
Macabras e místicas

Reflito no teu ego
A imagem mais nítida
Do alquimista a procura
Da amarga utopia

Sinto calor em teus lábios
Escuros no beijo
E vejo a lua através
Dos teus olhos negros

Sigo pregado em tua cruz
Ferido pelos espinhos do teu ódio
Envelheço mil anos
Por segundo ser tão lógico

São as asas que ardem em chamas
E me levam ao vale da solidão
Onde encontro meu abrigo
Em tal sentido sem razão

Pois tu és canção lírica
Que reluz minha alma agora
Teu sentimento obscuro
É minha felicidade mórbida

GóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora