sentei-me naquele caminho de pedras
onde em tempos chorei a solidão
senti um aperto no peito
tinha chegado a tentação.seria mesmo o pecado
a espreitar naquela floresta
ou era a minha imaginação
a querer livrar-me desta.sensação de liberdade
que agora ia sentir
por chegar a hora da verdade
em que não podia mentir.ela trajava de preto
com pinturas a condizer
usava o colar da esperança
com a sua confiança a crescer.chegava-me junto a ela
e num olhar fixo e duradouro
transmitia-lhe o que sentia
cheirando o seu vestido de couro.o brilho dos seus olhos inspirava-me
para mais uma noite de amor
quando ouvia o mocho que cantava
as minhas melodias de cor.no fim daquela estrada
olhando para a luz divina do amor
agradeci a morada
daquela alma com dor.acariciei-lhe o rosto
de tanto chorar que estava
para nao sentir o desgosto
da minha alma que passava.por aquele período de solidão
mas que queria vencer a dor
pois o amor que sentia
era mesmo com fervor.no confronto dos céus
decidia-se a nossa vida
numa holografia sem véus
era tudo o que escorria.um rio de mágoas lavado
pelas dores do nosso sentir
finalmente tinhamos ficado
com a vida a fluir.