Harry quis ir ver Melanie naquele dia, mas ela estava na UTI, e ele não podia se mover direito ainda. Se sentia impossivelmente fraco - só o ato de tentar dobrar as pernas o deixava exausto. Aceitou esperar. Não era como se ela fosse fugir de um dia pro outro.
Liam: Mamãe está aqui. Ela esteve desesperada todo esse tempo. - Avisou, guardando o celular. - Me perguntou varias vezes se eu não podia acordar você só um pouquinho, pra que você dissesse se estava sentindo algo, Deus a abençoe. - Disse, carinhoso.
Harry: Eu sou um merda. - Disse, culpado.
Liam: Que bom que você sabe. - Disse, irônico, indo até a porta.
Já era fim da tarde quando Anne se acalmou. Chorara, abraçada ao filho, por um bom tempo. Quando se acalmou sondou como ele estava, dizendo que ele perdera peso, e mimara Harry de tudo. Depois, ao comentar o estado de Melanie, caíra no choro de novo. Só a noite Gemma conseguiu convencê-la de ir pra casa, após mostrar que Harry estava bem, que passaria a noite dormindo e que ela, Anne, precisava descansar. Durante os 4 dias que vieram, pouca coisa mudou. Melanie saiu da UTI (mais por falta de melhora do que o contrário) e foi transferida pra um quarto. Harry, por outro lado, recuperou a força. No 5º dia ele, de cadeira de rodas, foi levado até o quarto onde Melanie estava. E ela estava destruída. Pálida, o corpo caído mole sobre a cama, as pálpebras brancas mostrando algumas veias, alguns cortes no rosto, um curativo na testa, um soro no braço, vários fios novamente monitorizando o coração e agora na cabeça, em função do cérebro. Parecia frágil, quebradiça.
Liam: Os peritos acreditam que ela acionou o airbag do carro enquanto caía da ponte, provavelmente pra proteger a barriga do impacto. - Disse, rompendo o silencio. Harry se levantara, com a ajuda de Gemma, e olhava a Melanie desacordada, quieto.
Harry: E? - Perguntou, insondável.
Liam: Isso foi o que a prejudicou. Além de ter batido a cabeça, ganhando um traumatismo craniano, o cérebro passou tempo demais sem oxigênio. O airbag e o cinto de segurança dificultaram o resgate. Quase não houve nada que eu pudesse fazer. - Disse, desgostoso - Porém, atingiu o objetivo. O feto quase não sofreu dano, mesmo em detrimento dela.
Harry: Eu não o quero. - Disse, amargo - Tire isso dela, antes que possa ganhar vida. - Completou, duro. Liam virou como se tivesse levado uma bolacha na cara.
Liam: Desculpe? - Perguntou, querendo muito estar errado.
Harry: Ela me traiu. Deus sabe com quem, mas traiu, e ai está o maldito resultado. - Cuspiu, desgostoso - Tire isso dela. - Repetiu.
Liam: Não. - Disse, obvio. Harry tirou os olhos de Melanie, encarando o irmão - Não há razão pra isso. O feto é saudável. O problema está com a mãe. Nós vamos fazer o possível e rezar pra que ela acorde, e caso contrario, vamos lutar assim mesmo. - Disse, raivoso.
Harry: Não é meu! - Disse, furioso.
Liam: É DELA! - Rugiu, no ápice da raiva. Às vezes aguentar Harry era impossível - Ela está assim porque optou por salvar a criança! Quando ela acordar, ela vai querer esse filho, e ele é dela!
Harry: Isso SE ela acordar. - Corrigiu - Eu sou o marido, o responsável legal. Vou pedir a transferência dela para um hospital onde os médicos não sejam tão sentimentais. - Alfinetou.
Gemma: Eu vou contar a mamãe. - Disse, quieta, olhando Melanie.
No mundo real, onde pessoas crescem e levam sua vida de modo saudável, essa ameaça seria uma piada. Coisa de criança. Mas para os Styles, a história era diferente. A briga entre Liam e Harry se suspendeu, e Harry se virou, incrédulo, para a irmã que sempre fora sua aliada.
![](https://img.wattpad.com/cover/48498815-288-k73817.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Enquanto Você Dormia - Efeito Borboleta (Livro 2) [H.S]
FanfictionQuando você é enganado, traído e machucado até certo ponto, só existem duas opções: Esquecer e perdoar ou esperar o momento e a hora certa de se vingar. Essa não é uma história sobre perdão. "O bater da asas de uma borboleta pode desencadear um tuf...