Don't scare me

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Após saírem do hospital, foram em direção a casa dela, que por sorte não ficava tão longe do local.

Em momento algum durante o percurso fora dita alguma palavra, o silêncio reinava entre os dois, afinal, eram desconhecidos que sem motivos específicos aparentes, iam morar juntos.

Na cabeça dela tudo parecia estranhamente claro e normal, o que deixava Yoongi muito desconfiado, nada fazia sentido, o que a faria querer ter a responsabilidade de cuidar de um homem, que era praticamente uma bomba-relógio? o pior era que ele sentia que por mais que nunca tivesse a visto ou a conhecesse, não conseguia negar tudo aquilo.

Era como se ele estivesse preso a ela.

- Para onde você está me levando? - sua voz era repleta de rispidez.

- Pra minha casa, pra onde eu te levaria se não para lá? - ela tinha que jogar seu jogo também. Se ele se fizesse de difícil, ela faria a mesma coisa.

- E porque diabos estamos indo pra sua casa? - Yoongi se irrita.

- Não é óbvio? Vou cuidar de você! Por acaso tem outro lugar para ir?

- Estúpida.

Ela revirou os olhos, iria o ignorar, garoto acabara de tentar se matar. Sua cabeça devia estar um turbilhão. Ainda ia ter que esperar muito tempo para...

Após alguns minutos pararam em frente à um edifício.

- Boa noite Eve. - o porteiro se pronunciou.

- Boa noite sr. Jeok - deu um sorriso para ele.

- Eve...? - Suga sussurrou.

- Esse é Yoongi, ele é um velho amigo que sofreu um acidente grave e vou ajudá-lo- ela sussurrou ao porteiro que não tirava os olhos da cadeira de rodas onde Yoongi estava.

-E... aquele outro problema, a senhorita conseguiu resolver?

Suga se cala fingindo não prestar atenção na conversa.

Que problema?

- Não se atreva a me chamar de Yoongi! - eles entraram no elevador.

- Porque?

- Pra você é Suga, apenas!

- Mas é um mal agradecido mesmo. -ela arqueia a sobrancelha.

- Você está fazendo isso porque quer. Eu já disse que não preciso da sua ajuda.

-Que baixinho invocado você! - ela bufou.

- Ta perdendo seu tempo. - falou irônico.

- Não mesmo. -falou contemplando seu reflexo no espelho do elevador.

Suga ainda não compreendia. Qual era a daquela menina?

Após a pequena discussão, a porta do elevador se abriu no andar 16 e foram em direção a porta 451.

A casa de Eve era como em uma foto de tumblr.

Como era um loft, não haviam divisórias, mas todos os móveis estavam distribuídos milimetricamente em cada espaço. Era possível ver o incrível bom gosto de Eve por mobília e decoração, as paredes eram de uma cor bem clara, e o chão era de taco, em um estado impecável, a cozinha era composta por uma bancada grande e alguns bancos altos, todos os utensílios estavam assustadoramente alinhados e limpos.

O quarto de Eve era peculiar, a cama era coberta por um branco gelo, desde os travesseiros até as cobertas, tinha algumas luminárias pequenas a lado da cama que lembravam estrelas, e na parede haviam algumas palavras e números espalhados estrategicamente sobre a visão que a cama dava do teto. Eram como códigos, que só Eve podia entender.

E tinha uma escada.

A tal escada era bem próxima a porta e dava acesso a parte superior da casa de Eve, mas algo não era comum, em uma das paredes havia uma grande cortina negra no que parecia ser um atelier de arte e um pouco depois disso uma porta...

Com um cadeado e uma corrente.

-O que acha? - ela senta na bancada e o encara cinicamente.

-Eu acho que você é louca. - ele arregala os olhos.

-Como é tentar suicídio? É pecado sabia? Um cara como você parece tão...-ela o rodeia sedutoramente tentando atingi-lo a todo custo. -Você é tão lindo.

Ele engole seco, todos os pelos de seu corpo se levantam, por que ele se sentiu tão bem ao ouvir aquele elogio? Era como se ela o conhecesse e soubesse de todos os seus segredos mais profundos.

Ela sorri e toca em seu pescoço.

-Por que você parece tão nervoso...Suga?


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