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Eu até voltaria para casa,mas eu não me senti satisfeito com o progresso do treino de hoje,avisei minha mãe que ficaria até tarde na escola e voltei à academia.
Sinto uma vibração no meu bolso.
"Pra onde você foi?,eu sei que não foi para casa,não faça nenhuma besteira!"-17:45
"Não vou."-17:46

Eu não disse a Soo onde ia porque ela costumava me repreender,mas ela sabe que eu tenho que ir todos os dias para me manter no peso certo.

Não havia muitas pessoas lá como de costume,esse era o meu horário favorito,nada de olhos em mim,nada de julgamentos.
Entro no vestiário sem encarar o espelho,guardo minhas coisas no armário. Ah,o lanche da minha mãe ainda está aqui!

A porta se fecha com um estrondo,alguém havia entrado.

Mãos tapam minha boca para que meus gritos não fossem ouvidos,era Chin-Hao.

Ele atira meu corpo contra a parede com um empurrão,seu cenho está fechado e frio.

O que ele queria agora?

Ele empurra minha cabeça em direção ao lanche que minha mãe tinha feito,com uma mão ele segura meus cabelos e com a outra meus braços,ele pisa na comida e sorri histericamente.

-Não vai comer isso gracinha?

Tentei me soltar dele,mas ele forçava seu peso por cima de mim.
Ele enfiava a comida que ele havia pisado na minha boca,ele ia me fazer comer a força,minha boca se cerra assim como meus olhos.

-Ah...você não quer?que feio Jimine,um rapaz bonito como você tem que se alimentar direito.

Eu finalmente consigo soltar minha boca das mãos dele,mas eu já não tinha forças,estava exausto e realmente faminto...mas eu não podia,eu não posso.

Nada que eu fizesse ia ser o suficiente para confrontá-lo,meu corpo começa não responder mais,eu entro em desespero,começo a derramar algumas lágrimas de derrota e então apago.

***

minha cabeça doi,meus braços estão dormentes e parece que minhas pernas foram esmagadas por um rolo compressor ,há comida por todo o chão ao meu redor,me sinto enjoado e destruido.me levanto com dificuldade em pé diante do espelhoque tanto evitei fitar,meu corpo todo esta cheio de marcas de tenis,provavelmente provindos dos chutes de Chin-Hao,meus lábios e minha sombrancelha sangrm,havia comida no meu cabelo.

m eu estomago está embrulhado

nao agora nao.

Chin-Hao tinha me humilhado,ele aproveitara de uma de minhas fraquezas para me destruir,mas por que essa raiva,por que todo aquele odio? eu jamais tinha feito nada a ele,ele sempre me provocava,eu claro sempre rebatia seus insultos mentalmente e raramente de forma fisica...

O reflexo do espelho dava para um relogio mais atras.-18:36

Já deveria estar em casa.

O problema era que eu não queria voltar, porque alem de er que explicar a minha mae toda a situação,eu estava cansado de tudo,de me esforçar para me livrar de defeitos que jamais mudariam,eu não queria encarar mais espelhos,não queria mais olhos em mim.

Já chega.

me sento no chão do banheiro novamente,,tiro um pedaço de papel do bolso e começo a escrever,era como se alguém estivesse puxando mina mão e criando palavras:

"Não temos certeza sobre o que somos,sobre o que devemos fazer,sobre como prosseguir,sobre os erros,a incerteza acabou por me consumir,assim como a vontade que eu tenho de me desligar deste padrão que assombra,das vozes cruéis que ouço.

Os espelhos conversam comigo...e me dizem que sou inútil. Amei muito pouco,fui amado mais do que realmente merecia,estive vivendo tragicamente em estado vegetativo,a quem interessar essa carta,eu sinto muito.

Ou não,estou incerto"

passo silenciosamente pelos corredores em busca de um local vazio,vou até a sala de massagem,desabitada como de costume.

estava escuro e úmido.

Uma banheira.

eu solto um suspiro demorado e vou ao encontro da mesma,eu a fito e meu rosto passa a lacrimejar ,eu ligo atorneira fria tiro minhas roupas mais grossase me enfio por inteiro na banheira que não estava cheia por completo.Encosto minha cabeça no azulejo gelado e sinto as lágrimas escorerem pelo meu rosto e como um abraço a gua me envovia e trazia com ela pensamentos distantes,eu já não sentia boa parte do corpo.

A carta estava em uma de minhas mãos.Na outra um isqueiro.

o fogo se espalha pelo papel,eu vejo cada sentença escrita desparecer,já não fazia sentido deixar explicações sobre algo inexplicavel,eu não sabia como dizer adeus...talvez eu não quisesse um adeus.

Largo o isqueiro e uma unica ponta que sobrara do papel no chão já alagado.

Era minha vez.

eu não respiro fundo,não penso duas vezes,apenas deixo agua cobrir meu nariz e depois meus olhos,destivo tudo que tinha na mente e espero.

Mas

não sei se por instinto ou por falta de coragem,eu acabo recuando e voltando ao início,minha tentativa de suicídio havia falhado.A fraqueza do meu íntimo me faz sofrer,me faz sentir uma profunda vergonha,o que eu estava fazendo parecia tão certo,mas pelos míseros segundos que passei inconsciente aquilo me pareceu o pior dos pecados.

A sala inteira está alagada,a água já está saindo pela porta,em breve alguém entrará e eu estarei ferrado,sem nenhuma alternativa de defesa.Me levantando trêmulo da banheira e procuro uma saída viável que não chamasse atenção,apenas uma pequena janela na área de hidrmoassagem.

vai ter que servir.

meu corpo se espreme pelo espaço mínimo da janela,alguma coisa arranha minha pele durante essa saída.

Já era noite.

Minha situação era mais do que crítica,por que além da minha recente tentativa de suicidio,eu me encontrava apenas com a roupa de baixo,no frio da noite com minhas roupas e mochila completamente enxarcados

Eu penso em Soo.

pego meu celular,na esperança de ele ainda estar funcionando mesmo depois da água ter ivadido tudo que tinha na minha mochila e ligo para ela,que me atende bem rápido.

-ONDE VOCÊ ESTÁ? ESTOU TENTANDO FALAR CONTIGO A HORAS!

-tentei suicídio,fugi por uma janela minuscula,estou do lado de fora da academia do lado de umas moita só com a roupa de baixo e todo molhado...pode me ajudar?por favor.

ela se silencia por alguns segundos,mas eu a ouço suspirar do outro lado da linha.

-Estou indo.

e então desliga.

Já sabia o que ia ouvir ,mas ficaria feliz em ver o rosto de Soo de novo.

Ela logo estaciona seu carro a frente do local com os faróis desligados,pego minhas coisas e entro no mesmo,ela estava muito tensa e entristecida,ela se vira rapidamente para mim e depois volta a olhar em paralelo,o que queria dizer"estou com raiva demais para olhar para você agora"

-desculpe.-é tudo minha boca é capaz de falar.

ela nada diz,apenas suspira e balança a cabeça,ligando o carro outra vez e seguindo em frente.

Eu me calo e passo a admirar o mundo do lado de fora,com todos os seus infintos defeitos,seus habitantes desprezíveis e seu brilho artificial e sem validade.Tudo seria tão mais fácil se não fosse como é.

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⏰ Última atualização: Sep 30, 2016 ⏰

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