Capítulo 28

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Louis Tomlinson p.o.v's

Eu e Harry entramos na roda gigante, ali não era um ótimo lugar para conversar mas eu achei Harry tenso.

Me lembraria de abraçar muito Zayn por essa oportunidade de sair com Harry, apenas nós dois, e sem Liam desconfiar de nada.

Eu estava totalmente irritado, me sentia triste, Harry havia parado de sair de casa, sempre que eu ia na casa dele, ele fazia total questão de se fingir de morto.

Ele me daria uma explicação para aquilo, e também para o comportamento estranho de Zayn, Niall e Gemma.

Os três andavam incomodando eu e Liam com seus segredos estúpidos.

Assim que a tranca da cabine amarela da roda gigante se trancou eu lembrei de um fator extremamente importante.

Eu não sabia lidar com alturas.

- Louis? - Harry me balançou levemente. - Está tudo bem? Parece que você viu um fantasma. - Ele se impulsionou para sentar mais perto de mim, nisso a cabine que estávamos balançou e eu senti meu estômago dar voltas. E ainda nem estávamos no alto, mas estávamos bem próximo disso.

- Harry, eu tenho medo... - Fechei os olhos com força, e finquei minhas unhas no braço de Harry com certa força, assim que atingimos o ponto alto do brinquedo.Não fui capaz de dizer mais nada.

Fui soltando o seu braço assim que senti que estávamos voltando para o chão.

Abri os olhos para encarar Harry com um sorrisinho.

- Você é adorável. - Ele sorriu. - Medo de altura, uh? - Ele me mostrava as marcas vermelhas em seu braço.

- Oh, me desculpe. - Eu disse e antes disso Harry segurou meu rosto.

- Me olhe! - Sua voz soou rouca, eu não tive muita opção, suas mãos grandes mantinham meu rosto na direção do dele.

Seus olhos verdes eram tão chamativos, eles brilhavam mais que as luzes desse brinquedo.

- Seus olhos são lindos. - Eu disse sem pensar. Harry sorriu mas não respondeu. Ele soltou meu rosto devagar e me abraçou de lado.

Alguns segundos mais tarde, Harry me roubou um selinho rápido, seguidos de selinhos demorados.

Quando dei por mim Harry estava sorrindo como um idiota.

- O que houve? - Eu perguntei.

- A vista, é ótima daqui. - Olhei para frente e vi a cidade, as luzes brilhosas, os carros passando nas avenidas e as pessoas que pareciam minúsculas formigas lá em baixo.

Eu estava em uma altura absurda. Senti meu corpo tremilicar de pânico.

Harry puxou meu rosto para lhe olhar novamente. Ele roçou seus lábios nos meus, logo estamos nos beijando, como se não nos víssemos há anos. Sua língua se empurrava contra a minha, seus dedos afagavam minha cintura e puxava seus cachos, tazendo Harry cada vez mais para mim.

O medo que encobria minha alma sumiu, a vista a minha frente era linda, e nem era da cidade que eu estava falando. E sim de Harry.

Já havíamos dado mais de três voltas, e eu sentia meu estômago oco e não era pelo medo de altura e sim pelos toques de Harry, seus sussurros afirmando que iria ficar tudo bem e seus abracinhos seguidos de selinhos demorados.

Eu poderia subir no topo do Empire State e ficar na ponta dos pés no parapeito do telhado contanto que Harry estivesse lá comigo.

- Então, nem conversamos. - Eu disse suspirando aliviado por finalmente termos descido da roda gigante.

Harry sorria discretamente.

- Olha, medo de altura é um trauma sério, ok? - Eu completei e ele se permitiu gargalhar, eu forcei uma expressão ofendida.

- Certo, então, nem conversamos. - Ele repetiu o que eu havia dito.

Antes mesmo de Harry prosseguir eu o puxei para o carrinho bate-bate, ele me olhou meio receoso, mas eu insisti e Harry se sentou em um carro vermelho, eu optei pelo azul, por saber dirigir ele sempre ficava em minha cola, e também porque uma garota ruiva batia no meu carro de propósito para chamar minha atenção. Harry mandava olhares raivosos para a garota e ela ignorava ele totalmente.

Depois disso nós fomos até a casa fantasma e eu saí de lá igual à um, totalmente branco e nos braços de Harry que sorria descontroladamente da minha cara.

Mas afinal quem coloca uma pessoa vestia de gorila fêmea para correr atrás de visitantes em uma atração?

Eu não aguentei correr, não apenas pelo medo, mas a sala em que estávamos era escura demais, quando dei por mim estava nos braços de Harry, encolhido como uma criança assustada.

Nos sentamos em um banco afastado. Harry se levantou para me comprar algodão doce. Do banco eu observava Harry, ele estava escolhendo a cor, seus olhos verdes estavam indo do corante rosa ao azul bebê, ele não me parecia aquele Harry estúpido, e creio que ele nunca foi assim.

Eu estava feliz por acreditar que era isso, ele estava apaixonado e percebeu tudo o que realmente importa. Eu e Harry poderíamos ser um Nós. Eu tinha minhas incertezas mas depois dessa noite, a maneira como ele me tratou, os beijos na roda gigante. Sim, eu precisava desse Harry comigo, queria tentar algo com ele.

- Ela nem era tão feia assim. - Harry se sentou ao meu lado me tirando dos meus devaneios. Ele me esticou o algodão doce meio roxo, uma mistura do azul com o rosa bebê. Eu não pude deixar de sorrir com aquilo. - Quero adotar uma gorila fêmea agora, ela vai se chamar Louise, sem sua homenagem. - Eu gargalhei e lhe dei um soco leve no ombro.

- Contanto que ela não corra mais que eu, tudo bem. - Eu disse mordendo o algodão doce. Harry me olhava atentamente, ele tinha um olhar indescritível sobre mim e isso chegava a me deixar desconfortável.

- Está sujo. - Ele disse. - Eu limpo pra você. - Ele levantou meu rosto e contornou meus lábios com a ponta da língua, eu lhe dei espaço para iniciar um beijo, a mão que segurava meu algodão doce agora estava puxando os cachos de Harry e o doce estava no chão.

Nos separamos por falta de ar. Harry me deu breves selinhos antes de realmente voltar a se endireitar no banco.

- O seu algodão, você quer outro? - Decidi ignorar Harry para dar atenção à um urso pendurado em uma barraca de tiro ao alvo. Era braco e tinha um laço vermelho no pescoço, tão adorável quanto. Harry acompanhou meus olhos e me lançou um sorriso indo em direção ao local.

Eu continuei sentado, Harry pegou uma das armas e analisou a mira, não era possível eu ver se a bala conseguiu acertar ao alvo correto pela distância, mas Harry parecia saber o que fazia com aquela arma. Primeiro tiro. Ele bateu a mão no balcão, segundo tiro. Ele reclamou algo para o garoto da barraca. Terceiro e último tiro. Ele estava com uma expressão incrédula.

Eu achei cômico, ele parecia não ter ganhado, até que vi o garoto da barraca despendurar o urso e entragar a Harry. Esse que veio quase saltitando ao meu encontro com o urso na mão.
Ele entregou o urso com uma expressão orgulhosa de si mesmo.

- Achei que não tinha conseguido. - Eu disse analisando o urso branco e quase do meu tamanho.

- Consegui o urso, mas não acertar os tiros. - Lhe olhei confuso. - O garoto ficou com pena de mim. - Ele sorriu.

O sorriso de Harry era uma das coisas que eu poderia facilmente me acostumar a ver todos os dias pro resto da minha vida.

O celular de Harry vibrou no seu bolso, ele encarou o visor e seu sorriso se dissipou no mesmo instante.

Better Than That | L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora