Capítulo 39

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Eu perguntei sobre Louis por todo caminho até minha casa. Gemma apenas me disse que ele estava resolvendo coisas e no momento certo, ele iria me explicar tudo. Sobre o dinheiro e sobre Fizzy e Lottie.

Gemma me mandou tirar as roupas sujas de glacé e dormir, antes que ela ousasse me matar. Ela levou um moletom azul para mim no banheiro e nós conversamos mais um pouco sobre o ocorrido.

Com muita dificuldade eu consegui fechar os olhos.

Próximo das sete da manhã eu tomei um banho rápido e tive uma surpresa ao abrir meu guarda roupa. Minhas roupas não estavam lá. Gritei minha mãe, essa que veio correndo com os olhos vermelhos. Talvez de chorar pelo acontecimento de ontem.

- Onde estão minhas roupas? - Eu perguntei envergonhado. Dessa vez eu realmente me sentia envergonhado.

- Os criados do seu noivo? - Foi mais uma pergunta que uma afirmação. - Eles levaram tudo que acharam que poderia te importar. - Ela desceu as escadas sem esperar por mais perguntas minhas.

Gemma entrou no quarto segurando uma camisa preta e uma calça skinny jeans.

- Seu carro está te esperando lá em baixo. - Ela sorriu jogando as peças na cama, que estava coberta apenas por um lençol branco. - Agora você é um homem casado, certo? - Gemma perguntou em um tom inocente. Não pude impedir um sorriso e confirmar com a cabeça.

- Onde ele está, agora? - Eu perguntei incerto.

- Ele está em Londres. E isso é tudo, você vai pra lá agora. - Ela disse e eu fiquei surpreso. - Harry, você assinou o papel, você é dele ago... - Gemma pareceu ter dito algo que não devia. Ela sorriu e foi em direção à porta. - Você tem o tempo que precisar. - Ela sorriu e saiu.

Eu quase dei pulinhos de felicidade. Me arrumei o mais rápido que pude e fui até Gemma. Louis, assim que soube que eu havia assinado o seu contrato, ele mandou um pessoal pegar meus itens pessoais, como roupas, sapatos, gorros, cd's, filmes e jogos para transporta-los para Londres, onde Louis estava possivelmente morando agora.

Abracei minha irmã que me ameaçou de todas as formas para eu não machucar Louis novamente e fui até minha mãe.

Ela estava no sofá, no local típico onde ela ficava quando sabia que eu iria me encontrar com alguém, só que agora eu estava indo me encontrar com alguém que eu sentia certas coisas.

- Eu já estou indo. - Eu disse baixo. Ela me olhou e fez um gesto para que eu me aproximasse e eu o fiz.

- Você gosta de Louis Tomlinson, um garoto? - Ela perguntou com os olhos fixados em algum ponto da minha camisa.

- Gosto, mais do que você pretende entender um dia. - Eu disse confiante de minhas palavras.

- Por qual motivo esperou para que ele lhe fizesse a oferta de dinheiro? - Ela olhou nos meus olhos. - E ele o fez mesmo sabendo que você o traiu, o quão estanho esse "gostar" de vocês não soa? - Ela deu um riso fraco. - Até logo, Harold. - Ela puxou minha mão e deu um beijo.

Sai de casa totalmente transtornado. O carro que me esperava era um porsche panamera preto, ao seu lado estava um garoto de cabelos brancos com mecha verdes, no crachá prateado da camisa social que ele vestia estava escrito "Michael".


- Bom dia, Senhor Styles. - Ele esticou a mão para mim. Ele não parecia velho, porém era muito sério para um jovem. Apertei sua mão e murmurei um oi baixo. - O meu Patrão me mandou até aqui, eu me chamo Michael, trabalho para a família Tomlinson, e agora sou seu ajudante particular. - Ele disse de uma maneira rápida e abriu a porta do carro de trás para mim, eu o olhei confuso. - O carro também é seu, mas você não precisa se incomodar em dirigi-lo, eu posso o fazer. - Eu entrei vagarosamente dentro do carro, analisando os bancos de couro e o cheiro de novo.


- Michael, como conheceu o seu patrão? - A duvida verdadeira era, Louis sempre teve dinheiro? Assim debaixo do nariz de todos? O garoto me olhou pelo espelho retrovisor.


- O Sr. Tomlinson me deu ordens para não falar sobre ele e a família Tomlinson para você. - Ele deu um sorriso amigável.


- Achei que você trabalhasse pra mim. - Eu fiquei entre o banco do motorista e do passageiro como uma criança. - E você não precisa ser tão sério comigo. - Eu estava virando um animal e isso é culpa da convivência com Zayn, Liam e Niall. Eu daria qualquer coisa para ter alguém educado e reservado trabalhando como meu assistente e agora eu só queria que aquele garoto me falasse que porra ele tentou fazer no cabelo. Estava muito foda, porém meio bagunçado.


- Trabalho para você por ordens do meu patrão, ou seja, antes das suas exigências, vem as dele. - Ele me empurrou para trás. - Agora fique quieto pois se eu bater esse carro, se você não morrer com o impacto eu mesmo te mato. - Ele lançou um sorriso cínico, como se ele não estivesse dizendo nada demais e eu gargalhei.

Durante as quatro horas de viagem eu e Mike conversamos muito, o cabelo de Mike era daquele jeito pois ele tinha uma banda de rock pop ou algo assim. Ele gosta de várias coisas que eu também gosto. Eu descobri também que Louis pediu para que ele não me alimentasse com porcarias pela estrada, o que me fez grunhir de raiva quando Michael parou em uma lanchonete e pediu um x-tudo com soda limão pra ele e apenas uma salada de frango com suco natural de laranja pra mim. Ele tirou com a minha cara, dizendo que Louis provavelmente me achava gordo, mas no final eu consegui algumas mordidas do hambúrguer dele, claro que tive que ameaçar dizer para Louis que Michael havia dado em cima de mim a viagem toda. Nessa altura eu já tinha pulado para o banco do passageiro para ir conversando com Michael. Nós ouvimos músicas e sorriamos de tudo e todos pela estrada.

Assim que chegamos em Londres eu pulei para o banco de trás novamente, Michael achou melhor, mesmo comigo afirmando que não havia problema.

Assim que os portões de ferro, com um T enorme se abriram eu pude ver a mansão, enorme. Parecia um castelo de tão grande, parecia uma mentira. Um segurança se aproximou do carro. Ele parecia ter em torno de uns 36 anos e ele olhava totalmente sério para o carro.


- Bom dia Clifford. - A voz grave do homem me fez estremecer. Michael sorriu sem graça e subiu o vidro do carro novamente.


- Isso é, incrível! - Eu exclamei quase babando no vidro do carro novo. Michael sorriu e manuseou o carro até a entrada.


- Meu patrão está cuidado de algumas coisas, seremos só nós dois por um tempo. - Michael desceu do carro para abrir a minha porta.


- Como assim, só nós dois? - Eu lhe perguntei receoso.


- Veja bem, eu não posso te falar muito Sr. Styles. Mas as duas Sra. Tomlinson tem as suas próprias casas, e essa é a do Sr. Tomlinson, e agora sua também. - Ele olhou para os sapatos. - Existem alguns criados ai dentro, ao seu dispor. - Ele subiu a escada, que ficava entre dois pinheiros e abiu a grande porta francesa de madeira escura. - Bem-Vindo a sua nova vida, Harry. - Mike sorriu e algo borbulhou em meu estômago com aquela frase.


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