[Cap. 12] Maldita casa de jogos

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Essa foi a minha primeira viagem de avião. Sem dúvidas pareceu a melhor, mesmo que tenham sido apenas poucas horas de voo. Não desgrudei daquele corpo macio e daqueles lábios quentes por um segundo se quer. Nem mesmo quando os outros dois das cadeiras a esquerda começaram a nos atirar bolinhas de papel feitas com páginas do guia que recebemos sobre Ipanema. Eu e Leona nos defendemos bem, até eles cansarem. Então continuamos a ter nosso tempo romântico juntos. Eu reparei que Daniel e Beth estavam de bem humor. Teria então dado certo as coisas entre eles? Sim, quando enfim nós aterrissamos, eu e Leona espiamos disfarçadamente o beijo tímido que eles deram. Eu me pergunto qual foi a reação de Daniel ao saber aquele fato sobre Beth, não é algo normal, mas é algo que já passou na minha opinião. Fazer um vídeo daquele tipo com o primo, não acredito que ela soubesse e nem que ela quis fazer aquilo, mas querendo ou não passou. Ela gosta do Dan agora, espero que dê certo entre eles. Eu estava tão perdido em pensamentos que Leona teve que socar minha barriga. Quanta delicadeza para uma dama, eu quis dizer a ela, mas já íamos descer.

O aeroporto Santos Dumont era gigante perto do aeroporto da minha cidade. Colunas enormes faziam o lugar parecer um castelo moderno, tinha imensas paredes de vidro que nos faziam olhar para vários rostos que imaginavam como seria o seu voo. Estava bem cheio hoje, diversas pessoas de todos os tipos andavam apressadas para resolver algum problema de viagem, pra fazer um lanchinho e obviamente pra embarcar.

- Enfim chegamos - Eu desci na frente dos três.

- É agora que a diversão começa - Daniel falou enquanto ria parecendo travesso.

Todos nós viramos ao mesmo tempo para o garoto com expressões duvidosas. Sorte nossa já ter saído do caminho dos outros passageiros. Acabamos o fazendo ficar sem jeito.

- Não quero você aprontando nada garoto - Beth disse arrumando a mochila pequena. - Você vai ser castigado se aprontar.

- Uuuu - Leona colocou a mão na boca. - Que casalzinho mais fofinho gente.

- Tá ta. Vamos deixar de fofisse e procurar nossas malas - Eu ajeitei a minha mochila e andei devagar segurando a mão de Leona. - Ainda temos que achar o cara com as placas com os nossos nomes.

Andamos até o local com ajuda de informações de alguns seguranças, enquanto eu me perguntava como caberiam todos os nossos nomes em uma placa pequena. Estava demorando pra sair todas as malas, era bastante gente querendo a sua, então eu resolvi deixá-los lá pra ir a lanchonete comprar um lanche. Eles sabiam qual era a minha, pegariam pra mim. Só depois de comprar eu percebi que não teria como levar todas as coisas até eles então mandei uma mensagem de texto pra Leona dizendo que eles teriam que vim me encontrar na lanchonete. Sentei-me na mesa mais próxima do balcão e resolvi não comer nada até eles chegarem, me sentia entediado então só por isso peguei uma nota fiscal que ainda estava na mesa, provavelmente era do cliente anterior. Foi então que meu coração quase parou com o nome que eu vi na nota. Leandro Martins, meu pai. O que meu pai fazia no Rio pouco tempo antes de eu chegar? Minha cabeça voltava no tempo pra lembrar de tudo que meu pai fez nos últimos três dias, eu não prestava muita atenção nele, mas consegui puxar algo importante. Ele saíra de casa um dia antes da minha viagem, segundo ele a trabalho. Tentei me acalmar, podia ser outro Leandro Martins, podia não ser o meu pai e se fosse o que pode ter de errado em ele vir pro Rio sem avisar ninguém? Tudo tem haver, ele sempre foi de ficar saindo de casa e ficar plantando desconfiança na cabeça da minha mãe. Quando eu mais profundamente a nota vi que o lanche que ele pediu foi mais que o suficiente pra uma pessoa. Não agüentei de curiosidade e quis saber mesmo se ele estava fazendo algo. Levantei e fui até o balcão novamente.

- Opa, oi de novo. Eu queria saber se você lembra quem estava sentado ali antes de mim. Pode me dizer? - Perguntei meio apressado, o fazendo ficar meio irritado.

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