[Cap. 9] O início do Hobbie

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Aquela cena pareceu durar séculos ao invés de poucos segundos. James era um cara até legal. Todos conheciam e gostavam, ele era admirado por várias garotas e jogava no time de futsal da escola. Todos gostavam, menos eu. Pelo simples fato de ele namorar a garota que eu gosto. Egoísta? Sim, de mais até, mas esse é o Diego. Esse sou eu. Um garoto que já não liga mais pra muita coisa na vida. 

Leona respirou fundo e olhou para James.

- Não é o que você está pensando Amor. - Ela começou a falar, me deixando irritado.

Eu realmente não entendia o lado dela. Ela sabia sobre os meus sentimentos, e era mais do que notável os dela por mim. Então por que? Por que ela insistia em querer continuar esse amor com o garoto? Me perguntava se ela gosta de mim e dele, era a única opção, ou ela era indecisa de mais. De repente me passou algo absurdo na cabeça, mas que por um lado poderia fazer sentido. James é um cara forte, corpo atlético natural. Leona sempre tinha seus dias tristes e solitários. Não era tão frequente, mas sempre aconteceu e ninguém nunca soube o porquê. Nós conversávamos as vezes só os seus problemas com os pais, ela parecia estar melhor sobre, cada vez melhor. Então o que seria? Agora eu tinha uma hipótese que talvez fosse verdadeira. Ela já bateu nela.

- É sério, não tem nada haver, eu só queria... - E ele a interrompeu.
- Leona cala a boca! - Ele gritou, no meio do pátio.

Meu punho direito estava apertando só esperando algo mais do garoto, um passo a frente talvez fosse o suficiente. 

- Leona. - Eu a chamei. - Você acha que uma pessoa que goste mesmo de você te trataria assim? - Eu perguntei, ainda olhando para o garoto. 
- Cala a boca você também. Eu só quero saber de você, Leona, por que você tá com ciúmes desse garoto. Gosta dele é vadia? - Ele falou, e em voz alta o suficiente pra atrair mais olhares. 
- Ah, já chega cara. - Eu falei e avancei com um soco na bochecha do garoto.

Ele se apoiou na parede e voltou com mais força ainda pra cima de mim. Eu não sabia o que fazer. Ele era lento, mas um soco bastaria pra mim, desviei de muitos e tentei revidar, sem chance. Quando o primeiro dele me acertou, minha sobrancelha cortou imediatamente. Por sorte bem na hora que o diretor chegou. Nós dois estávamos estáticos, olhando um para o outro. Leona estava chorando, e agora Daniel e Elizabeth estavam perto também. O sangue escorria como água despejada de um jarro na minha cabeça. O diretor me indicou a enfermaria, apenas indicou, se ele se preocupou eu não sei. Não importa. 

- Que merda de dia eim? - Falei rindo sarcasticamente e tirando o sangue dos olhos com o dedo indicador, que atirava o excesso em algum canto do pátio. 

Saí andando, sem falar um palavra a mais. Ou ao menos era o que eu queria, se não fosse aquela delicada mão que segurou meu antebraço. Eu respirei fundo, não queria passar por mais nada agora. O que ela diria? "Que heroico Diego, mas você sabe que entre nós é só amizade né?". Era minha triste hipótese. 

Que estava totalmente errada.

Leona foi até a minha frente e tirou um pano seco do bolso. Só depois, pelas cores preto e branca, eu reparei que era uma bandana que eu ainda não tinha visto a garota usar. Só a via pendurada na cintura. Ela estancou meus sangue e limpou meu rosto. Seus olhos ainda estavam molhados, mas as lágrimas já haviam caído. Eu sentia seu calor, ela estava a centímetros de mim. Foi tudo tão rápido que eu até esqueci dos meus dois amigos ali perto, e de todo o pátio. 

"Eu olhei pra ela e dei um beijo, naquela linda boca e ela correspondeu" Eu escutei Raimundos mentalmente nesse momento.

Eu só a olhei nos olhos, aqueles lindos olhos, mas na verdade ela que me beijou. Eu fiquei tão surpreso quanto todos ali, mas a cada precioso segundo eu esquecia, esquecia, esquecia, até que ninguém mais existia ali a não ser ela. Meus braços envolveram a garota e eu a trouxe pra mim. Nos beijamos por quase mais que meio minuto. Até eu lentamente sair e abrir os olhos, querendo logo ver se era real. 

- Eu sou uma idiota não sou? - Ela sussurrou, bem perto de mim. 
- Olha, eu sou sincero e você sabe... Não precisa se chamar de idiota, mas você devia acreditar no verdadeiro amor, e não iludir quem você acha que ama. Isso podia ter acabado faz tempo. - Eu respondi. - O James já bateu em você, não foi? - Perguntei, arriscando.

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