cap.5

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-Ah qual é?! É só ele te procurar, te dar uns beijinhos e você volta como se nada tivesse acontecido? . 

-Não foi bem assim, ele foi lá em casa... e outra acabei pesando as coisas, e cheguei a conclusão de que o amo, e as vezes é melhor relevar.

- Você não o ama. Acha que sim, mas não, só colocou isso na cabeça porque não quer perde-lo. Como se não fosse arrumar outro facilzinho! - Lia deu de ombros e se levantou com os cadernos na mão, seguida por mim.
Estávamos no intervalo da faculdade, e a quinze minutos eu contava sobre a minha reconciliação com Fernando.
Lia faz Odontologia, além de ser linda, morena clara,  olhos cor de mel e loira, é super bem resolvida em seus relacionamentos, por isso ouço seus conselhos apesar de não concordar em muita coisa.
- Sabe você está precisando conhecer gente nova, se divertir. É isso mesmo, você tem que sair! E amanhã tem uma festa aqui perto e nós vamos. - Ela esta super animada, e com um sorriso enorme no rosto.
- Nada disso não posso sair. - ainda não sei como contar á ela.
- Por que não? A gente só trabalha na sexta, e essa semana tudo parece tranquilo por aqui.
- Não posso. - falei parando e olhando para baixo, vai ser difícil.
- Por que? O que está acontecendo? Ela me olhou preocupada, parando também.
- Olha... eu tenho que te contar uma coisa...
- Fala. É algo grave?
- Eh... eu e o Fer.. - Droga, não sei como falar com ela, ainda mais quando essa loira está com os olhos bem fixos em mim procurando alguma pista do que estou prestes a contar. Lia é meio intimidadora e minhas atitudes parecem sempre erradas.
-Eli me fala caramba.- Lia tocou no meu braço. Seja lá o que for, pode contar comigo. É sua mãe?Ela está bem? Ai meu Deus! Vamos para o hospital! - nesse momento ela já está me arrastando pela rua. Travo o calcanhares no chão, minha expressão deve estar séria demais, então relaxo um pouco antes de soltar a bomba.
- Para Lia! Não é nada disso. Minha mãe está bem. - encarei ela, tocando as pontas dos dedos na testa. - Vou me casar. 
Ela congelou na minha frente. Literalmente.
- Casar? - ela está bem séria. De colocar aliança no dedo e ir na igreja?

-Cartório. Corrigi, meus planos sobre casamento, se é que eu tenho um plano é apenas ir no cartório e assinar qualquer burocracia e pronto.  

-Não me interessa se é cartório ou igreja. Me interessa o por que disso agora?

- Por que ele me pediu, ele gosta de mim, e eu dele. E é a melhor coisa a se fazer. - Falo dando de ombros e ajeitando minha bolsa no ombro.

- Não, não é e você sabe disso. Vai abrir mão da sua felicidade, da sua vida e de novos caminhos por nada. Sabe o que parece? Que está fugindo, com medo. - Lia está agitada e falando alto o suficiente para que as pessoas ao nosso redor comece a nos olhar.
- Quer por favor parar de  gritar? Não estou fugindo, e também não estou abrindo mão de nada, eu só quero passar uma página da minha vida e Fernando é a minha oportunidade. E eu a dele. 

- Você está se ouvindo? Você acha que ele é a sua salvação pra quê? Do seu pai, do seu padastro, da sua mãe, da boate ou de você mesma?! Acha que ele vai te fazer esquecer de você mesma, mas quer saber? Ele não vai. Enquanto você estiver vendo ele como uma esperança você não vai ser feliz! E desde quando ele virou um santo? Se esqueceu de tudo que ele vem te dizendo durante dois anos? - ela falou isso me olhando com raiva, ela me conhecia muito bem mas não sabe o que é melhor pra mim.

- Para Lia, Para! Eu não preciso de alguém pra me deixar para baixo, e me dizer o que eu tenho ou não que fazer, eu vou me casar e ponto. Agora eu agradeceria se você me desse um mínimo de apoio! Você é minha amiga, mas já vi que não vou ter esse apoio. - dito isso me virei e sai em direção á sala de aula, aquela conversa tinha me deixado irritada e triste.
- ELISA...

Na sala de aula o professor explicava sobre o Direito Trabalhista. Eu me dava muito bem nessa matéria, eu estava me preparando para a segunda etapa da prova da OAB, que é daqui a três meses.

No Rítimo da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora