how if not for you?

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Pensando agora eu vejo que a culpa foi minha, um pouco. A questão é que a minha intenção não era dar esperanças pra Louis, mas ele me deu esperanças e tanto medo; de, entre tudo, o perder novamente.

Então, pelo resto das três semanas seguintes eu estive com Louis o tempo todo. Por facetime, skype, viber ou qualquer outro lugar pelo qual eu poderia o ver e o ouvir o quanto pudesse, e ele não se importava. Eu o acordava as três, sete, quatro da manhã e ele não reclamava ou deixava de me atender. E como qualquer um desses dias, eu liguei pra Louis aquela madrugada. Eram cinco da manhã, eu sei, e eu tinha dormido por meia hora antes de levantar, mas não importava

-Oi, senhor sol - Comecei, assim que ele me atendeu, com o rosto enfiado no travesseiro e os olhos bem abertos.

-Sh, sem cantar, senhor chuva. Alguém pode te ouvir - Ele sussurrou, sorrindo enquanto falava e jogando a franja de um lado para o outro. Ele estava em um trem, eu percebi, e usava um casaco maior que ele mesmo.

-Pra onde você está indo, hm?

Observei enquanto ele olhava para baixo, sorrindo e então piscando para a camera

-Bem, pro seu show.

Quando terminei a ligação, me tranquei no estúdio. Passei a tarde toda lá, adiantando todo o trabalho que teria na madrugada, e tentando deixar tudo perfeito. Eu quis flores, um quarto de hotel com uma boa vista, e champanhe. Pensando agora, eu fui ridículo e previsível; mas parecia romântico e apropriado para o momento. Dentre todas as coisas previsíveis que podiam ter acontecido, aquela foi a única em qual eu não quis acreditar.

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