"A escola tinha que ensinar a esquecer e não se importar. Não adianta saber tudo de física se qualquer pessoa pode acabar contigo " — Soulstripper.
Escuro. Estava tudo nitidamente escuro. Como se a minha alma e corpo tivessem mergulhado num mar preto, incapacitando-me de poder ver qualquer tipo de ser vivo, movimento. Não que eu de facto estivesse incomodada com isso, já estava demasiado habituada a este sentimento sem fim, no entanto, o que me incomodava de certa forma era a dor, não a mental, essa já estou mais que familiarizada e já nem dou conta que a tenho, mas refiro-me a física.
O meu corpo ardia, ardia como se estivesse exposto aquelas chamas quentes dolorosas, uma vontade enorme de gritar por ajuda, por alguém, por tirarem o ardor que sinto. Tentei mentalizar-me que a dor física passa, apenas teria que ter calma e não fazer grande drama sobre isso, precisava disso, precisava de tempo, mas o mesmo só fazia as coisas piorarem, mais e mais, as poucas forças iam-se desgastando com os segundos pesados e descompassados do relógio. Era incapacitada de mover-me, de abrir os meus olhos pesados encarar o exterior, era incapacitada de poder pedir por socorro, eu apenas era um peso morto com consciência onde quer que eu realmente pudesse estar.
Escritora a narrar:
O estado clínico daquela pobre rapariga não era de certa forma favorável. Os médicos andavam sempre preocupados em torno da pequena em busca de uma mínima esperança de ela se encontrar a melhorar, mas entre suspiros e acenos negativos de rostos cansados, as novidades não eram nem um pingo de animadoras.
Seu pai, Park Ujin. Se lamentava frustradamente por não ter entrado no quarto da filha mais cedo, de ter impedido aquele manto vermelho quente e escuro de tomar o seu mais precioso tesouro. Já sua mãe, Park Luna, entre lágrimas difíceis de saber se eram de crocodilo ou de lamento, tentava no seu melhor controlar o seu marido que um momento, poderia fazer um buraco de tanto andar por aquele corredor pouco agitado naquela ala do hospital, mesmo sendo o dos cuidados intensivos.
Noticia de que Park "Angel" estava internada nos hospital por tentativa depressiva de se suicidar, não demorara muito a ser espalhada por aquele colégio cheio de gente mesquinha a procura de algo para puder comentar. Com esse facto, Wu Yi Fan, Oh Se Hun, Byun Baek Hyun, Park Chan Yeol e por incrível que fosse parecer para a pequena caso ela acordasse Kim Jong In também tinha aparecido com os restantes para visitar a mais nova que ainda não dava sinais de que queria sobreviver.
Ujin, ficou um pouco assustado e incomodado com a presença de Yeol naquele espaço. Todos acharam apenas que podia ser por ele ser o pai da menina, e não achar piada a mesma apenas se ter dado a socializar com rapazes, mas Luna achou estranho de mais que fosse apenas para aquele rapaz enorme, o que todos menos esperavam, que Ujin tinha muito a esconder, principalmente um segredo que se fosse descoberto poderia destruir as pessoas envolvidas no mesmo, quer sabendo ou não do acontecido, com isso, o mesmo apressou-se em sair do local com a simples desculpa de que tinha que apanhar uma réstia de ar puro.
Os ânimos naquele corredor era tensos e nem um pouco coloridos, todos estavam com feições de quem tinha acabado de sair de uma cerimónia fúnebre, como se a pequena já tivesse realmente partido deste mundo, sem que nenhum realmente pudesse dizer que mesmo com o pouco tempo de convivência, que ela era demasiado importante para a alma do pequeno grupo, não queriam que a sua dongsaeng partisse tão cedo assim, com o tanto que ela ainda podia dar a este mundo, mesmo que a mesma ainda não soubesse do seu potencial.
"Angel" a narrar:
Algumas horas depois
Não sabia ao certo quando tempo passara desde que eu voltei a estar conectada com a minha mente vazia e psicopática, apenas sabia que o meu corpo estava leve, leve como uma pluma a esvoaçar sem preocupações ao sabor do vento saboroso de um dia ensolarado sem destino. Eu realmente me perguntava porque eu lutei para estar assim, aqui, em sofrimento, a lutar para voltar a sobreviver neste mundo, não era este o meu objetivo, o meu objetivo era realmente me ir, ir-me como se eu me tivesse deitado no manto de agua gélida e ser levada pelas ondas calmas do luar, e ir, ir deste sitio, deste mundo, encontrar a paz para mim mesma, com a ironia da vida, estava eu a lutar por algo que nunca irá valer a pena, mas não posso negar, acho que já é mesmo instinto do ser humano, lutar pela sua vivência, mesmo sabendo que vivo, não terá um futuro risonho.
" Olá pessoa sanguinária. " uma voz feminina se escuta sobre o meu lado esquerdo. Tento abrir os meus olhos, mas fora estupidamente desnecessário esse movimento, não os abrira. " Eu sei que me estás a ouvir, mas não te censuro se não me responderes ou olhares, um rapaz já esteve aqui na mesma situação que tu, eu sei que me ouves, sei que estas a tentar abrir os olhos, mas tem calma, não forces algo que é natural, deixa-te ir, os teus olhos logo irão abrir. " mas eu não os quero abrir assim pensei eu, mas fiz o que ela disse, uns minutos a seguir já os tinha aberto, mas logo os fechei com a claridade ensurdecedora daquele quarto tão branco. " Vejo que conseguiste " pude sentir que ela esboçou um sorriso vitorioso nos seus lábios. " Eu sou a Amy. Kim Amy. Sou tua companheira de quarto. Vais ter que me aturar por algum bom tempo. " ergue-o o seu braço mostrando a sua perna direita partida e a mesma com uns pequeno tubinhos ligados ao nariz para puder respirar. " encolheu os seus ombros com divertimento como se aquilo para ela não lhe fosse incomodativo ou preocupante. " Andas no mesmo colégio que eu, és a rapariga que ficou pintada toda de azul no primeiro dia de aulas não é? " perguntou-se, eu incomodada com isso, com uma mascara a tapar a boca e o nariz apenas acenei afirmativamente o meu rosto com dificuldade. " Bem parece que mudaste o teu estilo. De azul passas-te para vermelho. Prefiro azul, uma cor mais bonita que vermelho. " comentou a mesma com uma mão no queixo enquanto que ainda se debatia sobre o que dissera. " mas não levas a mal o que eu disse, apenas queria melhorar um pouco a tua situação, ou pelo menos, não te fazer pensar em mais nada sanguinário, se bem que tu já foste um pouco sanguinária de mais. - arregalou o pouco que conseguia dos seus olhos, como se estivesse assustada com o que eu havia feito.
Colocou-se um silencio sobre o quarto, ou quase, visto que as maquinas que liam com cuidado o meu estado de saúde teimavam em fazer aquele barulho irritante do pi. Acho que com agitação da rapariga a meu lado, a mesma acabou por adormecer deixando-me a mim, acordada, com o corpo arder com dificuldade locomotivas sozinha pensar para os meus botões sem ter muito que fazer, pela primeira vez na vida, eu tinha medo de fechar os olhos e dormir, mesmo que eu me tenha tentado suicidar, o meu maior medo era falecer enquanto que dormia, sempre foi algo que me atormentou, no estado que eu me encontro, pode ser bem possível.
A porta do meu quarto foi batucada com cuidado, seguidamente aberta, os meus olhos acabaram por se arregalar com o que acabava por ver, não podia ser ..
Notas de autora:
Desde já, peço mesmo desculpa pela demora horrenda por colocar um novo capitulo. Eu sinceramente não andei nada bem nestes últimos dias, e a minha vontade para escrever era completamente nula, para exemplificar, parecia que eu estava a passar por uma crise de meia idade, se bem que eu ainda sou adolescente, mas vocês percebem onde eu quero chegar com esta comparação sem nexo, admito também que acabei por me distrair a ver um anime, desculpem eu sei que tenho que ser mais responsável!
Que acharam deste capitulo? O próximo tentarei que seja um pouco mais extenso que este, tentarei.
Que acharam da nova personagem? Ela ainda fará muito por esta história, será bastante importante, deixem as vossas opiniões!
Farei de tudo para conseguir colocar mais depressa os capítulos
Sinto-me um pouco desiludida com a minha escrita, mas espero que mesmo assim tenham gostado mesmo deste capitulo!
Como sempre, se puderem, não deixem de colocar aquela estrelinha a brilhar ! Obrigada por tudo!
Encontro-vos no próximo capitulo ou nos comentários !
A vossa escritora xx
