Consolaçao

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Poygua, 69 anos, empregada domestica, natural do Chaco Paraguaio, a principio se negou a fazer declaraçoes acerca dos estranhos acontecimentos que se seguiram aquela manha. Justificou o seu silencio com uma unica frase "o que é de alçada do desconhecido é problema pessoal dele". Sabemos que quando Edith entrou na cozinha dona Consolaçao estava muito ocupada com sustenidos, untensilios e ideia versateis para se lembrar de desejar "bom dia". Disse a uma panela que acabara de arear, "agora sim você esta com outra cara", para entao resmugar "acordei ainda escuro, so com a claridade" no que deveria estar se referindo a um relampago. Antes de começar o canto fez um simples comentario: E dona Madalena que vai dar a hora do almoço e ela nao acorda?. Exagero, o relogio da parede marcava nove e quinze da manha, alias, nove e dezessete, Edith foi bastante precisa em sua narrativa. Disse ela que antes de ir ate o quarto da mae tomou seu remedio para o estomago" com um golinho de leite morno", o que deve ter levado noaximo uns dois minutos. Subiu a escada. Mais trinta ou quarenta segundos pelas suas contas ela deve ter entrando no quarto de dona Madalena as nove horas e vinte e um minutos. E ai, pronto.

A comédia dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora