CAPÍTULO 2- VISITA INESPERADA

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Olá PettieS

Esse capítulo de hoje seria publicado somente na quinta-feria 10-07-2015.

Mas como estou tão empolgada com esse romance, então eu irei antecipar o capítulo de quinta para vocês. Espero que gostem, votem e comentem...

Beijos e até o próximo capítulo de Chuva de Novembro

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CAPÍTULO 2

VISITA INESPERADA

SOLEDADE

Três dias depois, a campainha tocou. Eu caminhei de encontro à porta e a abri com euforia. Ana estava de plantão e eu estava sozinha em casa. Ela já sabia que eu estava desempregada e se ofereceu para pagar a minha parte no aluguel enquanto eu não conseguia outro emprego. Eu não achava justo isso e precisava encontrar outro emprego urgentemente ou então, eu seria obrigada a voltar para a zona rural e tentar viver de agricultura como os meus pais faziam presentemente.

Olhando adiante, eu vi uma mulher loira, bem vestida diante de mim. Eu nunca tinha visto essa 'Madame' antes na minha vida. As suas roupas pareciam terem sido criadas por grifes caríssimas. Cada peça deveria custar o triplo do meu salário na boate a qual eu ainda era funcionária a três noites atrás.

-Bom dia!

Proferiu olhando- me de baixo em cima e vendo-me dentro de um pijama ridículo, cheio de desenhos de dados. Eu havia acabado de acordar e os meus cabelos estavam bagunçados. Ou seja, a minha imagem não era digna de receber alguma visita e principalmente a visita de uma mulher tão requintada. Ela deveria ter quinze anos a mais do que eu, mas a sua pele brilhava e parecia macia como a casca de uma ameixa.

-Bom dia!

Dei-a um sorriso acanhado e ela permaneceu séria.

-Eu estou precisando de uma empregada doméstica e fui informada que nesta casa há uma jovem que precisa de emprego.

A minha testa enrugou.

-Quem te informou que estou desempregada?

Ela virou os olhos, parecendo entediada.

-Isso não importa querida. Eu apenas preciso saber se você aceita trabalhar na minha casa. Pagamos muito bem e você precisa passar as noites lá. Há um quarto exclusivamente para você. Damos refeições e também vales transportes, além de um belo plano de saúde. O meu marido faz questão de pagar bem os seus funcionários.

A proposta pareceu interessante, contudo eu me recordei de uma coisa e logo proferi com receio.

-Eu nunca fui empregada doméstica e não tenho nenhuma experiência nessa área. Na verdade eu era garçonete em uma boate no centro da cidade.

A madame não pareceu persuadida e rebateu com uma voz elegante.

-Não se preocupe querida. - A sua mão tocou um lado do meu rosto e ela me olhou com surpresa. - Nessa vida, ninguém nasce sabendo nada. - Sorriu mais forte. - Tudo se aprende com força de vontade e assentamento.

Novamente presenteei-a com um sorriso fosco e fiquei calada. Ela removeu a sua mão do meu rosto e murmurou algo confuso.

-Bem que Alcino disse-me que você é idêntica...

Calou-se e continuei olhando alarmada para a sua face.

-E então, você aceita trabalhar para a família Onil?

***

ANA

Um dia depois, eu cheguei do plantão e vi Soledade arrumando a sua mala. Colocando algumas peças de roupas em sua única mala de viagem.

-O que está fazendo? – me desesperei. – Está indo embora?

Ela olhou para mim e viu-me toda de branco. Com o uniforme de enfermeira. A suas mãos soltaram uma peça de roupa e ela me respondeu com melancolia.

-Eu estou deixando essa casa.

-Oh, não! Sol, eu já disse que você pode ficar aqui até você conseguir outro emprego e conseguir me ajudar a pagar o aluguel. Você é a minha amiga e eu jamais te deixaria desamparada.

Ela olhou para baixo e prensou as suas roupas dentro da mala, resmungando.

-Eu sei...

O seu olhar brilhou na minha direção e ela afirmou com euforia.

-Eu consegui um emprego! – falou mais alto. – Vou trabalhar na casa dos Onil.

-AHAHAHAHA QUE MARAVILHA!

Exclamei e abracei-a com alegria. Soletude também me abraçou com felicidade e explicou logo em seguida. A sua voz havia ganhado mais energia.

-Eles pagam bem e eu terei que dormir no serviço de segunda a sexta. Sábado e domingo estou livre.

-Pelo visto essa família Onil deve ter muito dinheiro.

-Sim. A senhora Laurene teve aqui com roupas caríssimas. O nosso salário juntos não pagariam as marcas de seus sapatos. Sem contar que ela subiu em uma limusine com um motorista particular.

Ana levou as mãos aos lábios e suspirou com empolgação.

-Tem gente que tem tanto dinheiro!!!! E nós temos que ralar para muito mal pagarmos o aluguel dessa humilde casa!

Soletude sorriu e voltou a fechar a sua mala.

-Deixe-me terminar de arrumar as minhas coisas. Amanhã o motorista vem me pegar as sete da alvorada. Eu começo a trabalhar amanhã.

-Umumum, motorista vem te pegar na porta! Esse trabalho está me perecendo presente dos anjos! - Brinquei. - O hospital nunca enviou um carro com um motorista para me pegar na porta de casa!

Soletude sorriu e olhou na minha direção. O seu olhar me censurou.

-Não se esqueça que você é uma enfermeira excelente! Tem uma profissão certa. - Murmurou. - Eu serei apenas uma empregada doméstica que irá lavar, passar e arrumar todas as bagunças dos membros Onil. - Brincou. - Ou seja, serei uma escrava dos burgueses com sobrenome Onil.

-Pelo que estou vendo, você será uma empregada de luxo! Provavelmente irá freqüentar lugares sofisticados com os seus patrões, viagens e cruzeiros! Já pensou nessa hipótese?

-Não brinca Ana.

Olhou para frente.

-Eu sei exatamente qual é o meu lugar naquela habitação e provavelmente não irá passar dos fundos da mansão.



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