CAPÍTULO 1 - O SUBORNO

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Olá queridos PettieS, como hoje é feriado Nacional e eu terminei de escrever esse romance hoje. Então eu vou disponibilizar um capítulo na integra para vocês hoje.

Espero que gostem, votem e comentem...pois a opinião de vocês é muito importante para o meu crescimento profissional.

Beijos e ótima leitura a todos e Vamos comigo no mundinho de Chuva de Novembro.

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CAPÍTULO 1

O SUBORNO

SOLEDADE

Escrevi mais um capítulo da minha vida em uma constante rotina de correrias. Tudo envolvendo trabalho e muito trabalho.

- Pronta para encarar mais um dia naquela boate!

Exclamei me olhando através do espelho redondo na minha penteadeira do quarto. Após ter passado um batom vermelho nos lábios e removido os excessos com os próprios dedos. O meu vestido vermelho estava arrochado ao meu corpo e os meus saltos altos me deixavam dez centímetros 'mais alta'. Assim forjando a minha altura média.

Nesse momento eu me sentia uma 'top model' pronta para pisar na passarela pela primeira vez. Eu sabia que naquela boate com centenas de homens bem arrumados olhariam para mim, como sempre faziam a cada vez que eu pisava naquele local para fazer o meu trabalho.

Assim que pisei na sala, peguei a minha bolsa tiracolo em cima da mesa de centro e olhei para Ana, sentada no sofá assistindo TV. Ela era a minha amiga e nós dividíamos o aluguel de uma pequena casa no bairro pobre na zona norte. Ela era enfermeira em um hospital no centro da cidade e nesse dia estava de folga.

-Está arrasando amiga nesse vestido vermelho!

Afirmou desviando o seu olhar da TV e mirando em mim com um olhar surpreso.

-Preciso estar à altura daquela boate, ou posso perder o meu emprego por falta de cuidados comigo mesma.

Sorri para ela e dei um thauzinho antes de deixar a casa. Ana também acessou para mim, voltou a comer a sua pipoca e olhou novamente para a TV, porém, antes disso, ela me desejou algo confortante.

-Vá com Deus e ótimo trabalho amiga!

-Obrigada!

Fechei a porta com as minhas chaves e caminhei de encontro ao portão central da casa. Eu não tinha carro e deveria pegar um ônibus para ir ao trabalho. Essa era outra rotina que eu deveria enfrentar todos os dias na minha vida e sem reclamar. Mas algumas vezes eu batia na mão de algum engraçadinho que tentava apalpar o meu traseiro propositalmente. Uma vez eu fui parar na delegacia porque agredi um senhor com a minha bolsa. Ele simplesmente tinha enfiado a mão debaixo do meu vestido e apertado uma das minhas coxas. Isso era um absurdo! Ele tinha quase a idade do meu pai.

***

Cheguei ao local de trabalho antes de a boate abrir. O meu patrão já estava orientando os seus funcionários para mais um dia de ganha-pão.

Ele olhou para mim, colocando o avental branco. Eu era garçonete ali junto com mais três mulheres.

-Soledade, como sempre chegando atrasada!

Reclamou.

-Desculpa patrão. Eu não tive culpa. O ônibus estava superlotado e parava em cada ponto para deixar um passageiro. Infelizmente eu não tenho um carro para chegar a tempo no trabalho.

Ele fez uma careta e virou-se de costas, caminhando em sentido ao balcão escuro. Onde ele começou a falar com o barman.

Exatamente às onze da noite, em plena sexta-feira, a boate estava lotada. Todas as mesas redondas estavam ocupadas com clientes Vips. Ali só freqüentavam pessoas da alta. Muitos caras com granas que não sabiam onde enfiarem tanto dinheiro.

Um show começou e uma mulher bem vestida começou a cantar. Muitos aplausos para ela. Eu pude ouvi-los enquanto levava bandejas de bebidas para diversas mesas. Entre uma mesa e outra havia um homem de cabelo grisalho, olhos azuis e pele clara. Ele vestia um paletó cinza, calças escuras e camisa clara. Ele estava sentado sozinho e saboreava uma doze de uísque importado. Enquanto eu fazia o meu serviço, eu percebi que ele me olhava de modo estranho. Parecia abismado com a minha imagem. O seu olhar não era de interesse por mim, como muitos homens ali me olhavam. Mas ele tinha um olhar estranho, como se ele me conhecia de algum lugar. De alguma época em nossas vidas.

Desde então, eu ignorei a sua presença, virei de costas e caminhei em direção ao balcão para pegar mais bebidas.

ALCINO

Fiz sinal para uma garçonete e ela veio até a mim, então eu pedi informação sobre quem era o dono da boate e ela me apontou um homem que estava em pé ao lado do balcão escuro. Ele estava bem vestido, cheio de cordão de ouro. Logo fiz sinal para ele vim até a mim e a garçonete deixou o local antes de sua aproximação.

-Boa noite. Há que devo a honra senhor?

Questionou-me com educação. Ele desejava agradar o seu cliente para que ele voltasse em seu estabelecimento outras vezes.

Bebi mais um pouco de uísque e comecei falando.

-Quem é aquela garçonete de costas?

Ele olhou para trás em direção a moça de cabelos pretos e vestido vermelho. Ela era esbelta e não era muito alta.

-Soledade. Por que senhor?

Pareceu preocupado, imaginando que eu queria convidá-la para sair.

-Quanto você quer para despedir aquela jovem?

O dono da boate fez uma careta. Parecia confuso com a minha proposta.

-Por que está me ofertando isso?

Insisti secamente.

-Quanto você quer? Eu pago o valor que quiser se você deixar aquela jovem desempregada a partir dessa noite.

-Você a conhece?

Olhei para o lado e respondi sem interesse.

-Faça o que estou te pedindo e terá dinheiro vivo na sua conta amanhã de manhã.

O dono do estabelecimento olhou pensativo para trás, na direção de sua garçonete de vestido vermelho. Ela estava distraída ajeitando as bebidas na bandeja de aço e não percebeu que nós falávamos sobre ela.

***

SOLEDADE

Horas mais tarde...

Deixei a boate pela porta da frente. Comecei a caminhar pela calçada com desespero, enquanto removi os sapatos dos meus pés e comecei a caminhar descalça pelo chão áspero. Os meus olhos estavam cheios de água enquanto eu olhava perdidamente para os lados e via as luzes acesas dos postes e também alguns veículos passando pela pista. Alguns buzinavam para mim, imaginando que eu era alguma garota de programa.

O desespero havia me neutralizado, mas eu continuei andando sem rumo pelo centro da cidade.

-E agora? Estou desempregada? Como irei ajudar a Ana a pagar o aluguel da casa? Como poderei ajudar os meus pais na roça?

Toquei o meu antebraço na minha testa, olhei para cima até o céu estrelado e supliquei.

-Meu Deus? E agora? Até agora eu não entendi por que fui despedida? Eu não fiz nada de errado essa noite!

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PRÓXIMO CAPÍTULO DIA  10 -09 -2015



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