Vi recentemente no facebook um caso que me chamou a atenção:
O post começava com o depoimento de uma garota, que afirmava ter sigo agredida verbalmente e de forma machista por um rapaz enquanto jogava LOL. O post também possuía prints da conversa nesse jogo.
O carinha é um babaca. No sentido mais puro da palavra. Falou palavras de baixo nível e insinuou coisas injustas. No fim, teve a infelicidade de dar à moça o link de acesso ao seu perfil no facebook. Ela, por sua vez, usou disso para se reportar a uma página, que, dando continuidade, expôs o rapaz para sofrer uma espécie de "castigo por exposição ao ridículo", colocando a foto dele, bem como o link do perfil para que todos pudessem " colaborar".
As pessoas começaram a comentar, discordando da atitude dele. Expuseram sua revolta por pessoas assim e mostraram com argumentos as consequências legais de agir daquela forma. Não demorou para que um usuário encontrasse o número do telefone fixo dele. Logo depois já estavam disponíveis nos comentários o endereço, número do celular e o local de trabalho.
Essas informações poderiam ajudar a provocar algum incômodo no rapaz e, assim, ensiná-lo uma lição sobre o comportamento que ele teve. O fazendo perceber que agir de tal forma e manter aquele idealismo sujo não contribuiria em nada, nem para ele mesmo, nem para a sociedade.
E, até aí, tudo bem.
O problema começa quando o "ensinar uma lição" da lugar a um "linchamento virtual".
As pessoas deixaram de argumentar e de simplesmente se mostrar revoltadas para agredir e até incitar a violência contra o machista. Passaram a surgir diversos xingamentos, as pessoas começaram a sugerir que isso se resolvesse de forma violenta e, o que começou sendo uma luta contra o ódio, passou a ser um discurso de " Ódio sobre o odiador".
E aí pensei comigo: Vale a pena combater o ódio com ódio?
Vindo outras coisas a minha mente, eu percebi que a humanidade e parte dos que se dizem "protetores dos direitos humanos" utilizam essa desculpa para deixar extravasar pensamentos tão hostis e de tanto ódio quanto aqueles a quem eles querem "consertar".
As pessoas erram. Uma pessoa que, hoje, age de forma machista, homofóbica, ou desumana pode muito bem, com certo tempo, perceber seu erro e passar a agir de forma diferente. Mas a sociedade não leva tais coisas em consideração. Para ela, esse cara, que, num momento da vida, agiu de forma errada sempre será o " cara que fez tal coisa". E nunca mais poderá ter um emprego, frequentar uma igreja, andar pela rua ou aparecer em certos lugares, sob risco de sofrer agressões tanto verbais quanto físicas. Seu possível arrependimento e sua possível lição aprendida são automaticamente desconsiderados.
Esse tipo de ódio é, na minha opinião, bem pior do que os ódios já classificados por causa da sua aceitação dentro da sociedade.
É uma espécie de ódio que as pessoas julgam como "aceitável" ou "merecido" mas que, na verdade, só gera mais e mais hostilidade e perseguição.
E ele não acaba, mesmo que a pessoa sofra a sanção legal pelos seus atos e pague pelo que cometeu.
Até quando nos odiaremos? Até quando aqueles que tanto pregam o amor demonstrarão ódio por aqueles que mais precisam de inspiração para amar? Até quando eles vão ignorar o fato de que odiar uma pessoa ruim não a transformará numa pessoa melhor?
Talvez, mais cedo ou mais tarde, perceberemos que compaixão, empatia e atenção podem mudar as pessoas bem mais que o ódio disfarçado de justiça.
Pensei...
Escrevi..
Ta aí!
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Pensamentos de uma mente coisada
AcakOlá, senhor (ou senhora) leitor (ou leitora). Engraçado, você já parou pra pensar no porquê de não colocarmos o pronome de tratamento no feminino primeiro? Tipo, eu poderia ter colocado "Olá, senhora (ou senhor) leitora (ou leitor)" no início desse...